ESPOSENDE TEM QUE SE
AFIRMAR PELA SUA «LITORALIDADE»
A realização conjunta dos municípios
de Esposende e Braga da celebração do “Bimilenário
de Augusto” tem para mim um significado que ultrapassa e muito o próprio evento.
Trata-se a
meu ver de um “clic” importantíssimo para conjugar esforços entre a cidade
capital do distrito a que pertencemos e a cidade de Esposende, a única que abre
ao Mar o distrito de Braga.
Vejo assim
com esperança a realização de iniciativas conjuntas, parcerias e um sem número
de atividades e projetos que podem valorizar e muito ambas as cidades, os seus
territórios e os próprios munícipes.
Uma sã convivência entre os
Municípios de Esposende e de Braga pode trazer proveitos para ambas,
salvaguardadas sempre as diferenças, que complementadas podem dar força,
amplitude e uma outra projeção as estas duas lindíssimas cidades.
Apesar da
dimensão, que nem sequer considero determinante estou convencido que esta
junção de sinergias pode trazer até nós investidores e investimentos,
bem como turistas e visitantes em número muitíssimo superior ao atual e
em especial durante todo o ano se possível fora dos meses de veraneio,
porque no verão não falta cá gente.
Aqui sim,
podemos e devemos apresentar o rio, a foz e o mar como mais-valias únicas, com elevadíssimo
potencial de ofertas para a prática desportiva e de lazer e atividades
económicas impares. Talvez seja este o momento de Braga olhar para Esposende
com outros olhos. Mas isto também depende muito de nós, daquilo que formos
capazes de fazer e de lhes mostrar. Temos que saber cativar os nossos concidadãos
de todo o distrito.
Não chega
afirmarmos o nosso concelho com o bonito
slogan de «Esposende, um Privilégio da Natureza”, porque belezas naturais
são riquezas que abundam por todo o distrito. É importante que saibamos apresentar
com mestria o rio e as atividades náuticas e fluviais, o mar e a pesca, a
praia, a marina, a fauna e a flora, o nosso sol e a inconfundível brisa de
Esposende, porque não a própria «nortada» tão admirada e desejada pelos habitantes
do interior.
Voltando
às nossas potencialidades e ao interesse que temos na realização de parcerias
com as cidades do nosso distrito, é altura de mostrarmos a nossa força, as nossas
capacidades e as competências que cá se desenvolvem. Braga pode trazer até nós
a sua UM – Universidade do Minho, com a instalação de um campus vocacionado
para temas relacionados com o mar, o turismo e a ciência.
Braga é,
como sabemos, um dos principais destinos do turismo religioso de Portugal e da
Europa, tanto pelo seu património edificado como pelas tradições religiosas e
não me refiro só à Semana Santa, mas a todo um conjunto de realizações que
coenvolvem a diocese, as universidades, principalmente a Católica e o
Município.
Esposende
tem que aproveitar este filão e fazer com que os nossos eventos entrem na
agenda distrital e regional e se tornem destinos incontornáveis. Temos uma
gastronomia de excelência, percursos naturais, fauna, flora, rio, praia, mar e
monte. Temos origem milenar e património histórico único no nosso distrito, sem
esquecer o nosso Parque Natural do Litoral Norte, exclusivamente situado no
concelho de Esposende.
Ainda há
dias em conversa com um amigo lhe referi 2 obras que a concretizarem-se podiam reforçar
Esposende na rota das cidades de visita “obrigatória”, seja para eventos, seja
para turismo. Falei num teleférico da cidade até ao Castro de S. Lourenço e na
construção de um multiusos que permita a realização de eventos de dimensão
regional, nacional e transfronteiriço.
Também precisamos
de apostar mais em projetos com envolvam outros concelhos, replicando para o interior
aquilo que tão bem feito tem sido com os vizinhos concelhos do litoral,
essencialmente no âmbito do Polis Litoral. Barcelos é outra das apostas que
devemos manter e com quem devemos reforçar parcerias, estabelecer protocolos e
realizar projetos.
