segunda-feira, 7 de julho de 2014

AO SÁBADO CRÓNICA SEMANAL NO «NOTÍCIAS DE ESPOSENDE»




ESPOSENDE DEVE UMA HOMENAGEM AOS SEUS EMPRESÁRIOS
UMA HOMENAGEM SIMBÓLICA [QUE PODE SER COM UMA ESCULTURA A INSTALAR NA CIDADE] A ENALTECER TODOS AQUELES QUE CRIAM EMPREGO, QUE DINAMIZAM A ECONOMIA LOCAL E QUE VALORIZAM A RESPONSABILIDADE SOCIAL!
Hoje fala-se muito de competitividade como forma de responder à atual crise e a um mercado europeu e mundial fortemente concorrencial. Existem desigualdades gritantes entre os Estados membros, basta olharmos para a variedade e diferencial das taxas de IVA e de muitas outras taxas, impostos e tributações.
Por tudo isto que temos as maiores e mais importantes empresas nacionais, não todas, mas uma parte importante a fugir com as suas sedes fiscais para outros países [veja-se o caso da JM], onde a tributação e as politicas fiscais lhes são bem mais favoráveis [e não tenhamos dúvidas que é isso que importa aos principais accionistas], em claro prejuízo do Estado português, que assim deixa de receber importantes quantias em impostos.
É aqui que muitas vezes o «Compre Português, compre o que é nosso» deixa de fazer sentido. Aplica-se em parte, quando os produtos são produzidos em Portugal, mas no que toca aos lucros e tributações esses já acabam por ir lá para fora.
O sistema fiscal de cada país, bem como o seu estado social, que em alguns dos países que connosco concorrem praticamente não existe, tornam a tarefa das empresas Portuguesas mais difícil e obriga os empresários a reinventarem-se e a implementarem estratégias que driblem todos estes handicaps.
A REALIDADE EMPRESARIAL ESPOSENDENSE
As empresas e empresários esposendenses têm demonstrado uma resistência estóica para vingarem neste mercado tão desprotegido, tão aberto e tão marcadamente desigual e até desleal. O Município tem por missão criar as melhores condições, tanto ao nível da legislação como das estruturas e infra-estruturas para potenciar a vinda e instalação de empresas e para um melhor funcionamento das empresas que cá se encontram.
É com muito gosto que vejo empresários esposendenses a apostar em novos produtos, em novas marcas e mesmo em novas empresas, tanto ao nível do comércio como da própria indústria e dos serviços.
Já aqui escrevi, em crónicas anteriores, da necessidade de apostar num cluster tecnológico em Esposende, que atraia conhecimento e valor, num centro de ciência e tecnologia, num espaço polivalente para a realização de eventos, feiras e outras atividades com escala regional.
Esposende deve orgulhar-se por ter empresários e industriais de sucesso, em variadíssimas áreas, desde a restauração e da hotelaria, a panificação, os têxteis e o vestuário, a agricultura, a vitivinicultura, os laticínios e os lanifícios, a economia do mar e do rio, a construção civil, a engenharia, e em muitas outras atividades industriais, comerciais e serviços.
O Município, que já prescinde da derrama e muito bem, que edita mensalmente um boletim municipal “Esposende Investe”, destinado aos empresários e que certificou a qualidade dos seus serviços, dando exemplo a outras organizações, mas que pode fazer muito mais, através da criação de infra-estruturas de apoio e de outras iniciativas, as Freguesias [que devem e podem fazer muito mais], as Associações Empresariais e Industriais, como a ACICE [que ainda esta quinta-feira realizou um excelente Seminário intitulado “Automatizar os Processos de Negócio, Eficiência, Eficácia para a Produtividade”], a própria ACIB, cá implantada e com delegação, as Escolas, onde incluo as profissionais, a Cooperativa Agrícola, com um importantíssimo papel na economia agrícola local e muitas outras organizações, associações e instituições. Todos têm um papel importante na dinamização da enocomia local e tudo que esta representa, como o emprego, a formação, a inovação, a exportação, a competitividade e a divulgação dos nossos produtos e do nosso concelho.
