segunda-feira, 9 de maio de 2016

À CONVERSA COM AGOSTINHO TEIXEIRA, CONDECORADO COM O CRACHÁ DE OURO DA LIGA DE BOMBEIROS PORTUGUESES





AGOSTINHO PINTO TEIXEIRA CONDECORADO COM O «CRACHÁ DE OURO» DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

“…O meu primeiro emprego foi funcionário administrativo do jornal “Norte Desportivo”, onde convivi com grandes nomes do jornalismo desportivo, como Alberto Sérgio, Manuel Dias e Joaquim Alves Teixeira, que era o diretor do jornal.… Esta crise é provocada pela ânsia do homem pelo poder, que não é capaz de se ver enquadrado num determinado tempo que já passa… Nos bombeiros ninguém se pode nem deve impor-se ou superiorizar-se pelas diferenças: deve prevalecer o interesse coletivo e os valores que o coletivo exige… O privilégio de Esposende reside nos seus habitantes e no ambiente que nos rodeia, a começar pelo ar que se respira... Esposende é uma cidade magnífica… Gosto de sair, de conviver e recordar, de ouvir música e escrever. Gosto de conversar passeando.”

Agostinho Pinto Teixeira nasceu no dia 16 de setembro do ano de 1945 na freguesia de Mosteiró, concelho de Vila do Conde. É filho de Albano Teixeira, natural de Rans, em Penafiel e de Ida Fernandes Pinto, natural de Mosteiró, Vila do Conde. Tem 4 irmãos e, em 1969, casou em Esposende, onde reside desde então, pese embora os dois anos de serviço militar cumpridos em Macau, de onde regressou em 1971. O meu entrevistado tem uma filha e duas netas.

CARO DR. AGOSTINHO VAMOS FALAR DE SI. DESVENDAR OS SEUS GOSTOS, AS SUAS PREFERÊNCIAS E RECORDAR MOMENTOS IMPORTANTES DA SUA VIDA
FOI PARA PROFESSOR. EM CRIANÇA ERA ESSE O SEU DESEJO. SER PROFESSOR?
Não. Houve uma certa pressão para, após o ensino primário, estudar o seminário. Eu tinha outras pretensões que se prendiam com a área da saúde, por exemplo medicina ou farmácia, a que se seguia a música. Durante algum tempo sonhei com a pesca. A minha mãe, mais tarde, dizia-me que eu tive muita sorte em ter ido para professor, pelo gosto e carinho que sempre tive para com os meus alunos. E fiz boa escolha. Hoje, sendo-se professor, não se tem garantido o sucesso na vocação.
HOJE, O QUE É QUE GOSTA DE FAZER?
Gosto de sair, de conviver e recordar, de ouvir música e escrever. Gosto de conversar passeando.
AO NÍVEL DA ESCRITA. SEI QUE TEM ALGUMA COISA PUBLICADA. FALE-ME DA SUA OBRA.
Tenho umas coisitas lá por casa. Escrevo contos e poesia e tenho muitos textos publicados. A compilação de tudo isso há-de ser dada à estampa.
E LEITURA. O QUE É QUE COSTUMA LER?
Gosto de ler Eça de Queirós, desde sempre. Também Virgílio Ferreira me seduz e, naturalmente, Fernando Pessoa.
UM LIVRO?
Dois marcantes: “Os Maias”, de Eça de Queirós, e “Os Meus Amores”, livro de contos de Trindade Coelho.
E MÚSICA. JÁ ME DISSE QUE ADORA OUVIR MÚSICA, MAS QUE TIPO DE MÚSICA?
Adoro música dos anos sessenta e música clássica. Corais, sobretudo.
E DESPORTO? PRATICA OU PRATICOU ALGUMA MODALIDADE? QUAL É O SEU CLUBE?
Pratiquei futebol mas ao nível dos infantis. Fui sempre guarda-redes. Hoje, faço caminhadas.
QUAL É O SEU CLUBE?
Sou portista, desde que me conheço como adepto. Coisas que os bancos da escola e da catequese inculcaram.
MAS VAI AO ESTÁDIO VER OS JOGOS? CERTAMENTE JÁ FOI AO ESTÁDIO DO DRAGÃO.
