quinta-feira, 17 de setembro de 2015

À CONVERSA COM O P.E DELFIM FERNANDES ARCIPRESTE DE ESPOSENDE



PADRE DELFIM FERNANDES, ARCIPRESTE DE ESPOSENDE E MODERADOR DOS PÁROCOS DA NOVA «UNIDADE PASTORAL ESPOSENDE CENTRO/SUL» A CRIAR NO PRÓXIMO DIA 20
“CRIAÇÃO DA UNIDADE PASTORAL EM ESPOSENDE PODE SER MODELO PARA O FUTURO DA IGREJA”

O meu entrevistado de hoje é o sacerdote que tem a seu cargo o arciprestado de Esposende e que vai moderar e coordenar a nova Unidade Pastoral a criar no próximo dia 20 e que vai envolver 8 paróquias e ter a designação de «Unidade Pastoral Esposende Centro/Sul, englobando Vila-Chã, Esposende, Gandra, Gemeses, Fão, Fonte Boa, Rio Tinto e Apúlia.
Delfim Duarte Fernandes nasceu no dia 15 de março de 1962 em Rio Tinto e reside na Casa Paroquial de Esposende. Foi ordenado padre no ano de 1986 e nomeado arcipreste de Esposende em 2013. É professor no Agrupamento de Escolas Cego de Maio na Póvoa de Varzim, atual Pároco de Esposende e de Vila-Chã e adepto do Futebol Clube do Porto.
PARÓQUIAS POR ONDE PASSOU / CARGOS DESEMPENHADOS
De 1986 a 1990, foi Chefe de Redação do Jornal Diário do Minho celebrava nos Congregados e tinha a seu cargo o Secretariado da Educação Crista. Depois foi nomeado pároco das paróquias de Vila Cova, Perelhal e Mariz, onde esteve durante 9 anos. Em setembro de 1999 transitou para as paróquias de Esposende e passados 6 anos assumiu também a de Vila-Chã. Em Janeiro passado, Apúlia e Rio Tinto
GOSTOS PESSOAIS
Leitura: Sagrada Escritura e outros, sempre relacionados com o tema. Música: Clássica; Tempos livres: Não tenho; Hobby: Passear, mas é raro por falta de tempo. Nem férias tive este ano.
CONCELHO DE ESPOSENDE
O que pensa da cidade e do concelho de Esposende?
É uma cidade pequena mas agradável para viver. Esteve bastante tempo parada mas nos últimos anos tem-se desenvolvido muito bem. Harmoniosa na sua construção, com um povo simples e acolhedor. A nível político, sem grandes politiquices.
O que acha que pode ser melhorado no nosso concelho?
Há uma grande lacuna sobretudo nas freguesias rurais. O Saneamento básico é a necessidade mais premente. Agua já tem, mas falta saneamento básico.
MAIS UM ESTÁDIO COM O NOME DE UM PADRE [EXISTE O ESTÁDIO PADRE SÁ PEREIRA EM ESPOSENDE, SÓ QUE ESTE EXERCEU FUNÇÕES AUTÁRQUICAS]. O ESTÁDIO DO F.C.MARINHAS PASSOU A DESIGNAR-SE DE “ESTÁDIO PADRE AVELINO MARQUES PERES FILIPE”, DEVIDO À SUA ESPECIAL DEDICAÇÃO AO CLUBE. QUE SIGNIFICADO PODEMOS RETIRAR DESTE GESTO?
É apenas o reconhecimento que fazem ao homem, não ao padre, que não deve meter-se em política nem no futebol, o que não quer dizer que não possa ajudar os clubes da terra. O P.e Avelino esteve com o clube, sobretudo nos tempos mais difíceis, por isso que me parece uma justa homenagem.
A PARTE NÃO RELIGIOSA [PAGÃ] DA FESTA DESTE ANO DA SENHORA DA SAÚDE FOI ASSUMIDA PELO MUNICÍPIO OU FOI REALIZADA PELA PARÓQUIA? E OS CUSTOS ESTIVERAM A CARGO DE QUEM?
As festas foram realizadas pela paróquia, como habitualmente, mas com uma maior colaboração do Município, ao integrá-las nas festas de verão do Município.
O QUE ACHA DA PRESENÇA DE POLÍTICOS EM LUGAR DE ESPECIAL DESTAQUE NAS PROCISSÕES?
A nível de protocolo não somos obrigados a convidar ninguém, tal como o contrário. Saímos do protocolo. De qualquer modo pela consideração que temos pelas pessoas que ocupam cargos públicos nunca deixamos de os convidar, independentemente dos partidos. O pároco enquanto presidente das comissões de festas deve assinar os convites e ver bem quem se convida. Normalmente em cada terra, para a festa principal convidasse o presidente da Junta, o Presidente da Câmara e da Assembleia e os presidentes ou diretores das instituições. Autoridades civis e militares. A nível partidário não há convites.
É natural que algumas pessoas confundam presidentes de partidos com outros cargos por estes desempenhados.
PARÓQUIA DE ESPOSENDE
Sabendo-se que fez a requalificação da Igreja Matriz de Esposende, com melhoramentos e ampliação, com a construção da Capela do santíssimo, wc a norte, bem como a reconstrução total e ampliação da residência paroquial o que é que falta neste momento fazer em Esposende?
NA IGREJA ESTÁ PRATICAMENTE TUDO FEITO. PROCURAMOS MANTÊ-LA E CONSERVÁ-LA PARA NÃO VOLTAR AO ESTADO EM QUE ESTAVA.
COMEÇAMOS PELA CASA. PARAMOS PORQUE ERA ANO JUBILAR (NÃO SE PODIA MEXER NA IGREJA). EM MAIO DE 2011 PARÁMOS COM A CASA E COMEÇAMOS AS ORAS DA IGREJA. TERMINADAS AS OBRAS DA IGREJA PASSADO 1 ANO E APESAR DA DÍVIDA AINDA SER GRANDE, RETOMAMOS A CASA PORQUE ATÉ JÁ PARECIA MAL.
EM 2006 INAUGURAMOS A CASA E JÁ TÍNHAMOS RECUPERADO TAMBÉM AS CAPELAS DE S. JOÃO E DA SENHORA DA SAÚDE, EM PARTE, TENDO SIDO UM INVESTIMENTO QUE ULTRAPASSOU 1 MILHÃO DE EUROS, EM APENAS 6 ANOS.