Nada se
trata de nenhuma submissão, nem à capital nem a nenhum dos outros concelhos, bem
pelo contrário, afirmar a nossa importância estratégica perante todo o
distrito, de Esposende a Cabeceiras de Basto, mostrando aquilo que sendo único
é só nosso: Mar e praia e já agora o Parque Natural. Precisamos de fidelizar os
visitantes, turistas e de verão para o restante período do ano e de nos
diferenciarmos de concelhos como a Póvoa de Varzim e Viana do Castelo,
diversificando a nossa oferta e a sua originalidade, veja-se o exemplo do
estuário do Cávado de riqueza impar, como tão bem está retratado no recente
livro de Carlos Rio.
O distrito
de Braga é reconhecidamente um dos mais importantes do país, indo desde o
Oceano Atlântico – AQUI ESTÁ ESPOSENDE - até à fronteira com Espanha. Coisa de
que nem sempre nos lembramos. É delimitado a norte pelo distrito de Viana do
Castelo, a sul pelo distrito do Porto, a ocidente pelo mar - ESPOSENDE, a leste
pelo distrito de Vila Real e a nordeste, numa área estreita, pela Espanha. Não
podemos esquecer a importância do distrito na fundação da Nacionalidade, com Guimarães
a ser conhecida como a “Cidade berço da Nacionalidade Portuguesa”. A própria
cidade de Braga, hoje considerada a terceira maior cidade logo a seguir a
Lisboa e ao Porto, com cerca de 900 mil habitantes.
Estamos a
falar de um distrito milenar, com uma área de 2.673 quilómetros
quadrados, constituído por 14 concelhos. Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de
Basto, Celorico de Basto, ESPOSENDE, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras
de Bouro, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela. Todos
com ricas tradições, património, eventos e as suas gentes, mas isto é o que
todos têm, porque mar só nós a que temos. Esposende é a porta de entrada e
saída para o oceano atlântico, bem como para a praia e para a foz quer do
Cávado, quer do Neiva. Esposende tem um litoral único com atividades de
excelência que vale a pena visitar.
REVISÃO DO «PDM» DE ESPOSENDE DESENCALHOU ESTA SEMANA
Sempre
parece que vai ser desta que a revisão do “pdm” do nosso município se vai
concretizar. Em vigor deste 1994, portanto há precisamente 20 anos, o mesmo
teve um período de adaptação. Devido à sua importância e alcance, cedo se
verificou a necessidade de proceder a correções que operacionalizassem e
dinamizassem o crescimento harmonioso e sustentável do concelho. A atual
revisão teve o seu início há cerca de 10 anos e terá passado por formalismos
vários, muitas vezes de difícil resolução, com o envolvimento de inúmeras
entidades públicas, muitas vezes com agendas desencontradas.
Vou dar
aqui o meu contributo sobre uma das realidades que tão bem conheço, que é o
caso da freguesia de Curvos. No ano de 2001 quando tomei posse como presidente
da Junta, logo encetei um processo de auscultação junto da população e
Assembleia de Freguesia que culminou na elaboração de uma proposta de alteração
ao “pdm”, com sugestões para a reclassificação de solo em vários locais da Freguesia.
É que do “pdm” original a freguesia de Curvos parece ter sido escolhida para
ser uma freguesia “agroflorestal”. Por outro lado aconteceu que grande parte da
área com capacidade construtiva se encontrava localizada em quintas com vinha e
agricultura. Esta situação deixou a freguesia totalmente limitada e
condicionada, chegando-se ao cúmulo de perder muitos jovens, que apesar dos
seus pais possuírem terrenos inaptos para a agricultura, mas assim
classificados e aptos para a edificação de vivendas unifamiliares não permitem
a construção.
Com pena
minha vi partir muitos jovens para Freguesias vizinhas, onde praticamente é
possível construir em todo lado, salvo raríssimas exceções. Senti uma grande
tristeza em muitos momentos destes por não poder ver satisfeito o desejo de
muitos Curvenses em construir na sua própria terra e ai ficar a residir, bem
como de um considerável número de pessoas de outras paragens que cá gostavam de
se fixar, atraídas pela excelência das infra-estruturas e pela qualidade de
vida. Bem, mas como mais vale tarde que nunca, espero que o “pdm” entre
rapidamente em vigor de forma a corrigir muitas das situações de injustiça.
Na
semana do «perdoa-me» com vários ministros a penitenciarem-se, com a justiça em
estado de «citius» e a educação em estado de «descolocação», termino com a
canção de Paulo de Carvalho, “…desculpem qualquer coisinha”.
Mário
Fernandes,
20-09-2014
20-09-2014
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