JORGE FERNANDES,
ARQUITETO, DOUTORANDO CONVIDADO DA UNIVERSIDADE DE AARHUS NA DINAMARCA
JOVEM ESPOSENDENSE GANHOU UMA BOLSA DE DOUTORAMENTO E INVESTIGAÇÃO DA “FCT
– FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E TECNOLOGIA”
“ACHO QUE
TENHO TIDO SORTE, MAS TAMBÉM TENHO SABIDO APROVEITAR AS OPORTUNIDADES”
Mário Jorge
Gonçalves Fernandes com 24 anos de idade, nascido a 7 de julho de 1991, em
Curvos, tem 3 irmãos. A Cristina, licenciada em gestão e mestre em Economia, o
Fernando e a Isabel, estudantes. Filho de Mário Fernandes, empresário e Elsa
Fernandes, diretora de uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Arquiteto,
formado na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Minho. Atualmente,
doutorando na área da arquitetura na escola de engenharia, convidado no
presente ano, da Universidade de Aarhus na Dinamarca, com o tema de “Timber
Gridshells - Form Finding”, projeção de malhas estruturais de madeira.
Esta
conversa decorreu na Dinamarca, esta semana, aquando de uma visita que fiz ao norte
da Europa. Aproveitei para visitar o Jorge e simultaneamente um dos poucos
países da UE que ainda não conhecia. Um país com uma cultura diferente da
nossa, muito organizado e onde os cidadãos têm uma atitude cívica de grande
responsabilidade. Um país onde o sistema público de saúde é gratuito, a escola
pública é gratuita, mesmo no ensino superior e onde o rendimento permite um
modo de vida com efetiva qualidade. Gostei da cidade onde vive e trabalha o meu
entrevistado de hoje, a cidade de Aarhus. A segunda maior cidade do pais, muito
bem organizada, asseada e onde grande parte das pessoas circulam de bicicleta,
com grande à vontade.
Bem, vamos
agora ao que hoje me propus trazer aqui. A conversa com um jovem esposendense
que cedo se destacou no domínio das artes, do desenho e da pintura e se
encontra no estrangeiro, por opção própria, porque quer levar os seus
conhecimentos e as suas competências além-fronteiras e ao mesmo tempo
investigar e aprender outros métodos e modos de fazer e de viver.
Primeiro as
questões de caráter pessoal, algumas curiosidades, depois o percurso pessoal, a
Dinamarca e a arquitetura;
GOSTOS PESSOAIS
“Gosto de conversar, conviver, viajar e fazer coisas
novas. Também gosto de cozinhar e de ir ao cinema.”
UM CLUBE
”Sou do Benfica. Gosto muito quando vencem, mas não
me chateio muito com o futebol.”
TEMPOS LIVRES
”Os tempos livres praticamente não existem, ou seja, tenho muitas ideias
e ambições que me vão mantendo constantemente ocupado. Também gosto de
desporto. De jogar futebol, viajar, conhecer novas culturas e de preferência
acompanhado pela minha namorada.”
MÚSICA
”Gosto de ouvir diferentes géneros de música, costumo ir diversificando
mas em geral prefiro música mais calma para poder continuar concentrado enquanto
trabalho.”
LEITURA
”Leio muito, embora não seja aquilo que mais gosto de fazer. Leitura
técnico-científica, sobre temas relacionados com a minha área de investigação.
Também me interesso por leitura noticiosa de atualidade desportiva, cultural e
politica.”
ESCRITA
”Tenho escrito muito, principalmente ultimamente. É
algo que tenho vindo a fazer com mais facilidade, pois, o trabalho assim o tem
exigido. Estou numa fase onde tenho que apresentar alguns artigos como
resultado da investigação que tenho vindo a desenvolver.”
VAMOS AGORA AO TEU PERCURSO
FORMAÇÃO ESCOLAR?