NECESSIDADES?
ReCuperar/requalificar o centro paroquial todo. incluindo nele um verdadeiro Museu de arte sacra.
PORQUE É QUE O MUSEU DE ARTE SACRA ESTÁ FECHADO?
Nunca foi verdadeiramente um museu. foi mais 1 depÓsito para guardar algumas obras de arte do concelho.
já fizemos uma pequena adaptação de uma sala por cima do museu para exposições, onde já se realizaram algumas. aguardamos oportunidaDE para requalificarmos o centro todo e ai sim requalificarmos o museu. também está fechado porque mantE-lo aberto exige logo postos de trabalho e não há dinheiro.
E as parcerias com o Município?
em parceira tudo é possÍveL. RetirÁ-lo daqui, nunca irÍamos autorizar. Uma das hipÓtesES era na requalificação DO SALÃO, demolindo uma parte para deixar o local mais airoso, conseguirmos um edÍficio do tipo DA ex.gnr, ou onde estÁ agora a sede indo para lá o museu e ASSIM ficaria sempre aqui junto da igreja. “PRECISAMOS DE UM ESPAÇO E DE ALGUÉM PARA O MONTAR”
Não lhe parece necessária e urgente a construção de uma casa mortuária, uma vez que a actual solução, na pequena sacristia lateral traseira não responde com a desejável dignidade?
Julgo que apesar de tudo a que temos é suficiente. se não tem mais dignidade é porque não se fizeram adaptações. nÃO se fizeram na altura das obras porque houve muitaS cRITICAS à construção da capela do santÍssimo, a pensar que ia ser a capela mortuária. fAlamos com arquitetos para adaptar a sala por cima da sacristia. a prÓpria construção do wc NÃO foi sÓ para quem estÁ na igreja mas para apoio à mortuária. PODEMOS DESOCUPAR A SALA POR CIMA – ATUAL SEDE DO ARCIPRESTADO, QUE SERVIRÁ PARA APOIO À CAPELA.
E o Salão Paroquial?
NECESSITA DE UMA requalificação, com demolição de algumas partes.
Para quando está a instalação do carrilhão na torre norte da Igreja?
logo que apareça um mecenas. houve vários que falaram que já estão a ver se conseguem oferecer-nos o carrilhão.
é um inVestimento grande e como ainda estamos a pagar dívida – cerca de 50 mil euros, não podemos fazer estes investimentos.
De notar que a dÍvida do tal investImento de 1 milhÃo de euros foi paga sem qualquer peditÓrio. apenas ofertas pessoais e generosas e as ofertas na loJinha que também DERAM UM grande contributo (chegoU a passar de 500 euros por mês). a segunda dÍvida para a construção da casa, ainda estÁvamos a pagar a dÍvida inIcial com mensalidade de cerca de 5 mil euros e durante meio ano como eram 2 emprÉStimos iguais tivemos que pagar 10 mil EUROS por mês.
O Souto da Senhora da Saúde é pertença da igreja mas o espaço exterior encontra-se um pouco abandonado. As escadas e o corrimão do coreto até já foram retirados. Não seria de todo o interesse que se procedesse a uma requalificação e arranjo do espaço?
sÉ ainda não fizemos obras porque tivemos UM projeto de requalificação feito pela CÂMARA, discutido pela FÁbrica da igreja, com a promessa de que fariam a obra. entretanto, COMO a cÂMARA não avançou, TENDO FICADO COM O PROJETO NA gaveta, levou-nos a retirar escadas e A vedar A entrada do coreto, por questÕes segurança. não vamos fazer já a obra.
a cÂMARA tinha-se prometido a pagar o resto da obra dos wc’s. foi uma obra “tns” que tivemos que fazer e a cÂMARA não deu ainda qualquer ajuda, nem sequer os 65 mil euros que gastamos nESTas casas de banho.
PARÓQUIA DE VILA-CHÃ
Em Vila-Chã o património paroquial parece bem conservado. Quais são as prioridades para esta paróquia?
O CENTRO PAROQUIAL DE VILA-CHÃ que tem uma parte relativamente nova, com 10 anos, com a catequese, está boM. a parte do centro social está a precisar de grande requalificação que obriga a mudar o salÃo todo, ou a acrescentar algum elemento mudanDO a prÓpria configuração.
HÁ A necessidade de um parque infantil, PORQUE o anterior foi vandalizado.
TEMOS problemas com fossAs, porque não há saneamento pÚblico. fez-se UMA fossa novA que ainda não responde na totalidade Às necessidades, obrigaNDO DE 2 a 3 descargas por semana.
o jardim onde estava a fossa antiga que era sUMIDOURA, estava a criar-nos problemaS. nesse jardim seria de construIr o parque infantil. esperamos a intervenção da cme.
por trÁs da mortuÁria AINDA FALTA conCluir O projeto, com A construção de UM espaço ajardinado.
Monumento ao Emigrante
A mudança do monumento ao emigrante ACONTECEU para deixar espaço onde ESTE estava para AI PODERMOS CONSTRUIR UM parque infantil.
achamos que o valorizamos mais. dizem que está de costas mas isso sÓ acontece enquanto os arbustro não crescerem. esse monumento que é da igreja, oferrecido pelos emigrantes não foi feito para ver de uma estrada ou rotundA, mas pelos católicos que ao sairem da igreja o encontrEM de frente e assim se lembram dos emigrantes e podem rezar por eles. pode até nem ser o local definitivo, porque com alargamento na rua da quinta, ONDE PRETENDEMOS criar mais uma faixa de estacionamento. podemos mudÁ-lo para ali.
