SEXAGÉSIMA…
CRÓNICA
Depois
de um pequeno balanço que aqui fiz, aquando da 30ª crónica, eis-me chegado à
60ª. Um ano e dois meses de crónicas semanais, ininterruptas, ao sábado, no
Jornal Notícias de Esposende.
São
milhares de carateres e de palavras. Têm sido muitos os temos que aqui tenho
abordado, desde o mais simples ao mais rebuscado, do mais fácil e acessível ao
mais complexo. Pensamentos, reflexões, análises, críticas, sugestões e propostas.
De tudo tenho trazido um pouco. Se numas agrado a uns e desagrado a outros,
noutras, posso parecer contra este ou aquele, mas aquilo que faço é tão-somente
apontar caminhos e dar a conhecer aquilo que penso e que gostava de ver
concretizado. Não pretendo fazer nenhum outro balanço, até porque o único
balanço que me importa é aquele que, semanalmente, é feito pelos meus leitores,
sejam aqueles que são mais fiéis, sejam os que, esporadicamente, me leem.
Num
Concelho relativamente pequeno como o meu/nosso, de Esposende, não é fácil
manter um espaço de escrita semanal e regular sem me repetir e sem abordar a
atuação política dos intervenientes ativos e as consequências da sua ação ou
inação para o desenvolvimento de Esposende. Vale o facto de termos o privilégio
de pertencer a um Concelho que possui um conjunto de instituições muito ativas
e dinâmicas, que desenvolvem atividades e projetos que dão vida ao Concelho,
fomentando a vivência social. Vale também o país, a Europa e um mundo em
constante mutação, tanto pela diversidade de temas, como pela atuação dos
protagonistas que lideram governos e instituições.
POR TERRAS DE MAR
Por
cá, vivemos uma semana em que o “pós-visita” do Sr. Presidente da República se
manteve na ordem do dia. Opiniões, há-as para todos os gostos e em todas as
direções: é porque veio; é porque não veio fazer nada; é porque devia ter ido à
sede do município e aos paços do concelho [aqui também eu me incluo]; outros há
ainda que acham que esteve tudo bem, que foi bonito.
Se
calhar nem 8 nem 80. Veio e ponto final. Já está. Para além dos comentários que
fiz na crónica da semana passada, acho que a visita valeu a pena. Só tenho a
lamentar a restrição do acesso às populações, em especial às gentes de Mar.
Deviam ter permitido a passagem a pessoas pela rua – na avenida principal até
ao largo com o cruzeiro agora requalificado. Aí chegadas, devia haver algum
controlo, como é natural; devia ter funcionado a ordem natural, ou seja, tinha
lugar quem fosse chegando em primeiro lugar. Os que não coubessem assistiam
através dos ecrãs instalados à volta. Bem sei que, como em tudo, falar é bem
mais fácil que organizar ou fazer e que a segurança da comitiva presidencial
parece bem apertada e até algo exagerada. Sabendo que toda a logística da visita
terá estado a cargo ou sob a responsabilidade dos serviços da presidência, não
me parece que devam ser dirigidas à Câmara Municipal todas as responsabilidades
pelas tão criticadas, e muito bem criticadas, restrições no acesso ao local.
Aguarde-se.
Lá para o final do ano e na próxima campanha eleitoral para a presidência,
certamente teremos por cá candidatos a passar pela «Malafaia», pela «Zende»,
pelo «Bem-Estar» ou por qualquer outro espaço de acolhimento com “comes e
bebes” e bailaricos. Aí os candidatos andam no meio do povo e gostam de ver as
bandeirinhas a abanar lá bem no alto. A caça ao voto a isso obriga.
PARLAMENTO À VOLTA COM AS
CONTRIBUIÇÕES DO PM
O
debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, na Assembleia da República, realizado
esta quarta-feira, limitou-se a andar à volta da situação contributiva do
Primeiro-Ministro; dívidas, falhas, atrasos, esquecimentos, desconhecimento,
retificações e tudo o mais. Por favor, deixem-se de casos e casinhos e cumpram
a missão para a qual foram eleitos. Estão aí em representação das portuguesas e
dos portugueses que, com o voto, lhes confiaram a missão de olhar por Portugal,
pelo seu desenvolvimento e pelo bem-estar coletivo da população.