Sim, sim. Já lá tenho ido. Lembro que o meu primeiro emprego foi funcionário administrativo do jornal “Norte Desportivo”, onde convivi com grandes nomes do jornalismo desportivo, como Alberto Sérgio, Manuel Dias e Joaquim Alves Teixeira, que era o diretor do jornal.
Houve uma pessoa que me marcou muito na minha infância, que foi o Padre Ricardo Neto, que era de Valongo, mas Pároco em Mosteiró. Era um padre que cativava as crianças e os jovens. Com ele fui acólito, catequista e desempenhei ainda outros cargos na paróquia. Foi com ele que fui ver o primeiro filme, ainda me lembro muito bem, o “Marcelino Pão e Vinho”, o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, no Palácio de Cristal e foi com ele que comecei a gostar do Futebol Clube do Porto. Levou-me ver um Porto-Benfica, em que perdemos por dois a um. Mantenho um núcleo de amizades, colegas da Póvoa e de Braga, com as quais convivo regularmente
E A POLITICA NUNCA O SEDUZIU?
Foram várias as tentativas que fizeram. Recebi muitos convites de vários quadrantes, mas sempre achei que não tenho vocação para a política. A política como está desenhada provoca uma dependência com a qual não me identifico. Sempre quis manter esta minha liberdade de opinião e de intervenção.
E ESPOSENDE. DIGA-ME O QUE É QUE ESPOSENDE REPRESENTA PARA SI.
ESPOSENDE É UMA TERRA DE PAIXÃO.
Lembro-me de, com apenas 5 anos, ter estado neste mesmo local onde nos encontramos a conversar. Aqui almocei com os meus pais. Logo aí fixei na memória os encantos desta foz do Cávado. Esposende tem sempre coisas para descobrir. O privilégio de Esposende reside nos seus habitantes e no ambiente que nos rodeia, a começar pelo ar que se respira... Esposende é uma cidade magnífica!
MAS NÃO FALTA NADA EM ESPOSENDE? O QUE É QUE GOSTAVA QUE FOSSE FEITO PARA DAR AINDA MAIS ENCANTO À NOSSA CIDADE?
Falta-nos largueza. A nossa avenida marginal está com uma ocupação intensíssima em cada fim-de-semana. Esposende precisa de crescer para nascente e há a necessidade de um maior cuidado com os aspetos que embelezamo meio. A nossa cidade progrediu no sentido da maravilha e o rio enlaça-a com muita ternura e sedução…
E O PARQUE DA CIDADE. ACHA QUE DEVE SER CONSTRUIDO PARA A ZONA ONDE ESTÁ ROJETADO, ENTRE A DOCA DE PESCA E A PONTE?
Toda aquela zona é encantadora. O importante é que seja construído num local onde possa ter todas as condições de um verdadeiro parque de lazer.
QUAL FOI A SUA PRIMEIRA PAIXÃO EM ESPOSENDE?
A minha primeira paixão por Esposende foi a pesca. E depois a caça. Levantava-me às 3 da manhã para ir nos barcos com os pescadores lançar e recolher as redes. Quando não ia nos barcos, pegava na cana e pescava no paredão. Nessa altura havia peixe e não se pagava para usufruir o gozo que dava uma boa pescaria…
E HOJE, AINDA VAI À PESCA E À CAÇA?
Não. Quando entrei nos Bombeiros deixei de ter tempo para o fazer. Os Bombeiros passaram a ocupar-me de tal maneira que fiquei sem hipótese de fazer muitas das coisas de que gosto. Hoje, estou a recuperar algumas delas, como o passear e fazer caminhadas.
SENDO UM PROFESSOR DE LINGUAS, PORTUGUÊS E FRANCÊS, QUAL É A SUA OPINIÃO QUANTO AO (DES)ACORDO ORTOGRÁFICO?
Cumpro, mas não concordo. Uma língua viva não precisa de regras para evoluir e a sua norma estabelece-se com o uso.
E A ESCRITA USADA PELOS JOVENS NAS REDES SOCIAIS E NOS SMS’S?
Está a criar-se uma linguagem paralela que se entranha na nossa linguística e que daqui por 30 anos provocará efeitos avassaladores. Não tardará um novo registo escrito, apenas com iniciais e uma nova legendagem para os neologismos mais criativos.
QUAIS SÃO OS MOMENTOS QUE GUARDA COMO MAIS MARCANTES DA SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL?
