DEZEMBRO É POR EXCELÊNCIA SINÓNIMO DE SOLIDARIEDADE
O BANCO ALIMENTAR CONTRA A
FOME E A REDE SOCIAL DE ESPOSENDE REALIZAM CAMPANHAS DE SOLIDARIEDADE
Hoje
quero aqui destacar uma das instituições não-governamentais que em Portugal
desenvolve um importantíssimo papel na ajuda às pessoas e às famílias mais
carenciadas, mais desfavorecidas e mais necessitadas.
É
que passar fome, parece-nos uma expressão de outros tempos mas infelizmente é
um termo que tem aplicação nos dias que correm. Bem diziam os “antigos”; Deus
queira que um dia, isto não ande ao para trás!”. Pois, mas ao contrário daquilo
que já todos estávamos a ficar convencidos, está a andar e não é pouco. Para trás
vão ficando tempos de facilitismo, de consumismo e de desgoverno. A atual
situação de Portugal está a fazer-nos cair na dura realidade, fazendo-nos
lembrar que nem tudo é fácil e que nem tudo é garantido. Neste e noutros casos
era bom que fosse mas está à vista de todos que não o é.
A
crise mundial de 2008, com origem na crise financeira e do imobiliário nos EUA,
que rapidamente chegou à Europa e a Portugal, um país sem as mínimas defesas,
graças a políticas despesistas, injustificadas e sem qualquer controlo, fizeram
de nós um alvo frágil que nos obrigou ao pedido de resgate da troika. Uma
“ajuda” que trouxe consigo uma palavra que haveria de entrar no nosso léxico
diário: Austeridade, austeridade, austeridade. Hoje, todos sabemos bem o seu
significado e o alcance da sua aplicação. Pudera!
Esta
intervenção forçada por parte das instâncias internacional [FMI, BCE e EU]
obrigou à tomada de duras medidas de contenção que provocaram um fortíssimo
corte no estado social e no apoio aos mais desprotegidos. A dita classe média
acabou por ser, mais uma vez, a mais afetada com graves consequências na vida
das pessoas, a grande maioria com compromissos assumidos a ver os seus
rendimentos fortemente reduzidos e por outro lado as despesas sempre em
crescendo. Os empréstimos para a compra de casa própria, para compra de carro e
bens de consumo asfixiou as famílias, deixando-as no limite do praticável.
A
conjugação de todas estas situações, o aumento do desemprego e a degradação das
condições de vida resultou em situações de grande vulnerabilidade social. A
falta de estabilidade no emprego, o aumento do custo de vida e a degradação
familiar e social vieram criar uma quase que insuportável falta de recursos,
que acaba por se fazer refletir naquilo que um ser humano tem de mais
essencial: A alimentação!
E
já que falo na alimentação, um bem essencial, logo seguido da saúde e da
habitação, quero prestar a minha homenagem ao «Banco Alimentar Contra a Fome»,
uma organização não-governamental sem fins lucrativos que, como todos sabemos,
desenvolve um trabalho altruísta, ou seja, em prol dos outros. Daqueles que num
determinado período precisam de ser ajudados, amparados e apoiados.
Uma
organização que conta com o apoio de milhares de voluntários, várias centenas
do nosso concelho, como é exemplo o Banco Local do Voluntariado de Esposende,
na realização de campanhas de angariação de alimentos, do seu transporte e
armazenamento e mesmo na sua distribuição.
Sendo
uma resposta necessária, a mesma deve, sempre que possível ser provisória,
porque “toda a pessoa tem direito a um
nível de vida suficiente que lhe assegure e à sua família, a saúde e o
bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda aos serviços sociais necessários", tal como
consta do artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos do Homem. É verdade,
é esta a redação de tal artigo, amplamente subscrito pela quase totalidade dos
países do mundo inteiro. O problema é que apesar de subscrito, este texto e a
sua aplicação tem sido muito esquecidos.
Os
Bancos Alimentares são equiparados a “Instituições Particulares de
Solidariedade Social” e lutam contra o desperdício de produtos alimentares,
encaminhando-os para distribuição gratuita às pessoas carenciadas, bem como
pela angariação e recolha de dádivas de pessoas e instituições. Esta ação
baseia-se na gratuidade, na dádiva e na partilha, no mecenato e no
voluntariado.