“Frequentei o Jardim-de-Infância, a Escola primária e
o Centro Social em Curvos. Daí segui para a Escola António Correia de Oliveira
em Esposende e concluído o 9. Ano transitei para a Escola Secundária Henrique
Medina. O Ensino Superior foi na Universidade do Minho, na Faculdade de
Arquitetura no Campus de Guimarães de onde guardo excelentes recordações e onde
tenho grandes e bons amigos. Sempre que falo do meu percurso escolar lembro a
sorte que sempre tive, nos educadores e professores que apanhei, que acabaram
por contribuir de uma forma importante para aquilo que hoje sou.”
DESDE MUITO CEDO COM “JEITO” PARA AS
ARTES. QUAIS FORAM OS TRABALHOS QUE MAIS TE MARCARAM?
“Lembro-me de sempre gostar de desenhar. No ensino
básico, sempre que tinha tempos livres, mesmo dentro das salas de aula, ia
desenhando nos cadernos e nos próprios livros. No Ciclo, em Esposende,
participei num concurso para a criação do postal de natal da Escola a enviar
aos pais e o meu desenho foi o escolhido.
CONCURSOS DE LOGOTIPOS
“Como sempre gostei de criar algo de novo, participei
em várias concursos para a criação de logotipos de clubes e de instituições.”
Acabei por desenhar, em parceria, o atual logotipo do CENTRO SOCIAL DE CURVOS e do CLUBE DE PESCA DE FONTE BOA.
“Já na Escola Henrique Medina, num dos projetos das
disciplinas do meu curso, em grupo criamos uma cadeira – Mobiliário urbano em
modelo monobloco que acabou escolhida e que foi tornada realidade, porque foi
construída em fibra. Esta cadeira esteve exposta na CASA DA JUVENTUDE DE ESPOSENDE. Também
participei num concurso da Junta de Freguesia de Curvos, para a conceção da contracapa
do livro “Curvos Encantos e
Letras Soltas” e venci.
Em 2014, escrevi um artigo sobre construção em
madeiras, que foi publicado na revista nacional “Casas de Madeira”. Foi um artigo de três páginas muito interessante e
que teve chamada de primeira página.
SEI QUE QUANDO TERMINASTE O 12. ANO OS
TEUS PAIS TE PRESENTEARAM COM UMA EXPOSIÇÃO DE UMA SELEÇÃO DE PINTURAS QUE
FIZESTE AO LONGO DOS ANOS. COMO TE SENTISTE?
“Num dia cheguei a casa e tive a surpresa de encontrar
cerca de três dezenas de pinturas e desenhos meus devidamente emoldurados e
afixados nas paredes de uma das salas lá de casa. Esses quadros ainda hoje se
encontram lá expostas e até já foram vistos por inúmeras pessoas.”
TESE DE MESTRADO COM DISTINÇÃO
Eu tive o
prazer de assistir à tua defesa da tese de mestrado e foram só elogios. As
pessoas que estavam naquela sala ficaram maravilhados com o teu trabalho e com
a própria apresentação. O Júri teceu-te rasgados elogios e atribuiu-te uma nota
de excelência. Queres explicar aqui sinteticamente de que se tratou? “Tratou-se de uma dissertação, sobre um
solar no concelho de Amarante. Foi um trabalho difícil pela grande carga
teórica e pela escrita mais exaustiva.”
BOLSA DE INVESTIGAÇÃO E DOUTORAMENTO
DA FCT – FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E TECNOLOGIA
“Sempre quis seguir a minha formação e ao mesmo tempo
começar a trabalhar. Candidatei-me e ao ser contemplado, posso juntar o útil ao
agradável. Faço o doutoramento, trabalho e ao mesmo tempo investigo. Tenho tido
sorte, mas também tenho sabido aproveitar as oportunidades.”
COMO É QUE FOI A TUA CHEGADA À
DINAMARCA?