CAPELA SÃO LOURENÇO?
Nunca se fizeram grandes obras tirando a pintura, mas preciva fazer-se lá um queimador de cera, gradeamento no escadório e completar com um monumento ao s. lourenço, imagem em pedra. era retomar o projeto inicial e acabÁ-lo. com a construção do cento interpretativo demolimos um coreto para facilitar e EMBELEZAR o espaço, com o acordo da cme de que todos os anos diretamente ou atravÉs da junta nos colocaria lá um palco para as bandas de musico, embora esse acordo nunca tenha chegado à paroquia para Assinar. quando falo nele dizem desconhecÊ-lo. niNguÉm sabe onde é que pÁra e se pagaram algum vez só o primeiro ano. estamos à espera de fazer o acordo, é só perguntaram às pessoas que à data o ESTABELECERAM que sabem bem do que falamos.
ARCIPRESTADO
Arcipreste: Padre Delfim Duarte Fernandes
Vice-Arcipreste: eRA O p.E JOSÉ MIGUEL, COM A SUA MORTE PASSOU A SER O P.E JOSÉ ANTÓNIO E EM BREVE SERÁ NOMEADO NOVO QUE JÁ ESTÁ ESCOLHIDO.
NUM ARCIPRESTADO COM 15 PARÓQUIAS [SEGUNDO É DO CONHECIMENTO PÚBLICO A IGREJA NÃO ACOMPANHOU A REDUÇÃO DAS FREGUESIAS REALIZADA PELO GOVERNO] TEMOS 9 PADRES. SÃO OS NECESSÁRIOS?
COM A MORTE DO P.E MIGUEL FICAMOS SÓ 8. DESTE 8, 2 TAMBÉM SÃO PÁROCOS DO ARCIPRESTADO DE BARCELOS, O QUE NA REALIDADE SIGNIFICA QUE SE ESTIVESSEM SÓ DO NOSSO LADO SERIAMOS 7.
NÃO SÃO OS SUFICIENTES. MAS NO FUTURO AINDA VAMOS SER MENOS E JÁ HÁ MAIS DE UMA DÉCADA QUE ANDAMOS A ADVERTIR O POVO PARA ISSO. OS PADRES SÃO CADA VEZ MENOS E CADA VEZ MAIS IDOSOS. QUANDO FALECEU O P.E MIGUEL EU TINHA FALADO 3 DIAS ANTES DESSA REALIDADE E AFINAL ACABOU POR FALECER O MAIS NOVO. TEMOS QUE COMEÇAR A PENSAR NUMA NOVA ORGANIZAÇÃO PASTORAL, NÃO SÓ DO ARCIPRESTADO MAS DE TODA A DIOCESE, DA QUAL JÁ MUITO SE FALA. JÁ TEMOS PÁROCOS SOZINHOS, QUE NÃO INSOLIDUM, COM 7, 6 E 5 PARÓQUIAS, PARA NÃO FALAR DOS MUITOS COM 4 E 3 PARÓQUIAS. NESTE MOMENTO NEM NA CIDADE DE BRAGA HÁ PÁROCO PARA UMA SÓ PARÓQUIA [À EXCEÇÃO DE S. VICTOR).
É APOSTANDO NESTA REALIDADE DE ESTAREM OS PÁROCOS A VIVER EM COMUM, FAZENDO UMA ZONA, QUE É A TAL UNIDADE PASTORAL, SENDO PÁROCOS DE TODAS AS PARÓQUIAS DA ZONA EM COMUM.
COMO ESTAMOS AO NÍVEL DA PRÁTICA RELIGIOSA NO NOSSO ARCIPRESTADO?
OS ÚLTIMOS CENSOS FORAM EM 2000 E DEVERIAM REALIZAR-SE DE 10 EM 10 ANOS.
QUAL É A SUA PERCEÇÃO?
É A DE QUE TEMOS MANTIDO. ATÉ TERÁ CRESCIDO UM POUCO NESTA ÉPOCA DE CRISE. HOJE HÁ MUITAS VARIÁVEIS. NO LITORAL, NO VERÃO NOTA-SE UMA GRANDE DIFERENÇA. COM AS MESMAS CELEBRAÇÕES, NO VERÃO TEMOS O TRIPLO DAS PESSOAS NAS MISSAS.
E AS DÁDIVAS, COM A ATUAL CRISE DIMINUÍRAM, MANTIVERAM-SE OU AUMENTARAM?
nAS MINHAS PARÓQUIAS, CONSIDERO QUE SE MANTIVERAM.
E NO GERAL DO ARCIPRESTADO?
NO INÍCIO DA CRISE HOUVE COLEGAS QUE SE MANIFESTARAM, REFERINDO TER HAVIDO UMA DIMINUIÇÃO, MAS AGORA PARECE QUE TERÁ VOLTADO AO NORMAL.
A QUE SE DEVEU O DESAPARECIMENTO, OU A SUSPENSÃO DO JORNAL “NASCER DE NOVO”?
A DIMINUTA COLABORAÇÃO E FALTA DE VERBAS TENDO EM CONTA QUE NÃO VIVIA DE PUBLICIDADE, QUE NÃO TINHA E A ASSINATURA ERA BARATA E GRANDE PARTE NÃO PAGAVA. PARA ALÉM DISSO ERA TOTALMENTE FEITO PELO DIRETOR QUE PROCUROU AGUENTÁ-LO O MAIS QUE PÔDE. TAMBÉM TEVE A VER COM A MUDANÇA DE PÁROCOS, PORQUE OS QUE CHEGAVAM NÃO ESTAVAM HABITUADOS NEM TINHAM CONHECIMENTO DO RITMO DO JORNAL. POR OUTRO LADO COMEÇARAM A SURGIR MUITOS MAIS BOLETINS PAROQUIAIS. ACHO QUE JÁ TODOS TEM O SEU. ACRESCE A COMUNICAÇÃO PELA INTERNET, ONDE TEMOS A NOSSA PÁGINA QUE VAI SENDO MELHORADA.
O PAPEL SOCIAL DA IGREJA RESPONDE AOS NOVOS DESAFIOS OU PRECISA DE SE ADAPTAR ÀS NOVAS REALIDADES LOCAIS E NACIONAL?
MANTER A APOSTA NAS IPSS’S/CENTROS SOCIAIS. HÁ INSTITUIÇÕES NA IGREJA COM AS QUAIS TRABALHAMOS QUE JÁ FAZEM TRABALHO EM REDE, EM RESPOSTA A ESTA CRISE. AINDA TEMOS UM CAMINHO GRANDE A PERCORRER. POR OUTRO LADO E NO NOSSO ARCIPRESTADO AINDA NÃO HÁ ESSE TRABALHO DE REDE MUITO APROFUNDADO PORQUE JÁ TEMOS RESPOSTAS NA SOCIEDADE, COMO A LOJA SOCIAL E O ESPOSENDE SOLIDÁRIO COM QUEM TEMOS PARCERIAS E TENDO EM CONTA QUE NESSE CAMPO TAL COMO O DA EDUCAÇÃO, O PAPEL DA IGREJA É SUBSIDIÁRIO DO ESTADO. A IGREJA SÓ FAZ SE O ESTADO NÃO O PUDER FAZER.
AS IPSS’S PERTENCEM À IGREJA. COMO ESTAMOS DE COBERTURA AO NÍVEL DAS PARÓQUIAS?
O CONCELHO ESTÁ MUITO BEM COBERTO E BEM SERVIDO. CORREMOS O RISCO DE ALGUMAS TEREM QUE FECHAR. DOU COMO EXEMPLO OS INFANTÁRIOS. A MATRÍCULA OBRIGATÓRIA A PARTIR DOS 4 ANOS JÁ NO PRÓXIMO ANO PODE FAZER COM QUE ALGUNS INFANTÁRIOS DAS IPSS’S TENHAM QUE ENCERRAR POR FALTA DE CRIANÇAS. TUDO TEM RELAÇÃO COM A BAIXA NATALIDADE. hÁ ESCOLAS QUE EM 10 ANOS PASSARAM PARA METADE DA POPULAÇÃO ESTUDANTIL.
A mudança de párocos vai ter lugar no próximo dia 20