Os que foram vividos na Escola Henrique Medina, da qual fui presidente do Conselho Diretivo, na Escola de Apúlia, que instalei e à qual presidi num total de nove anos e na António Correia de Oliveira, porque era ai que me encontrava no dia 25 de abril de 1974.
JÁ AGORA CONTE-ME COMO FOI ESSE DIA 25 DE ABRIL DE 1974
Era professor, cheguei à escola e recebi a informação que não havia aulas. O diretor era o Dr. Bernardino Amândio. Enviou-se um telegrama para o MFA a felicitá-lo pela janela de esperança que se abria. Os alunos foram mandados embora e nós ficámos a adivinhar futuros…
CONSIDERA QUE SE CUMPRIR ABRIL? O QUE ACHA QUE FALTA FAZER?
Não está inteiramente cumprido, mas houve muitas coisas que melhoraram imenso. Falta consolidar o Estado Social e aguentar a Economia que teima em não crescer.
E NA “EDUCAÇÃO” O QUE É QUE SE FICOU A GANHAR?
Foi aberta uma oportunidade para todos, que não existia, e foi conquistado o direito de ser livre, quer na palavra, quer no pensamento.
E HOJE COMO ESTÁ A “EDUCAÇÃO”?
Há muita instabilidade, provocada pelas constantes mudanças de políticas. Às vezes são muitas as orientações e poucos os concertos.
E OS EXAMES OU PROVAS DE AFERIÇÃO. CONCORDA QUE EXISTAM?
Concordo que a exigência passe por uma aferição de conhecimentos.
QUANDO É QUE VAMOS PODER ACOMPANHAR O DR. AGOSTINHO NO FACEBOOK?
Já tive uma página no Facebook, mas só durou 24 horas. Houve coisas que não gostei de ver e desativei. Um dia quem sabe, talvez volta a reativá-la. Há dias instalei o Watsapp, para mais facilmente comunicar com a minha família e amigos distantes.
E OS RECENTES E CADA VEZ MAIS REGULARES ATENTADOS?
Tenho a convicção que não vamos aguentar sem um conflito mundial. Tenho muito receio. Atemoriza-me o sofrimento dos que nos procuram para fugir à guerra e da nossa aparente incapacidade para lhes darmos paz.
SOBRE OS QUE FOGEM DA GUERRA E QUE TEM CHEGADO AOS MILHARES À EUROPA, O QUE ACHA QUE DEVE SER FEITO. E PORTUGAL DEVE ACOLHER OS REFUGIADOS, OS TAIS 5 OU 1O MIL TAL COMO HÁ DIAS REFERIU O PRESIDENTE DA REPUBLICA?
Julgo que o país tem essa capacidade. Devemos, pois, acolhê-los e integrá-los, sem negligência.
E A ATUAL CRISE?
Se não tivermos a lucidez suficiente para darmos lugar à esperança, acabaremos engolidos pelo esgotamento. Esta crise é provocada pela ânsia do homem pelo poder, que não é capaz de se ver enquadrado num determinado tempo que já passa.
E OS JOVENS PORTUGUESES, QUE APESAR DAS ELEVADAS QUALIFICAÇÕES VÊEM-SE OBRIGADOS A EMIGRAR.
Cada vez mais o mundo é de todos. Procuremos aprender a viver nele. Os jovens tem que fugir do próprio meio que até agora os cercou. As fronteiras já só existem na imaginação. Regredir poderá resultar em conflito. É este conflito generalizado que eu temo.
VAMOS AGORA FALAR UM POUCO DOS BOMBEIROS.
QUAIS FORAM OS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES VIVIDOS NOS BOMBEIROS E OS MAIS TRISTES?
O mais triste foi sem dúvida a morte dos nossos 3 Bombeiros: o Paulo, o Zé Pedro e o Pedro António. Foi uma tragédia que ensombrou e assombrou o quartel… Acho que a recuperação nunca se fez totalmente. Os mais felizes foram aqueles que pude comungar da satisfação dos elementos do Corpo de Bombeiros, principalmente nos momentos festivos em que os conseguia “dominar” pela palavra. E também do privilégio que tive de construir amizades no seio da organização nacional e local.
O QUE ACHA DA TÃO FALADA PROFISSIONALIZAÇÃO?
