segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

À CONVERSA COM JORGE FARIA ESCRITOR E ROMANCISTA



JORGE FARIA, ESCRITOR E ROMANCISTA, ACABA DE EDITAR O SEU SEGUNDO ROMANCE «A CASA DOS MALDITOS»

”Um livro é, quase sempre, uma obra de arte, um espelho, um corpo esventrado por um bisturi que mostra aos leitores o que nos vai na alma.”

Jorge Faria nasceu no dia 14 de outubro de 1960. É natural de Curvos, mas há muito que vive em Palmeira de Faro, Esposende, onde casou com Josefina Gomes. Tem duas filhas, a Catarina e a Diana Faria.
Professor e escritor, nas vertentes de romance, conto e poesia, são algumas das atividades que lhe conhecemos. Depois da publicação de vários contos e do primeiro romance “Os Pecados do Padre José Pilar”, eis que surge o segundo romance lançado esta semana, com o título «A Casa dos Malditos». A sessão de apresentação realizou-se no auditório do centro paroquial de Palmeira de Faro e contou com a presença de muitas pessoas que aproveitaram para adquirir o livro e ter a rubrica do seu autor…
Vamos então conhecer um pouco melhor o amigo JORGE FARIA. As suas raízes, o seu percurso, a sua formação, os seus gostos, o romancista e a sua obra.

GOSTOS PESSOAIS
”Quanto a gostos pessoais, destaco a docência como o mais afirmativo. Gosto muito de comunicar e, se nessa comunicação puder haver ensino e aprendizagem, tanto melhor. A docência, “o dar aulas”, preenche-me o ego, liberta-me e ajuda-me a crescer. Não há nada melhor do que acompanhar o crescimento intelectual das crianças e a sua capacitação.
Para além disso, gosto muito de conviver com o campo e com as suas coisas: o verde, os cheiros, o amanho da terra e o zelo a quem nos dá o comer. Noutro patamar de gostos, destaco o ler, o escrever e o reler, o pintar a óleo, o canto, o passear e o conhecer. Não serei diferente dos outros, com certeza.”
DESPORTOS PREFERIDOS. CLUBE?
”Os meus desportos preferidos serão o futebol, como assistente, e reconheço um fraquinho pelo S.C. de Braga, seguido do Benfica. Gosto de ver automobilismo, rali, atletismo, bilhar e outros”.
HOBBYS?
”Como hobbys cumpro os meus gostos. Quando me sobeja algum do tempo do dia, canto umas baladas e uns faditos, umas árias de ópera, e toco um pouquinho de viola, muito pouquinho. Pinto, embora menos do que desejaria, umas telas a óleo, leio e escrevo. Faço caminhadas, com alguma corrida de permeio, e jogo às cartas com os amigos e um pouco de bilhar.”
EM QUE OCUPA OS TEMPOS LIVRES?
“Os meus tempos livres ocupo-os com os hobbys e, como tal, deixam de ser livres.”
A ESSE GOSTO PELA ESCRITA TAMBÉM ESTÁ CERTAMENTE ASSOCIADO O GOSTO PELA LEITURA. O QUE É QUE COSTUMA LER?
”Quanto a leituras, poderei destacar autores portugueses, os quais procuro em certames de escrita, em feiras e, logicamente, vou também pela publicidade que passa de boca em boca. Normalmente, sou leitor de autores, isto é, de um autor, se gosto, leio tudo. Assim aconteceu com, por exemplo, o contemporâneo José Saramago, o José Rodrigues dos Santos, o Mia Couto, o Miguel Sousa Tavares e com alguns dos clássicos como o Eça, O Camilo, o Júlio Verne e o Júlio Dinis, e os poetas Fernando Pessoa, o Cesário Verde, o Guerra Junqueiro, o Camões, o José Régio, entre outros.
QUAIS SÃO OS SEUS AUTORES PREFERIDOS, A NÍVEL NACIONAL E A NÍVEL INTERNACIONAL?
”Quanto aos portugueses são os atrás referidos e quanto aos estrangeiros o meu gosto reparte-se por estilos. Assim, admiro Kafka pela singularidade da escrita, admiro Samuel Becket pelas reflexões sobre as coisas miúdas da vida, admiro Marx pela avareza dos pensamentos públicos e sociais, Júlio Verne pela prenunciação do futuro e pela lhaneza de pensamento e Gabriel Garcia Marques pela assunção de um mundo que ele vive e faz ou outros viverem.”