O que é que vai acontecer no arciprestado de Esposende?
A única mudança é que em vez de trabalharmos só com paróquia passamos a trabalhar com unidade pastoral. Esta experiência vai ser inovadora na medida em que já houve unidades pastorais noutros arciprestados mas com párocos ligados só às suas paróquias. No nosso caso optou-se por os 3 párocos que formam já estas 3 unidades pastorais e vão ser párocos nas 8 paróquias. Pensando num futuro esta unidade pastoral poderá ser reduzida com a criação de outras unidades pastorais aqui no arciprestado, podemos apontar para mais 2 unidades no arciprestado. Sendo que na altura os padres ainda serão menos. P.e Delfim Fernandes; P.e António Lima e P.e Rui Neiva, o único a entrar de novo. Serão párocos nas 8 paróquias ao mesmo tempo. O moderador vou ser eu, não obrigatoriamente por ser o arcipreste. O papel do moderador é só coordenar os serviços entre os 3. Certamente que o Sr. Arcebispo no ato de posse – dia 20, às 18 horas, na igreja matriz de Apúlia, vai esclarecer a situação.
A escolha de Apúlia deveu-se ao facto de ser a maior igreja da unidade para albergar o maior número de fieis e ao mesmo tempo coincidindo com os 8 meses da morte do P.e Miguel, quase como uma homenagem e um desafio à mudança que ele também veio trazer. Vila-Chã, Esposende, Gandra, Gemeses, Fão, Fonte Boa, Rio Tinto e Apúlia.
De que vive hoje um padre?
O padre hoje não vive (não deve viver) de direitos paroquiais, de folares e pelos serviços prestados. vive da comunhão entre ele e os fieis e nessa comunhão continua a haver a partilha dos direitos paroquiais (premissa) dos folares e das ofertas feitas por ocasião das celebrações, que pertencem ao fundo paroquial de cada paróquia que dentro da unidade pastoral constituem um fundo comum do qual ao padre como ser humano e trabalhador é atrIbuÍda uma gratificação para o seu sustento.
E no fim da vida?
de acordo com a gratificação que recebe como cidadão faz os seus descontos tendo direito à reforma que se não for suficiente continuará a ter o apoio da comunhão entre os sacerdotes e as paróquias da arquidiocese atravÉs dum fundo diocesano que já existe o idac.
O que vai ser feito das casas paroquiais desocupadas?
neste momento não há perSpetivas nenhumas, a não ser conservá-las. continuam a ser casas para o clero. podemos usÁ-las. até agora algumas já foram adaptadas para obras sociais. uma das HIPÓTESES era alugá-las, mas trata-se de um assunto a carecer de decisão da diocese. as paróquias que viviam do paÇal, hoje tem que encontraR outras fontes de rendimento.
PAPA FRANCISCO
O PAPA FRANCISCO TROUXE UMA LUFADA DE AR FRESCO À IGREJA, FACTO MUNDIALMENTE RECONHECIDO POR CRENTES E NÃO CRENTES. UM PAPA VINDO DA ARGENTINA, DO FIM DO MUNDO TAL COMO O PRÓPRIO FEZ QUESTÃO DE AFIRMAR E QUE DEU UMA NOVA ESPERANÇA, PRINCIPALMENTE AOS OPRIMIDOS E AOS MAIS NECESSITADOS E QUE NÃO TEM DEIXADO DE APONTAR O DEDO A MUITAS INJUSTIÇAS E FORMAS DE OPRESSÃO.
QUE ACHA DO PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO? O QUE ESPERA OU DESEJA VER ALTERADO OU MODIFICADO NA IGREJA?
ACHO QUE ESTÁ A SER MUITO POSITIVO. GOSTEI DA SUA ELEIÇÃO, POUCO ESPERADA. TEM SIDO MUITO HUMANO, MUITO TERRA A TERRA, SEM FUGIR À DOUTRINA. MUDANÇAS QUE ESPERO. NÃO VAI HAVER GRANDES MUDANÇAS. ESTÁ ABERTO A ELES MAS NÃO VAI TER TEMPO. TAL COMO JOÃO PAULO II E BENTO XVI, ESTÁ A PREPARAR O FUTURO PARA QUE ACONTEÇAM SOBRETUDO A NÍVEL DE DISCIPLINA PORQUE A NÍVEL DA DOUTRINA NUNCA VAI HAVER MUDANÇAS.
A DOUTRINA NÃO É DOS PAPAS NEM DOS BISPOS, NEM DOS PADRES, NEM DOS LEIGOS É DE CRISTO.”
A GENERALIDADE DAS PESSOAS CLASSIFICA-O COMO UM PAPA MODERNO E CORAJOSO E ESPERAM QUE ALTERE MUITAS COISAS NA IGREJA. ACHA QUE ISSO VAI ACONTECER? AINDA HOJE LI QUE O PAPA CONCEDEU PODERES AOS PADRES PARA PERDOAR O ABORTO. O QUE ACHA DISTO?
Isto não é mudança. Tem a ver com o ano jubilar da misericórdia, que se inicia a 8 de dezembro. Em vez de ser só os cónegos penitenciários ou os arciprestes a poderem dar a absolvição desse pecado sem pedido de autorização prévia ao Bispo, todos os padres na confissão, durante esse ano jubilar o podem fazer.
igreja
ACHA QUE O CASAMENTO DEVE CONTINUAR A SER INDISSOLÚVEL?
- É INDISSOLÚVEL. É UMA QUESTÃO DE DOUTRINA.
QUAL É O PAPEL DOS RECASADOS E DOS CASAIS QUE OPTAM POR SE JUNTAR?
- A Igreja felizmente já há muitos anos começou a abrir as portas aos recasados. Podem tudo na igreja, mas não estão em plena comunhão. Não podem comungar, confessar-se e em virtude disso não podem ser padrinhos.
A igreja não vai permitir um novo casamento porque ele é indissolúvel, mas tendo em conta que o comungar, com as condições para a comunhão e o confessar-se é uma questão de disciplina a igreja poderá vir a rever.

