sábado, 27 de abril de 2013

MAIS UMA SEXTA COM «PROVA ORAL»


Caríssimas e Caríssimos;
Completaram-se ontem 39 anos do 25 de Abril, aquela data mágica que restituiu a democracia e a liberdade aos Portugueses;
Com sete anos de idade, à data, não posso dizer ter experimentado o anterior regime, ditatorial, os meus pais sim, mas posso afirmar a lembrança que tenho daquele dia 25 de Abril do ano de 1974, pois existem três palavras que me ficaram na memória: «revolução», «liberdade» e «povo»;
A liberdade alcançada através da revolução levada a cabo pelo Movimento das Forças Armadas o «MFA», com o total apoio do povo que saiu à rua em massa, dando total cobertura aos militares, sem a qual aliás não teriam conseguido tal êxito;
A actual situação do país deve fazer-nos reflectir sobre aquilo que foi o 25 de Abril, os seus objectivos e sobre o percurso percorrido nestes últimos 39 anos;
O que mudou, o que se conseguiu, o que correu bem e o que correu menos bem;
Fez-se a descolonização, chegou a realização de eleições livres, a liberdade de expressão e a igualdade entre homens e mulheres começou a ver a luz do dia;
O desenvolvimento, com a construção de infraestruturas e o apoio aos cidadãos, nas várias áreas, como a social, a económica, a educação e a saúde, etc., etc., etc.;
Entretanto e durante este período ainda se verificou a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, ex. CEE, de onde vieram rios de dinheiro, muitos milhões mesmo e posteriormente a entrada na moeda única, o «euro» e por aí fora;
Agora vivemos indiscutivelmente bem melhor, não havendo comparação possível, acontece é que na actualidade, ou seja, hoje mesmo, com a presente crise, o Governo está a impor cortes em direitos adquiridos e a reduzir o acesso a muitos serviços públicos até aqui gratuitos ou tendencialmente gratuitos e as pessoas tentam resistir a todo o custo a esta ofensiva o que é perfeitamente compreensível;
O maior flagelo da actualidade é o número de pessoas que não conseguem trabalho e que por isso ficam numa situação de grande fragilidade humana e social, em muitos casos em situação de extrema pobreza;
Na minha óptica os principais objectivos do nosso governo devem passar, quer por dar o seu «bom» exemplo com o corte de mordomias e gastos supérfluos, quer com uma governação séria e criteriosa, em contraponto com muito do experimentalismo que transforma pessoas em meros números e que por razões diversas têm saído um fiasco;
É urgente uniformizar sector público e sector privado, ciente das dificuldades, sei que terá que ser feito de uma forma gradual e por aproximação do privado ao público e nunca o contrário, como têm tentado fazer, pois só assim caminharemos para uma aproximação às médias dos restantes Estados membros da Comunidade Europeia;
Se com o 25 de Abril foi conseguida a democracia, a liberdade e um enorme desenvolvimento social e estrutural, não podemos agora permitir que graças a muitas das más politicas seguidas, de opções duvidosas, da falta de fiscalização e do descontrolo de vários dos Governos que nos têm desgovernado, dizia eu, não podemos agora permitir um esvaziamento tal do Estado social, que leve as pessoas à pobreza, ao desespero e a deixá-las sem as mínimas perspectivas de vida, ou seja, sem futuro;
É necessário apoiar as famílias e a própria natalidade, dar incentivos às pequenas e médias empresas, pois são estas que mais facilmente criam e mantêm postos de trabalho. Se pegarmos numa determinada verba e a distribuirmos por uma dúzia de pequenas empresas em vez de a aplicarmos numa única grande empresa, estamos a potenciar muito mais as economias locais e a criação de emprego, e ainda proceder a um alívio da carga fiscal sobre as pessoas;
Da sessão de ontem na Assembleia da Republica, aquilo que sobra é um espectáculo de imponência, desnecessário e desaconselhável, a lembrar o passeio da fama, com discursos incoerentes, enfadonhos e desconexos com a realidade que se vide no país real. Talvez já estivesse na hora de alterar aquele figurino das cerimónias do 25 de Abril e voltarem-se para o Portugal real, para as portuguesas e para os portugueses; Os partidos da oposição criticaram severamente o discurso do Senhor Presidente da Republica, mas não fosse um certo exagero na colagem e cobertura dada ao governo eu até concordo com aquele discurso, pois pareceu-me muito realista no tocante à actual situação do país;
Da agenda para o fim de semana quero salientar três actividades;
O luso-Galaico de BTT a realizar no concelho de Esposende;
Uma caminhada solidária a evocar o aniversário do Banco Local do Voluntariado de Esposende, este domingo de manhã, na qual conto participar, e
Mais um concerto musical “do renascimento ao barroco” na Igreja da Misericórdia em Esposende, domingo de tarde.
Um Bom fim de semana, um abraço, e
Até à próxima;
MF


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