“Quando cheguei cá, já vinha com alojamento
arrendado, através da internet e por isso a minha instalação foi relativamente
fácil. Nos primeiros dias aproveitei para conhecer a cidade de Aarhus e a
própria universidade. Há um certo choque inicial, porque notei logo grandes
diferenças civilizacionais entre Portugal e a Dinamarca. Ambos, certamente com
coisas boas e outras nem tanto. A primeira perceção teve logo a ver com a
política pública de transportes, e com a atitude das próprias pessoas,
diferentes hábitos de vida e métodos de trabalho. Aqui as pessoas quando estão
no local de trabalho, seja ele qual for, dão o seu máximo não existem conversas
paralelas nem perdem tempo na Internet. Isso deve-se também aos horários
praticados. Praticamente não se pára para almoçar, ao contrário daquilo que
acontece em Portugal, a ideia de hora de almoço não existe. Aqui as pessoas
param tanto tempo como para um lanche, 10 a 15 minutos. É uma refeição muito
leve. Nos próprios restaurantes não há a tradição de refeições demoradas, onde
as pessoas conversem. Aqui as pessoas almoçam ou jantar rapidamente e seguem as
suas vidas.”
E DEPOIS DO PRIMEIRO IMPACTO?
“De seguida houve que tratar de me legalizar
cá. Tive que pedir cidadania dinamarquesa para poder permanecer cá, o que me
traz todos os direitos e deveres dos dinamarqueses. A papelada foi
relativamente fácil de tratar, até porque venho da universidade do Minho,
devidamente referenciado. Notei que uma das condições absolutamente necessárias
para o acesso à cidadania é que se consiga comprovar que temos um rendimento
mensal superior ao equivalente a 850€, aquilo que eles consideram como o
indispensável para viver cá com dignidade. De notar que aqui não há muito a
noção do salário mínimo e o custo de vida é muito superior ao português. Os
salários também são muito superiores.”
MAIORES DIFERENÇAS?
A moeda e a língua.
“A moeda local é a “coroa” e a língua é o
dinamarquês, algo entre o inglês e o alemão. Não nos podemos esquecer da
influência alemã, país que já teve a supremacia administrativa e único com quem
tem fronteira terrestre. A coroa dinamarquesa vale cerca de 0,135€ e a maior
nota de coroa é de 1.000 coroas, ou seja, de cerca de 130€, enquanto em
Portugal temos notas de 500€.
A língua acaba por não ser um problema,
simplesmente porque todas as pessoas, para além da sua própria língua também
falam inglês.”
“AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO, DE SAÚDE E DE AMBIENTE SÃO
TOTALMENTE DIFERENTES DAQUILO QUE EXISTE EM PORTUGAL E NOS DEMAIS PAÍSES DO SUL
DA EUROPA”
“Na Dinamarca a educação é totalmente
gratuita, desde o primeiro ano até ao ensino superior. Para além de gratuita
existe uma grande vertente pratica, com os jovens a poderem optar por cursos em
áreas mais práticas e com ligação às empresas.
A saúde é totalmente gratuita. Para além disso
ainda existe a faculdade de opção na escolha do médico. Também se nota uma
certa igualdade social, basta ver que em nenhuma empresa ou instituição, é possível
que administradores ganhem mais que 10 vezes mais do que aquilo que ganham os
funcionários com os salários mais baixos nessa organização.”
MAS AFINAL COMO É QUE CHEGASTE AQUI?
“A terminar o mestrado em arquitetura, havia que tomar algumas opções
para o meu futuro. Como sempre quis enriquecer os meus conhecimentos,
candidatei-me a uma bolsa de doutoramento à “FCT – FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E
TECNOLOGIA”, uma entidade do Ministério da Educação. Embora soubesse que seria
difícil, tinha esperança de vir a ser comtemplado, acabei surpreendido por ter
ficado nos 5 primeiros na área de arquitetura, artes e urbanismo a nível nacional.