QUE PAPEL DEVE TER A FAMÍLIA, NESTES NOVOS TEMPOS, ONDE A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA LEVOU À CRIAÇÃO DE NOVAS PRIORIDADES E OCUPAÇÕES?
A família não pode demitir-se do seu papel fundamental, que é criar e educar os filhos, com os valores cristãos.
O Vaticano enviou às conferências episcopais de todo o mundo uma consulta mundial sobre as novas realidades da vida familiar, abordando questões como o divórcio ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
EU, MÁRIO FERNANDES, Enquanto católico também fiz questão de responder ao questionário.
O QUE É QUE FOI FEITO DOS E COM OS RESULTADOS DO INQUÉRITO LANÇADO PELO PAPA A TODA A IGREJA CATÓLICA NO ANO DE 2013?
O inquérito era para o papa e para os bispos sInodais, porque esses a que precisam de sentir o pensar do povo, para a sua prÓpria reflexão e através dessa começarem a repensar as questões mais disciplinares acerca da famÍlia na igreja que não tanto as questões doutrinais.
Eu acho que o papa ousou. Que lhe parece?
nÃO TENHO DUVIDAS QUE OUSOU E OS PRóPRIOS BISPOS E CARDEAIS TAMBÉM OUSARAM. O TEXTO PREPARATÓRIO PARA ESTE SÍNODO DE OUTUBRO JÁ VEIO ÀS DIOCESES ONDE FOI REFLETIDO E RESPONDIDO.
uM SONHO
ERA VER O CENTRO PAROQUIAL DE ESPOSENDE TOTALMENTE REQUALIFICADO, BEM COMO O SOUTO DA SENHORA DA SAÚDE.
A NÍVEL ESPIRITUAL O MEU SONHO É QUE ESTA NOVA UNIDADE DA REALIDADE PASTORAL SEJA UMA EXPERIÊNCIA DE FELICIDADE PARA O POVO QUE NOS É CONFIADO E PARA NÓS SACERDOTES, UM MODELO PARA A IGREJA DIOCESANA.
O FUTURO:
levar a cruz até ao fim.
UMA MENSAGEM AOS FIEIS:
colaborem, sejam igreja, vivam com fé e esperança, com a certeza de que a igreja não é nem dos padres nem dos fieis é de deus e nós somos igreja.
A TERMINAR
Já conheço o meu caro amigo, P.e Delfim Fernandes há cerca de 20 anos, quando este ainda era pároco em Vila Cova. Alguém com quem me tenho vindo a cruzar em várias situações, a maior parte delas devido a funções e cargos que tenho desempenhado durante este período. Foi um prazer ser recebido pelo P.e Delfim, na Casa Paroquial de Esposende. Obrigado pela forma como me recebeu e pela clareza e frontalidade nas respostas prontas com que me “despachou”.
Estou certo de que se trata de um excelente contributo para o esclarecimento do público, em muitas questões de especial importância.
Aproveito para lhes desejar boa sorte para esta nova Unidade Pastoral. Um abraço aos demais párocos deste arciprestado.