Não recuso a profissionalização. Sei que ela chegará, mas deverá ter sempre uma ligação umbilical ao voluntariado. O profissionalismo deverá construir-se sobre o voluntariado e a solidariedade que se plasmam numa relação de “amor” e “partilha”. Só serve bem, quem sabe e pode; e só é servido aquele que verdadeiramente necessita desse serviço. Em Portugal precisamos de criar uma cultura que seja exclusivamente dedicada a este princípio do humanitarismo.
MAS ACHA QUE O GOVERNO DEVIA ASSUMIR O FINANCIMENTO DOS BOMBEIROS?
Sim, sim, acho que sim, porque a realidade dos bombeiros de hoje nada tem a ver com os bombeiros de outros tempos.
UM DIA AINDA VAMOS TER O DR. AGOSTINHO A PRESIDIR À LIGA?
A presidir não digo nem nunca disse. Creio que essa foi uma hipótese colocada em tempos não muito longínquos. Só que isso obrigava-me a deixar Esposende e eu não estou disponível para trocar Esposende por Lisboa.
QUER DEIXAR UMA MENSAGEM AOS BOMBEIROS?
Nos bombeiros ninguém se pode nem deve impor-se ou superiorizar-se pelas diferenças: deve prevalecer o interesse coletivo e os valores que o coletivo exige. Nem que se tenha de abdicar do que cada um em cada momento e circunstância julga ser a melhor solução. Aqui também se põe a questão do interesse de quem confia no auxílio que podemos ter de prestar.
O QUE É QUE FAZ NOS DIAS DE “HOJE”?
Hoje, recupero a capacidade do sentir, para o poder transmitir.
UM SONHO?
Ver a continuação da minha família com o mesmo grau de felicidade que até hoje lhes foi proporcionado.
FORMAÇÃO E CURRICULO PROFISSIONAL
O DR. AGOSTINHO FOI DIRIGENTE EM TODAS AS ESCOLAS POR ONDE PASSOU, NA TROPA FOI RESPONSÁVEL PELAS ESCOLAS REGIMENTAIS E FOI PRESIDENTE FUNDADOR DO LIONS CLUB DE ESPOSENDE
Frequentou o ensino básico em Mosteiró. O preparatório e o Curso Geral de Comércio, na Póvoa de Varzim.
Em 1963 concluiu o Curso Geral do Comércio na Escola Industrial e Comercial da Póvoa de Varzim.
Em 1965 concluiu o Curso do Magistério Primária, sendo diplomado, com 17 valores, pela Escola do Magistério Primário de Braga.
Exerceu a atividade de Professor do Ensino Primário nas Escolas de Modivas (Vila do Conde), Fão e Esposende, deste concelho.
Foi professor na PSP e na Escola Oficial Sir Robert Hó Tung, em Macau, em 1970 e 1971.
No ano letivo de 1980/1081 concluiu a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Português/Francês, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo exercido funções docentes nas Escola Preparatória António Correia de Oliveira, em Esposende, Escola Secundária Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim, Escola Secundária Henrique Medina, na E.B. 2,3 de Apúlia, no concelho de Esposende, e na EB2,3 Abel Varzim, Vila Seca, concelho de Barcelos.
Foi Adjunto do Delegado Escolar de Esposende, Encarregado da Direção e Secretário do Conselho Diretivo da Escola Preparatória António Correia de Oliveira, Presidente do Conselho Diretivo da Escola Secundária Henrique Medina, Presidente da Comissão Instaladora e do Conselho Diretivo da Escola Básica 2,3 de Apúlia, e Presidente da Comissão Executiva Instaladora do Agrupamento de Escolas de Apúlia, todas no concelho de Esposende.
O Dr. Agostinho terminou a sua carreira profissional na Escola Abel Varzim no ano de 2002, altura em que se aposentou da docência.
NA PASSAGEM PELA TROPA FOI ENFERMEIRO COM O POSTO DE 2º SARGENTO MILICIANO
De referir que no ano de 1967 o Dr. Agostinho ingressou no Serviço Militar, no Curso de Milicianos, nas Caldas da Rainha. Passou pelo Hospital da Estrela, pelo Hospital Militar do Porto e pelo Regimento de Transmissões, na Arca D’Água. Esteve no GACA3 em Torres Novas e ainda foi a Macau onde esteve até 1972. Serviu sempre na área da saúde, como enfermeiro e com o posto de 2ºSargento Miliciano.