QUANDO COMEÇOU A ESCREVER?
“Escrevi desde sempre. Com cerca de treze anos, quando comecei a ter alguma ideia do que era a vida e a sociedade em que vivia, iniciei a escrita de um romance, que eu já via nos escaparates das livrarias, com o título sugestivo “Dois Dracmas por Buda” e que verteria o preço da religião e o seu custo na sociedade. Ainda terei por lá umas cem páginas de tal escrito. Depois, pelos catorze ou quinze anos apareceu a escrita de versos, de poesias infindáveis, tão dolorosas quanto o amor platónico que todos nós experimentamos nessas idades. Recordo um concurso em que participei no liceu de Barcelos em que me atribuíram o primeiro e segundo lugar e que, após perceberem que era o mesmo concorrente com os dois primeiros prémios, me relegaram para o segundo e terceiro prémios. Ganhei, então, o livro “Portugal e o Homem” de Vitorino Nemésio. Depois, entre poesias e prosa, contos e textos dramáticos, escrevi sempre. Academicamente também fiz vários trabalhos que implicaram investigação e escrita. Tenho assim dois romances publicados e dois outros escritos e por publicar. Neste momento encontro-me a escrever acerca da exploração do volfrâmio no monte do Faro, nas décadas de trinta a cinquenta.”
QUAL FOI O PRIMEIRO TEXTO QUE ESCREVEU?
“ Seriamente, foi o romance “Dois Dracmas por Buda”.
QUAL O GÉNERO DE ESCRITA QUE MAIS O CATIVA?
“Sem dúvida o romance. E é o romance porque me permite partir de uns quantos acontecimentos reais, vividos por mim, ou chegados a mim através de contos orais e deambular, acrescentando-lhes outras histórias que acho interessantes para mim e para o leitor. O conto também me satisfaz mas, aí, não temos a mesma liberdade de expressar o nosso sentimento, a nossa interpretação, enquanto no romance isso é-nos permitido.”
QUANTOS LIVROS JÁ PUBLICOU?
”Já publiquei como autor dois romances. Foi “Os Pecados do Padre José Pilar”, que considero ter sido um sucesso de escrita e de leitura, visto a crítica ser muito positiva quer quanto à narrativa, quer quanto à escrita, em si. Publiquei agora “A Casa dos Malditos” e que, a avaliar pela procura de exemplares, irá ter igual sucesso. É uma história que se desenvolve entre as terras de Vila Cova, Curvos e Palmeira, no final do século XVIII e em que o amor, a intriga, o ódio, a vingança e o poder cativam o leitor. Em co-autoria, publiquei o livro de poesia “Filhos das Ervas”, (1998), o livro de poesia, prosa e contos “Curvos, encantos e letras soltas”, a antologia poética “Entre o sono e o sonho”, de 2015, o livro “O Ensino do Português no 1º ciclo do ensino básico” (2010), e fui organizador da coletânea de contos infantis inéditos “No princípio era assim…” (2009).
QUAL FOI O LIVRO QUE MAIS PRAZER LHE DEU ESCREVER?
“A Casa dos Malditos.”
E O QUE OBTEVE MAIOR SUCESSO?
”Para já, foi o romance “Os Pecados do Padre José Pilar”. “A Casa dos Malditos” saiu só há uns dias. Vamos ver. Dêmos-lhe tempo para amadurecer na boca das pessoas.”
JÁ RECEBESTE ALGUNS PRÉMIOS PELA TUA ESCRITA. ISSO FOI IMPORTANTE PARA QUE CONTINUASSE A ESCREVER?
”Sim. Já tive alguns prémios pela escrita mas, o que realmente me dá prazer na escrita é o ser reconhecido, não pelos prémios, mas pelos leitores. O facto de gostarem da minha escrita é muito importante.”
SE TIVESSE QUE DIZER O QUE É PARA SI UM LIVRO, O QUE É QUE DIRIA?
”Um livro é, quase sempre, uma obra de arte, um espelho, um corpo esventrado por um bisturi que mostra aos leitores o que nos vai na alma.”