Sempre considerei que a campanha “compre no comércio local” pode «jogar» contra nós, uma vez que ao ser lida pelos nossos visitantes, poderá levá-los a pensar que também eles devem fazer o mesmo, ou seja, abster-se de comprar fora das suas próprias localidades. Sou apologista de campanhas mais focalizadas para a qualidade do produto e do serviço, para a sua apresentação e para forma de o comercializar. Temos que nos afirmar pela originalidade, pela criatividade e pela aposta na fidelização do cliente.
Há ainda muito a fazer no tocante à criação e afirmação de produtos «made in Esponsende». Temos as clarinhas de Fão, o queijo de Marinhas, os vinhos de quinta, a cestaria de Forjães e uma boa gastronomia, onde impera o peixe, mas há ainda um enorme conjunto de produtos que podem e devem ser potenciados, divulgados e comercializados.
Por isso, façam favor de fazer as Vossas compras em Esposende, não por ser no comércio local, mas porque em Esposende existem serviços e produtos de qualidade e a preços competitivos e desta forma usufruem da brisa marítima, na lindíssima foz do Cávado e da simpatia das nossas gentes e ainda aproveitam o ar puro que por cá se respira e esse não tem preço.
Na multiplicidade de processos de produtos e de serviços, o nosso tecido empresarial e industrial deve ter em conta a garantia das condições de vida naturais do ser humano, onde distingo, a economia, a ecologia e a responsabilidade social, como componentes de igual importância na conjuntura de um mercado mundial, aberto e competitivo. O que eu defendo é um desenvolvimento sustentável, ou seja, o uso racional dos recursos naturais e em Esposende eles são uma das nossas principais riquezas, devendo por isso ter em conta em todos os processos os possíveis impactos ambientais. Esposende deve desenvolver-se, crescer economicamente, ter uma politica social justa e acima de tudo preservar o património e o ambiente.
Chegado aqui, é o momento de fazer justiça ao título desta crónica. Como considero que só com o empenho e o interesse de todos, é possível continuar a desenvolver Esposende, e como ainda não foi realizada nenhuma homenagem [à excepção da realizada aos Homens do Mar de Esposende, já com bonito e merecidíssimo monumento no Largo Rodrigues Sampaio], que considero justíssima, aos empreendedores empresariais e industriais de Esposende, parece-me que estará na altura de o fazer. Não porque alguém a tenha pedido, tão-somente porque considero que é merecida e que por isso, quer o Município, quer a Associação Comercial e outras organizações a devem levar à prática.
Não para vangloriar ninguém em particular, mas para valorizar o trabalho de todos aqueles que no nosso concelho, apesar das dificuldades, lutam diariamente para criar e manter postos de trabalho e para vender os seus produtos ou serviços, potenciando a economia local, fazendo com que o nosso concelho seja um concelho de referência, onde vale a pena investir, apostar visitar e… viver!
“ESPOSENDE, LUGARES DE TEMPO E MEMÓRIA”
A terminar uma breve referência para o livro que foi apresentado pela Câmara Municipal de Esposende, esta Sexta-feira, ao final da tarde, no Fórum Municipal, com o título supra citado! Trata-se uma autêntico «roteiro» do nosso concelho, com magnificas imagens das 15 Freguesias e com textos de escritores famosos, como, Agustina Bessa Luís, Eugénio de Andrade e Ruy Belo de entre outros. Este álbum literário e fotográfico dá a conhecer a beleza do concelho de Esposende. Muito bom!
Espero que o mesmo seja amplamente divulgado, tanto a turistas e visitantes como aos próprios Esposendenses. Vale a pena!

Nota final: Gostei da página de Curvos e Palmeira de Faro [pág.ª103]: Em Curvos, o cruzeiro e ao fundo a casa do P.e Brás; Em Palmeira de Faro, a casa do escritor Manuel de Boaventura. Claro que esta escolha é sempre dificil, mas pareceu-me feliz!
Mário Fernandes;
05-07-2014

De: Jorge Fernandes


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