MUITO ATIVIDADE CIVICA E ASSOCIATIVA
Foi e é colaborador de diversos jornais regionais.
Colaborou na Rádio de Esposende, no programa “Prova Oral”, com crónicas semanais subordinadas ao título “A propósito de...”
Na mesma Rádio fez comentários de índole política (local) sempre que para tal foi solicitado.
Apresentou comunicações e foi palestrante em diversas iniciativas de instituições do concelho de Esposende (Câmara Municipal de Esposende, Fórum Esposendense, Rotary Clube de Esposende), no Rotary Clube de Vizela e nos BV de Monção, bem como em iniciativas escolares promovidas pelos respetivos órgãos, abordando diversificados temas de índole académica, pedagógica e relacionados com a sua experiência associativa.
CRACHÁ DE OURO PARA UM DIRIGENTE DE EXCEÇÃO COM UM CURRÍCULO DE EXCELÊNCIA AO SERVIÇO DOS BOMBEIROS DE ESPOSENDE, DA FEDERAÇÃO DISTRITAL E DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES
O Dr. Agostinho Teixeira é um dirigente de exceção e com um currículo de excelência, numa vida dedicada ao associativismo, ao voluntariado e a benemerência.
Presidente da Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende de 1986 a 2016. A estes 30 anos, enquanto presidente da direção, ainda se juntam vários outros no desempenho de outros cargos, o que faz com que a sua ação se tenha já desenvolvido ao longo de mais de um quarto de existência desta Associação. O Dr. Agostinho, nestes mais de trinta anos desenvolveu um notável trabalho que se traduziu numa indiscutível mais-valia para a dignificação e desenvolvimento desta Associação e do seu Corpo de Bombeiros. Efetivamente, ao longo dos sucessivos mandatos, o senhor Doutor Agostinho foi um presidente a tempo inteiro, capaz de traçar um objetivo ambicioso e de o prosseguir convicta e determinadamente. Com o seu arrojo, tenacidade e numa generosa entrega desprendida de quaisquer benesses ou recompensas, foi possível operar grandes transformações no sio desta Associação Humanitária. Se, por um lado, demostrou, desde logo, preocupação primordial em encontrar o equilíbrio económico-financeiro, por outro, merece destaque a preocupação demonstrada em garantir todas as condições para que o Corpo de Bombeiros pudesse ter ao seu dispor espaços adequados para o exercício das suas funções. Pela gestão que imprimiu à Associação, pela dedicação humana com que a serviu, pela empatia que criou com todos os bombeiros, pela dignidade que lhe transmitiu, pela obra excecional prestada, o seu nome ficará para sempre gravado a letras de ouro a esta Instituição centenária. Considerando o forte espirito empreendedor demonstrado, a sua capacidade de iniciativa e mobilização em torno de objetivos comuns, a sua notável dedicação enquanto Presidente da Direção, cuja ação e obra, marcadas por objetivos coerentes e bem estruturados, cunham de forma indelével a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende, dando um importante contributo para a dignificação, crescimento e desenvolvimento da mesma. Considerando que o Dr. Agostinho, revelou uma dedicação, empenhamento, eficácia e altruísmo absolutamente excecionais; Considerando ser esta uma forma de honrar e reconhecer toda a sua dedicação, o valor e o mérito do relevante trabalho prestado à causa desta Associação Humanitária; Considerando ainda ser esta a distinção devida àqueles que deram de si às grandes causas do nosso tempo e se empenharam em deixar um tempo melhor para os vindouros; Considerando que, reconhecer o seu contributo inestimável em prol da dignificação e desenvolvimento desta Associação e do seu corpo de Bombeiros, é um exercício de gratidão elementar, um ato de justiça que honra quem propõe e que enobrece quem venha a aprovar uma distinção que retribui, ainda que simbolicamente, a soma de benefícios prestados. Considerando, finalmente, que os serviços prestados o são, indubitavelmente, altamente relevantes, de carater abrangente e de inquestionável contributo para a Causa dos Bombeiros Portugueses, sendo de sublinhar e de dar publico conhecimento da ação do Senhor Doutor Agostinho Pinto Teixeira para que os exemplos como este floresçam no seio da sociedade portuguesa. Esta foi a fundamentação que foi unanimemente votada em reunião da Liga e que assim concedeu o Crachá de Ouro ao doutor Agostinho Pinto Teixeira.