E OS SEUS LIVROS. COMO OS CLASSIFICA?
”Para mim, são muito importantes. Eu voltaria a escrevê-los. Para os outros… saberão eles.”
QUANDO PUBLICAMOS UM LIVRO TEMOS UM OBJETIVO. O QUE ESPERA ATINGIR OU CONSEGUIR COM OS LIVROS QUE ESCREVE?
”Os meus objetivos são simples. Quanto aos contos, pretendo perpetuá-los. Chegaram-me pela vida, pela boca de meus pais e pela vizinhança e eu registo-os para que outros consigam perceber um tempo que se apagou demasiado depressa. Os modos de viver alteraram-se completamente nos últimos quarenta anos e eu tive a prazer e a sorte de ter vivido antes e depois da liberdade, e de ter experimentado as agruras da vida campestre e de ter quem me contasse tempos ainda mais difíceis, como os tempos da segunda guerra em que a fome e a miséria imperavam. Quanto aos romances, o meu objetivo é presentear os outros com belos escritos e histórias da sua terra. Entendo importante que a nossa história, a história da nossa terra, fique registada sob qualquer forma e a forma que eu encontrei de o fazer foi a escrita e a música, pois também publiquei algumas letras musicadas.
COMO É QUE SE DEFINE A SI PRÓPRIO? ESCRITOR, POETA, ROMANCISTA, CONTADOR DE HISTÓRIAS?
”Defino-me como um comunicador. Os meus romances têm poesia, relatam pequenas histórias que poderão ser considerados como contos. Desse modo, acho que serei um romancista pois este género engloba os outros.”
ESPOSENDE TEM ASSISTIDO A UMA GRANDE ATIVIDADE LITERÁRIA. NÃO FALTAM AUTORES A PUBLICAR E TEM HAVIDO APRESENTAÇÃO DE LIVROS COM GRANDE REGULARIDADE. A QUE ACHA QUE SE DEVE ISSO?
”Tenho a certeza que são muito pouco publicitadas tais ações, pois sou esposendense e raramente me chegam ao conhecimento tais eventos. Mas, é muito bom sinal. Primeiro, permite-nos reconhecer que não são somente os muito letrados que escrevem e publicam. Depois, merece-nos respeito qualquer publicação, pois tal implica, sempre, muito esforço do autor e o alargamento da sua dimensão pessoal e social. Por fim, aumenta-se o pecúlio literário público. Mas tal deve-se sobretudo ao aumento da escolarização e à melhoria das condições de vida das pessoas.
ACHA QUE O APOIO DO MUNICIPIO DE ESPOSENDE À CULTURA TEM SIDO SUFICIENTE?
”Não tenho uma resposta fundamentada a essa questão. Por vezes penso que a ideia de cultura não é unânime para todas as entidades, e há “cultura” que traz mais proventos ao município do que outra, e o município opta por apoiar determinado tipo de “cultura” em determinado tempo. São opções. Acho, contudo, que deveria ‘olhar’ um pouco mais para os artífices de cultura concelhios para que não se percam alguns valores.”
E O APOIO AOS JOVENS AUTORES?
”No que me diz respeito, até ao momento, nunca tive qualquer apoio. É claro que não sou jovem, mas sou jovem autor. Acho que o município é uma grande máquina administrativa que facilmente ajudaria qualquer autor na promoção das obras e na sua distribuição pelas bibliotecas concelhias, o que facilitaria a sua publicitação. Poderiam fazer mais, acho. A cultura traz proventos. Basta saber carreá-la. ”
HÁ MUITO QUE VENHO A SUGERIR A CRIAÇÃO DE UM “PRÉMIO LITERÁRIO MUNICIPAL”. JÁ FOI PROMETIDO MAS PARECE TARDAR EM SER APLICADO. ACHA QUE É IMPORTANTE CRIAR ESTA DISTINÇÃO PARA AUTORES CONCELHIOS?
”Não seria má ideia. De entre muitos, alguns aproveitar-se-iam.”
BEM, VAMOS AGORA FALAR UM POUCO DA NOSSA TERRA. O QUE PENSA DA CIDADE E DO CONCELHO DE ESPOSENDE?