Mário Fernandes
03-09-2015






quarta-feira, 16 de setembro de 2015

FUI EU!


Pronto. Fui eu. Fui eu que chamei a troika. Estamos a assistir a um patético jogo do empurra, a fazer-nos a todos de parvos.

O PS chamou, mas nega e o PSD não chamou mas queria-a. Afinal é tão fácil.

MF


terça-feira, 15 de setembro de 2015

À CONVERSA COM BRUNO TERRA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES DA RUA DIREITA EM ESPOSENDE



BRUNO TERRA PRESIDE À “ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES DA RUA DIREITA EM ESPOSENDE”
JOVEM ESPOSENDENSE PRESIDE À MAIS RECENTE ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ESPOSENDE E QUER REVITALIZAR O COMÉRCIO DA RUA DIREITA E DAR MAIS VIDA AO CENTRO HISTÓRICO DE ESPOSENDE
Vamos conhecer melhor o meu entrevistado de hoje. Um jovem da família “Terra”, uma família com tradições no comércio esposendense, e com forte presença na Rua Direita, onde tem vários comércios a par do seu pai e do seu avô.
Bruno Alves Terra, é natural de Esposende, onde nasceu em 08 de junho de 1984 e reside em Gemeses. “Mestre em Engenharia Biomédica” gere dois comércios que tem na Rua Direita. Um é o Café “De Lili & Cª Gourmet”, um espaço de referência no ramo gourmet e o outro uma loja de informática, a “B7 Clinica informática”. Um jovem empreendedor, que simpatiza e vibra com as vitórias do Futebol Clube do Porto e que tem como hobbys o surf e o Golfe.
CARO BRUNO TERRA, O que pensa da cidade e do concelho de Esposende?
Como diz o “slogan”, é um privilégio da natureza, temos Mar, Rio e Monte. Não há filas de trânsito, tem excelentes condições para a prática de desporto, quem vive em Esposende ganha anos de vida.
O que acha que pode ser melhorado no nosso concelho?
A praia de Suave Mar merece uma intervenção urgente. Se temos um problema de sazonalidade, sem praia não sei como será. A Zona industrial deve estar mais focada na captação de indústria e não de comércio. Com mais indústria, conseguiremos mais postos de trabalho e será mais fácil a fixação de pessoas, que este concelho tanto precisa. Um exemplo são empresas como a Impetus, Solidal, BBG e MacWin, precisamos de mais empresas como estas, que empreguem pessoas de Esposende, diminuindo a emigração de Esposendenses, e fixando os que são de fora. Um dos grandes entraves a esta fixação é que à noite durante o Inverno, Esposende fica deserta. Isso poderia ser atenuado com a atracção de um polo universitário, que há tanto tempo se fala. A Casa da Juventude também está a fazer um excelente trabalho na elaboração de eventos, não só no verão, mas durante o inverno.
DA ASSOCIAÇÃO
Nome completo da Associação?
Associação Rua 1º de Dezembro de Esposende, mas também conhecida por Associação dos Comerciantes da Rua Direita.
Quando foi fundada a Associação?
11 de Novembro de 2014
De onde e de quem é que surgiu a ideia para a fundação da Associação?
A associação surge de uma “conversa de café” entre mim e o Arq. Caldeira Figueiredo, em que falávamos dos problemas do comércio em fazer face às grandes superfícies. O Arquitecto falou de um projecto de cobertura de rua que idealizou em tempos e que seria interessante para esta rua. A partir daí começou-se a aprofundar o mesmo, chegando a um projecto orçamentado, sem custos nenhuns para a associação. Esse mesmo projecto foi mostrado aos comerciantes e moradores da rua em duas sessões, colhendo excelente aceitação. Entretanto, tomada em conta a sensibilidade dos comerciantes e moradores da rua, vimo-nos na necessidade de constituir uma associação para dar corpo a tal projecto e materializar algumas ideias que surgiram para dinamizar a rua nessas reuniões.
Como são constituídos os Órgãos Sociais?
Direcção:
Presidente: Bruno Alves Terra
Vice-Presidente: Cipriano Aparício Sousa
Secretária: Luísa Maria Maranhão Neiva
Tesoureiro: Rui Manuel Ferreira Teixeira
Conselho Fiscal:
Presidente: Luís Filipe Dias da Cunha
Mesa da Assembleia:
Presidente: José Eduardo Matos de Almeida Caldeira Figueiredo