A FCT considerou o meu projeto de especial interesse, pela inovação e pelo que
traz para o bem da sociedade.”
De qualquer forma quando me foi sugeria esta Universidade, na Dinamarca,
na altura não tive a perceção que fosse uma situação a tornar-se realidade em
tão curto espaço de tempo. Quando cá cheguei ainda vinha um pouco admirado.
Achei-me muito “pequenino”, aqui, praticamente sozinho.”
E A UNIVERSIDADE?
“A Universidade de AARHUS é uma universidade com
grande prestígio internacional e acabei por ter a sorte de vir trabalhar para
um departamento totalmente novo e muito bem equipado, inaugurado no ano
passado.”
EM QUE CONSISTE O TEU TRABALHO?
“Eu estou a desenvolver um conjunto de trabalhos um
pouco diversificados, embora o principal projeto tenha a ver com «Programação
de Modelos Estruturais Tridimensionais». Paralelamente desenvolvo a minha tese
de doutoramento, com ligação à Universidade do Minho.”
COMO É VIVER NA DINAMARCA?
”Tenho que dizer que me adaptei muitíssimo bem. Vivo
sozinho, naquilo que aqui apelidam de «estúdio», ou seja, um espaço que não
sendo grande me proporciona toda a comodidade e bem-estar. O facto de gostar de
cozinhar, ajuda muito porque assim não dependo da ida a restaurantes. Aqui
também não existe uma cultura gastronómica como a nossa, aí nós estamos muito à
frente. Ainda na semana passada fui com o meu professor orientador, a convite
dele e com outros colegas meus, dois japoneses, fomos jantar o prato
caraterístico da Dinamarca [um peixe marinado, com vinagre e com pasta de
caril] mas este fica muito aquém daquilo que em Portugal temos para oferecer.
O QUE É QUE MAIS ESTRANHASTE QUANDO AÍ
CHEGASTE?
“A informalidade do trato, aqui não há Doutor,
professor etc.. tratam-se pelo nome, o uso privilegiado da bicicleta e dos
transportes públicos, a simpatia dos dinamarqueses, o civismo, os espaços verdes e o clima. Claro que nem tudo aqui é ótimo,
o clima, o nosso sol e a própria hospitalidade entre as pessoas é de longe
melhor em Portugal. Todos os países são diferentes. Tal como estranhei, quando
estive pela primeira vez na Inglaterra, na França, ou em Itália, também aqui
encontrei coisas muito boas e coisas menos boas.”
VIVENDO TÃO LONGE DO TEU PAÍS, DE QUE
É QUE SENTES MAIS FALTA OU SAÚDADES?
“Sinto falta de produtos portuguesas e da nossa
comida. Também sinto grande falta de ouvir alguém falar português, até porque a
Dinamarca não é um dos principais destinos dos emigrantes portugueses. Sinto
muito a falta da minha namorada, da família e dos amigos e do convívio com
estes. Claro que hoje existem meios de comunicação de excelência, com base na
internet, como o Facebook, o Skype, o Viber e o WhatsApp, que me permitem o
contacto permanente com Portugal e com o mundo. Todos os dias falo com a
família, o que permite de alguma forma colmatar a ausência e diminuir a
distância. São cerca de 3.000 quilómetros entre Aarhus e Esposende.
“Um dos principais “handikaps” prende-se com o facto de para chegar a
Aarhus ser necessário fazer escala noutros aeroportos. O que vale ainda são os
voos “low-cost”.”
JÁ FOSTE A COPENHAGA?
“Fui. É um pouco como esta cidade de Aarhus. Apenas é
maior, mas em termos de organização e de vivência é muito idêntica. Aqui as
cidades, mesmo as maiores, são mais pequenas que as nossas principais cidades,
afinal estamos a falar de um país com 4 milhões de habitantes. Em Portugal
conhecem-se alguns ícones da capital dinamarquesa, que eu visitei, e destaco
apenas a “sereia”, que na realidade se trata de uma estátua de dimensões muito
reduzidas, mas onde todos os visitantes fazem questão de passar.”