”A cidade necessita urgentemente de povo que circule, que viva, que compre, que respire Esposende, que a faça palpitar, que a reestruture, que a afirme como um centro citadino no litoral norte. A melhor forma para isso é atrair indústria. O comércio sobeja já. As zonas industriais têm-se transformado em vespeiros de negócios de comércio e, quanto a indústria, pouco há. A captação de indústrias seria um modo eficaz de fixar trabalhadores na região. Quanto ao concelho, entendo que muito tem sido feito, mas os recursos gastos em determinados serviços que se têm reproduzido como cogumelos em tempo invernoso, tal como serviço para a terceira idade, que se digladiam para roubar utentes uns aos outros, ou as atividade de tempos livres para crianças, poderiam ser aproveitados noutros setores ou direcionados para áreas sociais ou culturais. As pessoas sentem-se mais iguais, mais independentes e mais otimistas e isso é bom e promissor. Todavia, Esposende é um local ótimo para se viver e estar.
E DO ATUAL MOMENTO POLITICO EM PORTUGAL? AGORA PARECE QUE O QUE ESTÁ A DAR É FICAR EM SEGUNDO LUGAR. SERÁ?
”Quando votei, em 2011, nunca esperei que se fizesse uma coligação pós-eleitoral (PSD-CDS/PP). Não gostei que a tivessem feito. Para além disso, o então candidato Passos Coelho venceu as eleições prometendo o que não quis ou não pôde cumprir. Contudo o que prometeu fez com que nele votassem. O candidato que agora ficou em segundo lugar irá chefiar um governo minoritário com suporte parlamentar dos partidos de esquerda. Sou contra isso? Não. Mas não votei nessa solução. Como a minha memória não é curta, acho que o partido que ganhou as eleições deveria governar e o PS, que não as ganhou, deveria manter-se na oposição. Aí, com um governo minoritário, teria mais força do que o próprio governo, teria mais peso político do que o primeiro-ministro e, na hora oportuna ou devida, bastaria uma moção de censura para o derrubar.
Compreendo que o nosso já primeiro-ministro, indigitado, neste momento, não teve outra saída e atendeu à urgência do seu futuro político.
O NOVO GOVERNO TEM UM MINISTÉRIO DA CULTURA, O QUE JÁ NÃO ACONECIA HÁ ALGUM TEMPO. PARECE-LHE IMPORTANTE?
“A Cultura, com letra grande, a cultura do ministério não chega aos municípios, Dedica-se a distribuir ridículas verbas pelos teatros, cinemas, produtores, encenadores, entre outros e a inaugurar casas de cultura. Não vejo benefícios imediatos. Contudo, reconheço que há uma ideia política em tal criação de ministério.”
E DESTA VAGA DE REFUGIADOS?
“Fogem porque têm medo, fome, miséria, dor e mágoa, saudade e desespero. Até eu fugiria! Considero que a Europa tem a obrigação moral e cívica de os ajudar, pois contribuiu decisivamente para o estado de guerra em que tais regiões vivem. A América também tem grandes responsabilidades nisso. Contudo, não bastará acolhê-los. Fará falta ajudá-los arranjando-lhes empregos, meios de subsistência, lares, roupas, alimentos e futuro pois é futuro, o que procuram.
E OS MAIS RECENTES ATENTADOS TERRORISTAS?
Qualquer atentado é condenável e os perpetrados contra pessoas indefesas, crianças, velhos, jovens são ainda mais repugnantes.
UM SONHO?
“Ser muito feliz.”
COM DOIS LIVROS PUBLICADOS, ONDE ESPERA CHEGAR?
“Espero ficar onde estou. Ter amigos, ser feliz, ter uma família ótima, uma vizinhança amigável, uma terra linda. E espero publicar outros títulos, pois os projetos são muitos.”
ONDE ESTÃO À VENDA OS SEUS LIVROS?
”Em várias livrarias. Na Fnac, na Almedina, na Chiado, no El Corte-Inglês, na Centésima Página e na Culturbraga, em Braga, na Note do Continente entre outras. Eu também tenho sempre alguns exemplares de reserva, para um ou outro interessado. Em Esposende o Bazar Serra tem sempre alguns exemplares, também.
O QUE É QUE SENTE QUE AINDA LHE FALTA FAZER?
