sábado, 30 de abril de 2011

INTERVENÇÃO POLITICA NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ESPOSENDE REALIZADA ESTA QUINTA-FEIRA DIA 28


Assembleia Municipal de Esposende de 28 de Abril de 2011, pelas 21 horas
Fórum Municipal Rodrigues Sampaio em Esposende

Intervenção de Mário Fernandes, no período de antes da ordem do dia:

"Exmo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Esposende e demais membros da Mesa;
Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal;
Exmas Senhoras e Senhores Vereadores;
Prezadas e Prezados Colegas;
Minhas Senhoras e Meus Senhores;
Caríssima Comunicação Social;

Esta minha intervenção visa apresentar uma breve análise que faço quanto à actual situação Social, Económica e Política do nosso país;

Em Portugal, vivemos hoje uma realidade, que poucos ou ninguém mesmo desejaria, temos cá outros Senhores a governar por nós, e isto só acontece porque a governação falhou, não soube planear, prever, ou antecipar os interesses de Portugal e dos Portugueses em Portugal e no mundo.

Somos cada vez mais, um país com gritantes desigualdades sociais, com um brutal número de portugueses sem emprego, um país onde as oportunidades escasseiam, um país onde a interioridade persiste, um país que tem no desemprego o maior mal nacional da actualidade, pois está a levar à pobreza, deixando muitas pessoas e muitas famílias, sem qualquer rendimento ou com rendimentos tão baixos, que levam à falta de condições e meios de subsistência;

Um país onde as pessoas estão a perder a auto-estima e a confiança, e a não acreditar nos políticos, nem nos governantes. Mas permitam-me que lhe diga que os principais responsáveis por esta crescente desconfiança são os próprios políticos, de outra forma não veríamos políticos e governantes prometer o inconcretizável, afirmar hoje uma coisa e amanhã totalmente o seu contrário, transformar a verdade de hoje na maior mentira de amanhã, assim como afirmar que o que hoje é dado como seguro e garantido e no dia seguinte deixe de o ser;

Quer se esteja no poder ou na oposição, temos que encarar a vida política como um acto social de grande importância e responsabilidade – as decisões que os políticos tomam, ou não tomam, influenciam e de que maneira, as vidas e o futuro de milhões de pessoas.

Elogia-se o papel da Comunicação Social quando esta ataca os nossos opositores e quando ridiculariza aqueles que connosco concorrem, mas se nos criticam a nós próprios já falamos numa comunicação social parcial, facciosa ou menos séria.

Deixemos cada um fazer o seu trabalho, exigindo a nós próprios aquilo que tão prontamente sabemos exigir aos outros: Profissionalismo, competência, seriedade, empenho e imparcialidade, nas acções e nas decisões.

Como foi triste ver muito recentemente os grandes grupos financeiros, decidir, ou influenciar decisivamente as decisões dos nossos governantes, como aconteceu ainda há dias, com o pedido de ajuda externa a que o governo foi sujeito.

Alguns dos políticos portugueses são hoje gestores profissionais da sua própria imagem e carreira, dos números mágicos das estatísticas, que lamentavelmente tratam o ser humano, como mais, ou menos um número, num universo de milhões.

Os jovens, ou menos jovens, que se esforçam, que estudam e que se licenciam, são hoje preteridos na procura de emprego, por terem, não poucas habilitações, mas, habilitações em excesso;

Preocupa-ma o futuro, especialmente o dos meus filhos e o de todos os outros jovens, que se vêem sem perspectivas futuras de emprego, por isso deixo aqui algumas sugestões que entendo úteis e necessárias para a saída desta estagnação, como;

Investir na fiscalização, para sejamos todos a pagar os impostos devidos, pois pagando todos, cada um de nós pagará muito menos;

Combater a economia paralela, pois segundo dados do próprio INE, existe mais de 25%, ou seja um quarto da nossa economia não é declarada e por isso está livre de impostos, minando a concorrência entre empresas e instituições;

Atribuição de pensões e reformas, unicamente por incapacidade ou por limite de idade;