HÁ MUITOS PORTUGUESES NA ZONA ONDE TE
ENCONTRAS?
“Aqui, ainda só conheci dois portugueses. Um de
Coimbra a fazer mestrado e outro de Lisboa. Há aqui muitos alemães e Espanhóis.”
ESTÁS CONTENTE POR TERES ESCOLHIDO ESTA
UNIVERSIDADE?
“Contentíssimo. A comunidade académica é magnífica,
receberam-me e tratam-me muitíssimo bem. Considero-me muito bem integrado e tenho
todo o apoio, por isso só posso estar satisfeito.”
SEI QUE ESTÁS A PARTICIPAR EM VÁRIAS
CONFERÊNCIAS QUE SE VÃO REALIZAR A NÍVEL MUNDIAL. ONDE É QUE SE VÃO REALIZAR E
SOBRE QUE TEMÁTICAS?
“É verdade. Estou a preparar projetos que me vão permitir
apresentar o meu trabalho, em: Portugal/Guimarães - 06/2016, Áustria/Viena -
08/2016 e Japão/Tokyo - 09/2016. Depois deverão seguir-se outras, assim espero.”
NO DIA 5 DE OUTUBRO ASSINALA-SE O “DIA
MUNDIAL DA ARQUITETURA”
O QUE É QUE ACHAS DA ARQUITETURA EM
PORTUGAL, QUANDO ESTAMOS A FALAR DE UM PEQUENO PAÍS, MAS JÁ COM 2 PRÉMIOS “PRITZKERS”,
O PRÉMIO NOBEL DA ARQUITETURA?
“Portugal tem grandes
arquitetos, com renome internacional e com obras projetadas e edificadas em
todo o mundo. Os expoentes máximos tem sido Siza Vieira e Souto Moura, mas
existem muitos outros projetistas com reconhecidos créditos em Portugal e no
estrangeiro. Graças a estes julgo que fora do nosso país todos os arquitetos
portugueses são bem vistos e acompanhados por um bom legado, conhecido um pouco
por todo mundo. Ainda hoje foi tornado público o resultado de um concurso
internacional, para a construção de um edifício para Museus, em Lausanne, na
Suíça, que foi vencido por um atelier português, que concorria num universo de
grandes arquitetos, onde se incluíam três “Pritzkers”.”
AFINAL, QUAL É O TRABALHO DE UM
ARQUITETO?
“O arquiteto deve ser um
individuo capaz de compreender e solucionar problemas a diferentes escalas no
que diz respeito à melhor qualidade de vida das pessoas e que à partida deve
estar munido de uma capacidade compositiva e organizativa e de conhecimento
histórico, cultural e técnico, que lhe permita atuar e agir em concordância com
as melhores opções para cada caso.”
UM CONSELHO AOS JOVENS PORTUGUESES
“O meu primeiro conselho
vai no sentido de que devem estudar, para adquirirem conhecimento e competência
que lhes permitam atingir os seus objetivos. A formação é sempre útil,
independentemente daquilo que cada um vier a seguir. Os jovens devem definir
objetivos e metas e depois aplicarem-se para as atingir. A formação escolar
deve ser encarada como uma mais-valia e nunca como uma obrigatoriedade. Aos
jovens universitários, deixando-lhes o meu exemplo, digo-lhes que se tiverem
oportunidade de vir para fora por algum tempo, isso vai enriquece-los e
faze-los crescer. Hoje, a Europa é o nosso País. Há uma coisa de que já não
tenho qualquer dúvida. Esta experiência vai marcar-me decisivamente, arriscando
mesmo a afirmação de que há um Jorge antes da Dinamarca e um diferente depois
desta experiência internacional. PORTUGAL, VISTO DE FORA, TEM OUTRO ENCANTO.