Quais são os principais objetivos da Associação, ou seja, aqueles que constam dos estatutos?
Os objectivos são essencialmente os que constam do objeto social:
1 – A defesa, conservação e valorização do comércio, serviços e património local;
2 – A melhoria das condições ambientais e de qualidade de vida;
3 – A participação na gestão de instalações e equipamentos de interesse comum;
4 – A criação de condições para implementação e conservação de um sistema de cobertura do espaço público.
5 – Fomentar a participação da população da sua área na discussão dos problemas que, direta ou indiretamente lhes digam respeito;
A Associação já tem sede própria? Onde funcionam [ou vão funcionar os serviços]?
Dentro de uma pasta.
Quantos associados tem?
De momento contamos com a generalidade dos comerciantes da rua e alguns moradores.
Existe joia de entrada/admissão? Com que valor?
Não foi equacionado tal custo.
Qual é o valor da quota anual?
Estamos de momento a preparar a próxima Assembleia Geral, pelo que nos encontramos a ouvir as pessoas de modo a que não represente um encargo extra, já que uma grande parte são também associados da ACICE.
Qual é o relacionamento que têm com a ACICE?
Bom. Contamos já no natal com a colaboração da ACICE na decoração da nossa rua e esperamos continuar a contar com isso para o futuro.
Já estabeleceram algum acordo ou algum protocolo com a ACICE para a realização conjunta de atividades? A vossa atividade veio complementar a atividade da ACICE, substitui-la ou criar actividade própria?
Somos associações diferentes, a ACICE para todo o concelho, a nossa para a Rua Direita. A ACICE não pode privilegiar uma rua, tem todo um concelho para dinamizar, daí que tentaremos manter uma forte colaboração.
Sabendo que nesta Rua tem atividade pelo menos dois dos atuais vice-presidentes da ACICE, isso é um fator positivo ou negativo?
Muito positivo, total transparência.
Qual é o relacionamento com o poder político? Com a Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia?
Bom com ambos. Têm manifestado total receptividade às iniciativas que temos concretizado.
O nascimento desta Associação prende-se com a falta de iniciativas na Rua Direita e na própria zona histórica de Esposende?
A associação surge pela necessidade de dinamizar a rua, os eventos na rua infelizmente eram escassos. Os clientes vão diminuindo, perdemos diariamente clientes para as grandes superfícies, mas não só. Em Esposende foi aplicado o efeito “Donuts”, encheu-se a periferia mas caiu o centro. A zona industrial, que cada vez mais se parece uma zona comercial com a grande vantagem do estacionamento, e a marginal de Esposende, muito bonita, mas que retirou gente do centro. Já vimos isto acontecer em outras cidades, como o Porto, que agora está a voltar as suas atenções para o centro.
Porque é que a designação só inclui os comerciantes «ASSOCIAÇÃO DOS COMERCIANTES DA RUA DIREITA», quando na rua também há muitas organizações que prestam serviços e alguns profissionais liberais? Os serviços e os liberais estão de fora?
A terminologia “associação dos comerciantes da rua direita” já utilizada teve unicamente em conta o factor de maior identificação da esmagadora maioria dos intervenientes. Contudo, conforme consta dos estatutos e do que foi a origem da associação já referida, a mesma engloba desde moradores a profissionais liberais, prestadores de serviços e todo o qualquer cidadão que se proponha a colaborar na defesa dos interesses da associação: estatutariamente, a promoção da Rua 1.º de Dezembro.
De onde provém as principais receitas para fazer face ao plano de atividades?
Dos comerciantes e demais sedeados na rua. Realizamos eventos e repartimos as despesas entre todos.
Uma vez que têm existência recente, que atividades é que já realizaram?
A principal actividade foi o desenvolvimento do projecto de cobertura, a decoração de natal, realizámos um desfile de moda com as lojas da rua, iniciativas para o dia da mãe e pai, e por último a Noite Branca.
A «Noite Branca» realizada há duas semanas teve um enorme sucesso. De certeza que é para repetir. Poderá passar por estes eventos, como o Dia da Mãe, o Dia do Pai, o Dia dos Namorados, a Noite Branca, os Desfiles de Moda e outros, o grosso da promoção da Rua Direita?
O facto de a rua ser pedonal e com o problema do estacionamento, diminui a visibilidade das lojas. A única forma de combater isto, será pela realização de eventos, que atraiam mais pessoas à rua. Um desses eventos, é a Noite Branca, que pretendemos repetir, melhorando dentro do que nos for possível.
Quais são as principais atividades ou eventos a realizar este ano, em especial até ao Natal?
Temos alguns eventos programados, que na altura devida serão revelados.
Sendo do conhecimento público a ideia de alguns dos comerciantes e empresários da Rua Direita para levar à prática um ambicioso e arrojado projeto para a cobertura de toda esta rua pedonal, na tentativa de a transformar numa espécie de Centro Comercial de Rua [à semelhança do que existe em Milão e noutras cidades], gostava de saber como está esse projeto?
O projeto foi exposto na Camara Municipal, e creio estar a ser analisado.
O que é que pensam fazer para dinamizar a atividade e o comércio local?
Outro dos objectivos desta associação é a resolução do problema do estacionamento no centro, uma vez que o parque existente é insuficiente. Temos clientes que nos dizem que não vêm tantas vezes ao centro devido à dificuldade de estacionamento, e que não se importariam até de pagar, aliás nós lojistas, não teríamos problemas em oferecer o estacionamento. Com uns eventuais parquímetros em algumas zonas, evitava-se os estacionamentos em segunda fila, e as pessoas tinham a certeza que conseguiriam estacionar perto da rua, especialmente nos dias de chuva.
Na Rua Direita encontra-se um dos mais antigos e mais conhecidos comércios de Esposende, que é a “Casa Terra” e que acaba de comemorar o seu 60º aniversário. Isto é sinal que a rua tem potencial e que por isso vale a pena investir aqui?
Já foi a ligação Porto/Viana, e uma das melhores ruas de comércio com trânsito. Hoje está um pouco esquecida, mas tem bastante potencial pela qualidade das lojas existentes.