Foi presidente da Direção da Associação Humanitária e Beneficente dos Bombeiros Voluntários de Esposende, de 1986 a 2016, cuja instituição também serviu, ainda, como vice-presidente (1980/1982) e, depois, presidente (1983/1985) da Assembleia Geral. Em 2016 voltou a assumir a presidência da Mesa da Assembleia Geral dos BVE.
Foi presidente do Conselho Fiscal e da Direção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, tendo, por inerência, desempenhado funções de delegado e conselheiro nacional, representando o distrito de Braga na Assembleia de Delegados/Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Foi, também, vice-presidente e presidente da Assembleia Geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, voltando a exercer a presidência da AG desta Federação em 2015. Foi vogal, com funções de secretário, da Assembleia Geral da Escola Nacional de Bombeiros.
De 2002 a 2003 foi Coordenador do Núcleo de Formação da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga e, de 2004 a julho de 2012, foi Delegado de Formação da Escola Nacional de Bombeiros no Distrito de Braga, tendo desempenhado as mesmas funções, cumulativamente, no distrito de Viana do Castelo em 2010.
Na Liga dos Bombeiros Portugueses foi vice-presidente da Mesa dos Congressos, sendo, atualmente membro do Conselho Superior Consultivo.
Foi aluno do Instituto de Defesa Nacional, tendo concluído, em 1995, o Curso de Auditores da Defesa Nacional.
DISTINÇÕES RECEBIDAS
Medalha de Assiduidade – Grau Cobre – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Assiduidade – Grau Prata – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Assiduidade – Grau Ouro – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Dedicação – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Serviços Distintos – Grau Ouro – Liga dos Bombeiros Portugueses; CRACHÁ DE OURO DA LIGA – 19/03/2016 – Liga dos Bombeiros Portugueses.
NOTA FINAL
Tenho que começar por dizer que o Dr. Agostinho Teixeira foi meu… professor. É um homem de reconhecido mérito, tanto na sua atividade profissional como em todos os cargos e funções que tem vindo a desempenhar. Presidente dos Bombeiros Voluntários de Esposende durante três décadas, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga durante cerca de uma década, Membro do Conselho Consultivo da Liga dos Bombeiros Portugueses há muitos anos e muitos outros cargos desempenhados a enriquecer um currículo que lhe confere um reconhecimento público de âmbito nacional. Atualmente é Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende e da Mesa da Federação Distrital, bem como Conselheiro da Liga.
Na Tropa foi responsável pela Escolas Regimentais, onde aliás recebeu um louvor. No ensino, desempenhou sempre cargos de direção ao mais alto nível nas várias escolas e agrupamentos por onde passou. Instalou e presidiu à Escola Preparatória de Apúlia. Foi fundador e presidente do “Lions Clube de Esposende”.
Muito mais haveria para dizer. A sua intervenção cívica na comunidade esposendense é sobejamente conhecida. A nível nacional é um dirigente de referência, tendo recebido dezenas de louvores e condecorações. A sua escrita, as palestras que profere a sua passagem pela rádio. Enfim, é um homem de ação e ao mesmo tempo alguém com um especial dom da palavra, sempre muito emotivo e apaixonado pelas causas que abraça.
O Doutor agostinho é amigo que qualquer um de nós gosta de ter, de preferência, por perto, pelo saber que transmite e pelos conselhos sempre muito assertivos.
Caro amigo Dr. Agostinho, felicito-o por todo seu percurso e agradeço-lhe tudo que tem feito em prol dos seus… alunos, dos seus amigos, dos bombeiros e de toda a comunidade. Os Bombeiros Portugueses estão-lhe gratos. Termino lembrando que muitas vezes, tão importante como saber estar é saber sair na hora certa e mais uma vez o Dr. Agostinho mostrou estar à altura. Estou a adorar participar na atual Equipa que dirige os Bombeiros de Esposende, da qual o senhor faz parte e de testemunhar a sua intervenção, sempre de grande nível e competência. Espero que nesta nova etapa, abrace novos desafios, porque o seu saber e os seus conhecimentos são sempre de grande utilidade. Bem-haja.
Mário Fernandes
30-04-2016









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