PASSOS EM CONTRAPASSO
Este
caso, que tem dominado o debate político, com tomada de posição do próprio
Presidente da República. Ficamos todos a perceber que, ao contrário do que
afirmam os cartazes do Bloco de Esquerda, recentemente instalados por todo o
país [em Esposende também há um, na rotunda da “Solidal”], o Dr. PC, acusado de
governar ainda mais à Alemã do que a própria Sr.ª Ângela, afinal, é bem
português. E é português com tudo que isso pode significar: qualidades e
defeitos. Estas duas últimas semanas foram muito ricas em casos de…
esquecimentos, por parte de figuras públicas, de diversas áreas e
responsabilidades. Segurança social, finanças, BES, GES, PT, enfim. Afinal
[quase] todos falham. O mesmo PM que mais aumentou a carga fiscal, que mais
apertou e esmifrou os portugueses, que tornou a máquina fiscal um autêntico
“homem do fraque”, que hipoteca e penhora tudo e todos, acha normal não ter ele
próprio cumprido com as suas obrigações. Acho que faltou ao Sr. PM alguma
humildade. Podia ter resolvido estas questões de uma forma simples, arrumando
de vez o assunto. Bastava ter proferido a seguinte frase: pelas minhas falhas,
que também as tive, peço desculpa aos portugueses. Afinal o cidadão
im…perfeito, aquele que em tempos afirmou ser de uma geração que honra os seus
compromissos e paga o que deve, também sofre de amnésia. Com esta, aproveito
para trazer aqui uma afirmação que um conhecido meu vai proferindo em situações
adversas e em momentos vários, para justificar eventuais falhas ou
esquecimentos. Diz ele: TODA A GENTE CUMPRE… PODENDO! Ora aí está!
PORTUGAL PRECISA DE LÍDERES
COM SENTIDO DE ESTADO E ESPÍRITO DE MISSÃO
O que em
Portugal precisamos é de pessoas com propostas e projetos que potenciem o
desenvolvimento do país e que contribuam para o bem-estar social e para a
felicidade dos cidadãos.
Precisamos
de quem se disponibilize para as funções da governação, mas que reúna
caraterísticas, como: fale verdade, apresente propostas credíveis e projetos
exequíveis e, ainda, que nos garanta que não se vai desculpar com o passado,
com anteriores governações, com o desconhecimento do estado do país ou das contas
públicas ou com a UE, com qualquer Troika ou grupo de Bruxelas.
Se esta
pré-campanha para as legislativas não elevar o nível e tratar do que
efetivamente interessa e a todos nos preocupa, depois, não se admirem com o
crescente número de portugueses abstencionistas.
PORTUGAL DESREGULADO
Alguém
me explica como é possível, num país dito civilizado, como o nosso, depois de
tanta agitação, tanta trapalhada, tantos “desvios” e tanto descrédito na Banca
portuguesa, ainda não ter havido nenhuma demissão nas entidades reguladoras:
Banco de Portugal e Comissão de Mercados, etc., etc., etc.?
Como
é possível não haver ninguém que assuma as suas responsabilidades? SERÁ QUE A
REGULAÇÃO E A FISCALIZAÇÃO FUNCIONARAM EM PLENO? Bem, se funcionaram e, mesmo
assim, tivemos grandes Bancos a falir e a deixar milhares de pessoas
prejudicadas, ainda sem reaverem o dinheiro depositado, o que teria sido se não
tivesse funcionado? Por isso, só posso deixar aqui o meu muito obrigado às entidades
reguladoras, por tão exemplar trabalho. E aproveito para estender este elogio a
outras entidades reguladoras, como a dos combustíveis, pois basta viajar numa
qualquer autoestrada, e mesmo noutras estradas, para verificar que não existe
qualquer cartelização de preços. Nem na energia, nem em muitas outras áreas que
o Governo privatizou, ficando apenas com as funções de regulação e de
fiscalização.
ESPOSENDENSE RICARDO BRAGA
APRESENTOU O SEU 1º LIVRO DE POESIA
Mais
um jovem a entrar na galeria de jovens esposendenses de excelência. Foi no
passado sábado, na Casa da Juventude, em Esposende, com casa cheia, que o jovem
Ricardo Braga apresentou o seu primeiro livro de poesia intitulado "O
Espaço do Ser". Parabéns, Ricardo Braga, pela forma como escreves e pela
coragem de, tão cedo e desde já, passares a escrito os teus belos poemas.
14-03-2015
MF
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