ESTA EXPERIÊNCIA PERMITE-NOS VALORIZAR MUITO MAIS PORTUGAL E OS PORTUGUESES”. Também
quero expressar o meu total desagrado em relação ao titulo vulgarmente atribuído
à minha geração; «a geração à rasca», uma geração que dizem ter muita formação
mas que não sabe trabalhar. Pois bem, as anteriores também não sabia, até
trabalhar, e hoje são gerações com experiencia. Deem oportunidade à minha geração
que daqui a uns anos terão, não só uma geração com experiencia, como bem
formada e a fazer muitas coisas extraordinárias pelo nosso pais e pelo mundo
fora.”
UM SONHO PROFISSIONAL
“O meu maior sonho é merecer espaço na minha
área profissional e poder contribuir para um mundo melhor. A arquitetura é uma
das formas de excelência de tornar mais fácil a vida das pessoas. Espero
contribuir ativamente para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.”
MESMO A TERMINAR… NO DIA EM QUE ESTA
ENTREVISTA VAI SER PUBLICADA, JOGAM EM BRAGA, PORTUGAL E A DINAMARCA PARA O APURAMENTO
PARA O «EUROPEU DE FUTEBOL» DO PRÓXIMO ANO. QUE RESULTADO ESPERAS?
“Espero que Portugal vença e se qualifique com
distinção desta vez. Aposto na vitória de Portugal, mas espero que a Dinamarca
se bata bem e que seja em bom jogo. Gostava que a Dinamarca também se
qualifica-se, mas num dos outros jogos. Espero ver este jogo, do próximo dia 8,
em bom ambiente e poder festejar à vontade, pois os dinamarqueses são muito
respeitadores.”
NOTA FINAL
Caros
amigos. Por diversas razões, em especial a relação familiar que tenho com o
Jorge, esta deve ter sido das mais fáceis, mas ao mesmo tempo a mais difícil
das 30 entrevistas que já fiz para este jornal.
Quero no
entanto garantir-vos, que nem neste caso, nem num outro em que entrevistei, um
outro familiar e noutros casos muitos amigos, me senti condicionado ou limitado
na forma e no conteúdo.
Se há
alguém a quem reconheço valor, apareço à pessoa e entrevisto-a. Até hoje, todas
aceitaram e todas me receberam com grande simpatia e amabilidade.
Posto
isto, quero dizer-vos que à semelhança de muitos outros jovens de valor, do
nosso concelho, também o Jorge Fernandes se enquadra na perfeição no perfil de
alguém que merece ver o seu percurso e currículo divulgados. Não me canso de
afirmar que em Esposende [e em Portugal] há jovens de grande valor, com
capacidades e competências de excelência em várias áreas, vários campeões, seja
no desporto, na ciência, nas artes e na investigação, capazes de catapultar o
nome do nosso concelho e do país e de ombrear com os jovens de outros países e
culturas.
Parabéns
Jorge pelo teu percurso, pela tua entrega, profissionalismo e abnegação e que
regresses tão breve quanto antes. A tua família espera-te e o país precisa de
ter cá jovens como tu.
Eu que
também tenho obras em Espanha e já tive em França e no Reino Unido, onde me
desloquei e desloco em trabalho, estou totalmente de acordo com o Jorge, no que
toca à importância de Portugal e ao valor dos portugueses, por isso termino assim;
VER PORTUGAL À DISTÂNCIA, A PARTIR DE FORA, PERMITE-NOS VER UM PAÍS… VALENTE E
IMORTAL.
Um
abraço, forte, extensivo a todos quantos se encontram na Dinamarca e por esse
mundo fora. O desejo de que o país tenha a capacidade de vos atrair e receber,
para que não andemos a investir e a “formar” e outros a aproveitar.
Mário
Fernandes
08-10-2015
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