sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PORQUE HOJE É SEXTA MAIS UMA «PROVA ORAL»



Caras e Caros Amigos;

Hoje quero trazer aqui dois temas bem quentes, por sinal por estes dias bem frios;

A União Europeia decidiu esta semana, em reunião dos Ministros das Finanças da zona euro, dar início à criação da de uma união bancária, tendo por objectivo juntar os trezentos principais bancos da Europa, para que daqui por cerca de dez anos estejam preparados para responder a crises como a actual.

A mim, esta iniciativa preocupa-me um pouco, pois se já agora os bancos actuando individualmente tratam os clientes, seja Estados, seja empresas ou particulares da forma sobranceira como tratam, quando estiverem unidos, tenderão a cair na tentação, com muitas melhores condições, de com tanto poder económico e financeiro decidirem o futuro dos países, controlando-os e manietando-os, enfim tendo-os na mão.

A minha questão é muito simples:

Que Europa é esta, em que o seu Banco Central empresta dinheiro aos bancos com juros a 1%, para que estes emprestem este mesmo dinheiro aos Estados Membros com juros de 6% e mais e às empresas a taxas ainda muito mais elevadas?

Porque será então que o «BCE» não empresta directamente aos Estados Membros a esta mesma taxa?

… Interesses?

O segundo tema prende-se com a decisão de ontem do Tribunal Constitucional a chumbar a convergência das pensões entre «público» e «privado», pretendida pelo governo através de um corte de cerca de 10% nas «públicas»!

Se é inconstitucional, como alias já se ia percebendo, concordo totalmente com este chumbo. Considero mesmo que esta é a função deste Tribunal e que a crise não pode servir de justificação para atropelos à Constituição.

Se a Constituição começa a ser um entrave ao desenvolvimento do país, o que me parece razoável é que se inicie um debate com vista à sua alteração e não estas tentativas de a contornar!

Voltando a este chumbo, a única coisa que me preocupa é ver ser adiada mais uma vez a tão desejada, pelo menos por mim, como é público pelas minhas intervenções, convergência entre público e privado, seja a nível dos salários, horários, remunerações e pensões. Aquilo que sempre tenho afirmado é que para a mesma função deve haver remuneração, direitos e obrigações semelhantes!

Só espero que algum dia, algum governo, seja ele qual for, crie as condições necessárias para que se processe, ainda que gradualmente, uma uniformização do «público» e do «privado». Já que como se acaba de verificar e muito bem, não é possível baixar as mais altas, que se aumentem as mais baixas, para que não haja um Deus para uns e outro Deus para outros.

Sobre o plano b, c ou d do governo para fazer face a esta contrariedade do chumbo do TC, espero que o mesmo ou os mesmos não incidam sobre os mesmos do costume, mas que seja antes uma oportunidade para que os nossos governantes corrijam um conjunto de asneiras entretanto cometidas, com a absurda e incompreensível «sede» de ir além da troika! Se no ano passado a palavra do ano escolhida pela «Porto Editora» foi «entroikados» este ano o meu voto vai para «irrevogável» e já agora também me atrevo a votar desde já na palavra a eleger para 2014: «pontapénatroika»!

Quero deixar aqui uma sugestão musical para esta quadra natalícia, que passa por um excelente dvd editado pela Escola de Musica de Esposende, intitulado «Uma Viagem de Natal». Vale a pena ouvir!

E agora sim, votos de umas boas festas, de um excelente Natal com tudo de bom, essencialmente com muita saúde.

Bom fim-de-semana e um bom Natal.

Um forte abraço, e até à próxima!

MF


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