Outra casa com tradição é a “Sapataria Rose” que no ano passado celebrou o seu 25º aniversário, e que foi em meu entender pioneira na cidade de Esposende, e não só nesta Rua, ao por mãos à obra e a tomar a iniciativa “per si” de realizar um evento com uma grande projeção e sucesso. O 1º Desfile de Moda da Rua Direita terá sido um bom exemplo, mobilizador e entusiasta para potenciar a união dos comerciantes?
A Sapataria Rose realizou um desfile, que foi um sucesso. Este ano decidimos alargar o desfile ao maior número de lojas da rua, daí termos chamado o 1º desfile de moda da Rua Direita. Foi um excelente evento, em que todos, uns mais outros menos como em tudo, se envolveram. Tivemos uma excelente adesão, atraindo bastantes pessoas para a rua.
Uma rua onde não faltam outros comércios com tradição e pergaminho, de diferentes áreas como pastelarias, farmácia, talho, quiosques, loja de fotografias, lojas de vestuário, informática, bicicletas e motociclos, perfumaria, ópticas, ourivesarias, decoração, lembranças, etc. Numa rua com este conjunto de NEGÓCIOS, afinal que outras atividades gostavam de ver cá instalados para aumentar e diversificar a oferta e assim atrair mais público e com mais regularidade?
Todas as atividades que ajudem a dinamizar e a enriquecer a rua. A união faz a força.
O que acham que deve ser feito para combater a sazonalidade que se verifica em toda a cidade, com 4 meses do ano [parte da primavera e verão] com muita gente na cidade e os restantes meses, em especial no inverno em que há muito menos gente e por isso também muitos menos negócios e vendas?
O importante seria a fixação de mais pessoas em Esposende, como referido anteriormente. A cobertura da rua daria um excelente contributo no combate à sazonalidade. E claro a eliminação das portagens, é difícil de conseguir mas se não se fizer força, de certeza que não acontecerá. Precisamos de mais pessoas a circular em Esposende, durante o Inverno.
Pensam abrir a associação a outras ruas da zona histórica, como a Conde Castro, a Valentim Ribeiro, a Senhora da Saúde, o Largo Fonseca Lima e o Largo Rodrigues Sampaio?
Não, aí já seria concorrência à ACICE. A nossa preocupação é a Rua Direita, com todo o respeito pelas outras ruas.
O que é que acham que a Câmara pode e deve fazer para ajudar o comércio local?
Estar disponível para nos ajudar, no que puderem, quando necessitarmos.
Estando a principal entrada da “CASA GRANDE” na Rua Direita, não terá a Câmara responsabilidades acrescidas para mobilizar, apoiar e potenciar o comércio local?
A câmara não vive do comércio e tem um concelho todo para se preocupar.
E a ACICE, pode ou não fazer mais pelo comércio da cidade?
Há sempre algo a melhorar, mas tem feito um bom trabalho.
O que acham da Feira Medieval a realizar-se precisamente por estes dias, também aqui na Rua Direita e a atrair milhares de visitantes? Os comerciantes locais aderem à iniciativa, alargando o horário de atendimento?
A data é boa, pois estende um pouco mais o verão, mas como em tudo é do agrado de uns e do desagrado de outros.
O que pensam fazer para que os proprietários de lojas desta rua que hoje estão sem qualquer ocupação possam vir a dar-lhes vida, seja arrendando-as, ou instalando atividade própria?
Ao dinamizarmos a rua, de certeza que haverão mais interessados em arrendar as lojas, e isso será benéfico para todos.
Oficialmente, é a RUA 1º DE DEZEMBRO, sendo mais popularmente conhecida pela RUA DIREITA, não seria melhor adotar só uma das designações para que mais facilmente seja identificada?
O termo até que pretendemos começar a trabalhar é Rua Direita ComVida pois a designação Rua 1.º de Dezembro foi uma forte imposição de registo de designação aquando da constituição da associação.
Aos esposendenses, turistas e visitantes, ou seja, aos Vossos clientes?
Visitem-nos, como sempre teremos muito gosto em vos receber.
NOA FINAL
Trata-se de uma rua com grande importância e com uma história riquíssima. Longe vão os tempos em que o Hotel Nélia era o ponto de encontro dos esposendenses de todo o concelho, independentemente da sua formação ou profissão. Aqui, fazia-se de tudo. Negócios, conversas acaloradas sobre a vida local, o futebol e sobre política. Por aqui passava muita da atividade pública de empresários e comerciantes. O Café Nélia, que se situava no Rés-do-Chão do Hotel recebia gente de todas as paragens e servia de referência para encontros de conhecidos e desconhecidos. Os carros circulavam por aqui, em sentido único e ainda havia uma fila de estacionamento. Não havia nenhuma pessoa que viesse a Esposende [pequeno centro urbano, é certo] e que não passasse na Rua Direita. Noutros tempos com o Hotel e o Café Nélia, o “Terra” das bicicletas e motorizadas [ainda hoje é mais que um simples negócio, mantendo-se um importante ponto de encontro de muitos esposendenses], o “Café Havaneza” e depois o “Marbela” [do Chefe Pasteleiro Rui Costa, que entrevista para a edição anterior], a “Farmácia Monteiro” [atualmente com novas instalações], a “Livraria Cávado”, as extintas “Casa Braga” e “Casa Silva” e vários outros espaços históricos. Comércios de que me lembro da minha infância. Uns desapareceram, mas muitos chegaram e mantêm-se. Atualmente são mais os que chegam e têm sucesso e isso deixa-me contente porque gosto de ver esta rua com muita gente e com os negócios a prosperar. A recuperação de habitações e comércios verificada nos últimos tempos, com a captação de famílias e profissionais de várias áreas, tem vindo a revitalizar e dar nova vida a uma das mais importantes artérias do centro histórico de Esposende. O Largo Rodrigues Sampaio, a Rua Direita e o Largo Fonseca Lima, são hoje o centro e a sala de visitas da cidade de Esposende, locais de passagem e paragem obrigatória.
O meu bem-haja a esta associação, das mais recentes do nosso concelho e o desejo de que cumpra os objetivos que preconiza e dê ainda mais vida à nossa lindíssima cidade e ao comércio local. Um forte abraço ao meu entrevistado de hoje, o meu amigo Bruno Terra e um obrigado pela forma como me recebeu na sua, minha e nossa RUA DIREITA.

Mário Fernandes