As
campanhas de recolha de alimentos, como a que se desenvolve este fim-de-semana
de 29 e 30 de novembro contempla a recolha e na distribuição de alimentos. Os
alimentos recolhidos são posteriormente distribuídos, de acordo com os pedidos
que existem a nível nacional. Esta distribuição é feita de várias formas,
podendo contemplar a distribuição de refeições confecionadas ou cabazes de
alimentos por famílias necessitadas e previamente sinalizadas e identificadas
pelas instituições locais de solidariedade social, redes sociais, autarquias e
outros parceiros das redes sociais de cada concelho. No concelho de Esposende
este trabalho é desenvolvido pela Rede Social que identifica os beneficiários e
os serve através da Loja Social.
Este
trabalho solidário desenvolvido em rede, com base em parcerias locais pretende
por um lado evitar e eliminar o desperdício, fazendo-o chegar às pessoas que
passam enormes dificuldade e até fome. Isto é algo que a todos nos deve
envergonhar. Pertencer a uma sociedade consumista, fortemente despesista, tendo
ao lado alguém que nem sequer tem recursos para o mais essencial que é a sua
alimentação e a alimentação dos seus filhos e demais familiares.
Mais,
deve envergonhar todo o governante que convive com o desperdício, os excedentes
a produção da indústria agrícola e agroalimentar, onde são pagos subsídios para
não produzir e onde são deitados fora alimentos simplesmente para não estragar
preços nem prejudicar as margens de comercialização e os lucros de muitas
multinacionais.
A
luta contra a exclusão social deve ser uma das bandeiras de qualquer governo e
governante, a justiça social e a solidariedade devem andar de mãos dadas e
caminhar lado a lado na busca pela igualdade e pela qualidade de vida.
O
Banco Alimentar Contra a Fome realiza assim este fim-de-semana a sua grande
campanha de recolha de alimentos, contando em todo o país com um total
aproximado de 42 mil voluntários que deverão estar à entrada de mais de 1.900
lojas, para recolher a minha, a sua e a nossa doação. Ajudar não custa nada e
pode valer muito para quem quase nada tem.
Esta
campanha, segundo foi noticiado vai contar pela primeira vez com sacos de
papel, em substituição dos tradicionais sacos de plástico [a olhar pelo
ambiente, pois então] e conta ainda com uma nova forma de ajudar através da
“Ajuda Vale”. Para tal basta pedir um código de barras específico para poder
doar produtos ao Banco Alimentar Contra a Fome nas caixas dos supermercados e
nos postos de abastecimento de combustíveis.
NÃO PODEMOS FICAR INDIFERENTES
ÀS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE MUITOS PORTUGUESES VIVEM HOJE NO QUE TOCA A CARÊNCIAS
ALIMENTARES. QUE ESTA QUADRA NATALÍCIA SIRVA PARA UMA GRANDE MANIFESTAÇÃO DE SOLIDARIEDADE.
A
Rede Social de Esposende também se associou a esta grande campanha nacional
através do Banco Local do Voluntariado, associando-se desta forma à ajuda às
famílias, aos desempregados, às crianças e aos idosos, tradicionalmente os mais
necessitados.
A
Loja Social de Esposende que no próximo dia 11 de dezembro celebra mais um
aniversário tem desempenhado um papel de extrema importância na ajuda às
famílias Esposendenses e tem contado com o apoio dos parceiros da Rede Social,
de empresas e de pessoas.
Já
aqui dediquei uma crónica a esta temática da solidariedade, à qual dei o título
de «ESPOSENDE, UM CONCELHO SOLIDÁRIO». Que assim continue a ser.
Um
referência para a nossa fadista “FILIPA
MENINA” que tão bem representou o nosso concelho na grande final do
concurso «BragaFado’2014» realizado em Braga e no qual obteve um honroso
segundo lugar. Parabéns e continue a cantar e a encantar, com essa excelente
voz!
HOJE PELA RENATA, AMANHÃ PODE
SER POR UM DE NÓS
Um apelo para que participem na Colheita de Sangue e Registo de Dadores de Medula Óssea, a realizar no próximo dia 9 de dezembro, das 16h às 19h30, na Delegação de Marinhas da Cruz Vermelha Portuguesa. A Renata merece. Sejamos solidários!
MF
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