Defender a Escola Pública e os diversos serviços públicos;

Limitar o número de mandatos dos Senhores Deputados, até para credibilizar a politica;

Acabar com Institutos e Fundações públicas que se sobrepõe, sendo desnecessários e enormemente despesistas e gastadores;

Criar verdadeiros incentivos à inovação e à produtividade;

Proceder a uma profunda reforma no Serviço Nacional de Saúde; e no Sistema de Justiça, para que esta seja mais célere e julgue em tempo útil;

Premiar a eficiência e a produtividade, etc., etc. etc.;

Os “Mercados” esses monstros ao serviço de interesses muitas vezes obscuros, que ditam as regras, sem qualquer legitimidade (democrática) ou outra, levando os países que não souberam prepara-se nem defender-se, a pôr-se de cócoras e a pagar juros incomportáveis. Como sabemos, Portugal ainda ontem contraiu empréstimos com taxa de juro a 12%.

Os políticos têm que falar verdade aos portugueses e deixar de iludir as pessoas, prometendo-lhes soluções antagónicas e inconciliáveis. Urge actuar na criação de igualdade de oportunidades, em políticas sociais e fiscais, justas e solidárias, que protejam os mais vulneráveis e os mais desprotegidos.

É importante cativar novas pessoas para a vida e causa públicas.

Entendo que a Democracia só existe realmente quando assegura a todos, sem excepção, a possibilidade de exercerem, em absoluta plenitude, os seus direitos e deveres.

Enquanto políticos, autarcas, ou responsáveis de Instituições, devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para proporcionar aos nossos munícipes e fregueses, todas as condições para o exercício da sua cidadania.

E a Cidadania pode exerce-se com eficácia se os poderes instituídos disponibilizarem os instrumentos capazes para o seu exercício.

Para mim, a melhor forma de comemorar e respeitar a democracia, é criar mecanismos de consolidação de uma democracia verdadeiramente participativa.

Por isso considero que não devemos deixar cair a ideia da realização de Assembleias Municipais descentralizadas, a realizar nas várias Freguesias do nosso concelho, com o objectivo de nos aproximarmos das pessoas, para que elas venham até nós e se interessem pela causa pública.

Quero terminar esta minha intervenção com uma palavra que tem neste momento um especial significado para o nosso futuro:

Esperança!

Esperança, porque acredito sinceramente que a nação há-de encontrar políticos capazes, competentes e realistas, que falem verdade e que ponham o interesse do país à frente de todo e qualquer outro interesse, ao contrário do que tem acontecido e se tem verificado.

É altura de sermos exigentes convosco próprios e também com os que nos rodeiam, especialmente com aqueles que se propõem governar e liderar o país, pois a concorrência e a competitividade europeia e mundial não se compadecem com a política do “deixa andar que um dia alguém há-de resolver”.

É certo e sabido, que esse dia acaba de chegar!

A responsabilidade tem que ser assumida por todos, como um desígnio nacional. E isso deve ser feito tanto na nossa acção como nas nossas opções onde se inclui a escolha daqueles que nos vão governar, usando o nosso voto como forma de premiar ou sancionar aqueles que livremente se apresentam a sufrágio. Aproveito para desejar as maiores felicidades aos vários candidatos a deputados nas próximas eleições legislativas, presentes nesta sala, a saber o Senhor engenheiro Couto dos Santos, Doutor Penteado Neiva, Doutora Ana Morgado, Doutor Manuel Carvoeiro, pedindo-lhes que defendam sempre o interesse das portuguesas e dos portugueses, nunca esquecendo as suas origens e as suas comunidades locais.

Portugal tem que se concentrar no presente, para se poder virar para o futuro, investindo na produção nacional, retomando actividades onde outrora fomos referência, aproveitar as nossas potencialidades e recursos naturais, valorizar as nossas competências e recursos humanos, retomar a confiança dos portugueses e nos portugueses.

Mário Ferreira Fernandes
Presidente da Junta de Freguesia de Curvos
Membro da Assembleia Municipal de Esposende"

MF


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