“Tudo o que ainda não fiz. Passear muito, ler e escrever bastante”.
TAL COMO AFIRMOU NA RECENTE APRESENTAÇÃO DO SEGUNDO ROMANCE, ESTÁ A ESCREVER NOVO LIVRO QUE PODERÁ SER APRESENTADO NO PRÓXIMO ANO. SERÁ QUE NOS PODE, DESDE JÁ, DESVENDAR O SEU ENREDO OU MESMO O TITULO?
“Irá desvendar um conjunto de histórias acerca da exploração do tungsténio, o vulgo volfrâmio, no monte do Faro, em Palmeira. Para isso, parti de um conjunto de entrevistas e de investigações várias (documentais, orais e fotográficas).
NOTA FINAL
Conheço o meu caro e bom amigo, Jorge Faria, desde longa data. Vou transcrever aqui parte daquilo que foi a minha intervenção na sessão de apresentação do livro «A Casa dos Malditos» realizada no passado dia 21 de novembro, no auditório paroquial de Palmeira de Faro. “Cumprimento a Mesa, o autor, prof. Jorge Faria e saúdo esta bonita plateia. Estando em concorrência direta com Jorge Jesus e Rui Vitória [do Sporting / Benfica] e ainda mais com um outro escritor, Pedro Chagas Freitas, a esta hora em Esposende, e apesar de tudo isso termos este auditório tão composto, só pode significar o carinho que nutrimos pelo Jorge Faria e pela excelência da sua escrita. É também um sinal de que as pessoas estão atentas à cultura e que este país não são só os “futebóis”.
O convívio com o prof. Jorge permite-me trazer aqui, hoje, a esta bonita sessão e a tão ilustre plateia, o meu conhecimento e o meu testemunho a cerca do homem. Já aqui muito foi dito sobre o seu profissionalismo e o seu currículo, por isso vou falar- vos apenas um pouco do lado mais pessoal, social e até intimista:
Do seu trabalho apenas testemunhar que fiz parte de um júri de um concurso de escrita, que organizei na Junta de Freguesia de Curvos, que avaliou uma série de trabalhos onde se encontravam vários contos de Jorge Faria, tendo sido distinguido com um segundo lugar e uma menção honrosa. Para além disso aquilo que todos sabem, pelo menos aqueles que leram o seu primeiro romance «Os Pecados do P.e José Pilar»: Um romance arrebatador e envolvente.
Mas afinal, quem é Jorge Faria?
É um homem de trato fácil e com um discurso sempre muito direto e informal. O Jorge Faria não é cá homem de meias palavras, ou do diz que disse. Lembro-me quando o conheci logo se encarregou de me “impor” um trato informal, no sentido de nos tratarmos por “tu”.
Permanentemente bem disposto e sempre com uma piada na ponta da língua. Gosta do convívio e deixa alegre quem com ele priva e conversa. Possuidor de uma invulgar perspicácia e de um apurado sentido de oportunidade, brinda-nos com um apurado humor, bem refinado, muitas vezes matreiro, mas inofensivo. Digo eu.
O seu primeiro romance foi um sucesso. Quem já o leu estou certo que concordará comigo. A crítica foi muito positiva. A grande virtude da escrita do Jorge Faria provém precisamente desta capacidade inata do autor para criar e para transpor para a escrita aquilo que lhe vai na alma, fruto de um estudo e de uma investigação tão empenhada, que coloca na preparação dos seus contos e romances ficcionados.
Nos seus livros, neste caso nos seus romances, não falta o picante que ele tanto gosta de puxar à conversa. Esta é aliás uma das principais caraterísticas do seu estar e do seu ser. Vive com entusiasmo e paixão tudo aquilo que faz.”
A todos os amigos e conhecidos aconselho a compra do livro. Leiam-no e sugiram a sua leitura. Não há nada como o prazer de folhear um livro. A internet jamais substituirá o papel, antes o complementará.
Bem hajas, Jorge e continua assim, porque é um prazer ler-te. Agora que nos habituas-te à tua escrita, vais ter-nos sempre à espreita, à espera do... próximo. Estou certo que ainda hás de figurar na galeria dos grandes escritores portugueses. Um abraço, forte.
Mário Fernandes
04-12-2015








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