ESPOSENDE DEVE UMA HOMENAGEM AOS SEUS EMPRESÁRIOS
UMA HOMENAGEM SIMBÓLICA [QUE PODE
SER COM UMA ESCULTURA A INSTALAR NA CIDADE] A ENALTECER TODOS AQUELES QUE CRIAM
EMPREGO, QUE DINAMIZAM A ECONOMIA LOCAL E QUE VALORIZAM A RESPONSABILIDADE
SOCIAL!
Hoje fala-se muito de
competitividade como forma de responder à atual crise e a um mercado europeu e
mundial fortemente concorrencial. Existem desigualdades gritantes entre os
Estados membros, basta olharmos para a variedade e diferencial das taxas de IVA
e de muitas outras taxas, impostos e tributações.
Por tudo isto que temos as
maiores e mais importantes empresas nacionais, não todas, mas uma parte
importante a fugir com as suas sedes fiscais para outros países [veja-se o caso
da JM], onde a tributação e as politicas fiscais lhes são bem mais favoráveis
[e não tenhamos dúvidas que é isso que importa aos principais accionistas], em
claro prejuízo do Estado português, que assim deixa de receber importantes
quantias em impostos.
É aqui que muitas vezes o «Compre Português, compre o que é nosso»
deixa de fazer sentido. Aplica-se em parte, quando os produtos são produzidos
em Portugal, mas no que toca aos lucros e tributações esses já acabam por ir lá
para fora.
O sistema fiscal de cada
país, bem como o seu estado social, que em alguns dos países que connosco
concorrem praticamente não existe, tornam a tarefa das empresas Portuguesas
mais difícil e obriga os empresários a reinventarem-se e a implementarem
estratégias que driblem todos estes handicaps.
A REALIDADE EMPRESARIAL
ESPOSENDENSE
As empresas e empresários
esposendenses têm demonstrado uma resistência estóica para vingarem neste
mercado tão desprotegido, tão aberto e tão marcadamente desigual e até desleal.
O Município tem por missão criar as melhores condições, tanto ao nível da
legislação como das estruturas e infra-estruturas para potenciar a vinda e
instalação de empresas e para um melhor funcionamento das empresas que cá se
encontram.
É com muito gosto que vejo
empresários esposendenses a apostar em novos produtos, em novas marcas e mesmo
em novas empresas, tanto ao nível do comércio como da própria indústria e dos
serviços.
Já aqui escrevi, em
crónicas anteriores, da necessidade de apostar num cluster tecnológico em
Esposende, que atraia conhecimento e valor, num centro de ciência e tecnologia,
num espaço polivalente para a realização de eventos, feiras e outras atividades
com escala regional.
Esposende deve orgulhar-se
por ter empresários e industriais de sucesso, em variadíssimas áreas, desde a
restauração e da hotelaria, a panificação, os têxteis e o vestuário, a
agricultura, a vitivinicultura, os laticínios e os lanifícios, a economia do
mar e do rio, a construção civil, a engenharia, e em muitas outras atividades
industriais, comerciais e serviços.
O Município, que já
prescinde da derrama e muito bem, que edita mensalmente um boletim municipal “Esposende
Investe”, destinado aos empresários e que certificou a qualidade dos seus serviços,
dando exemplo a outras organizações, mas que pode fazer muito mais, através da
criação de infra-estruturas de apoio e de outras iniciativas, as Freguesias
[que devem e podem fazer muito mais], as Associações Empresariais e Industriais,
como a ACICE [que ainda esta quinta-feira realizou um excelente Seminário intitulado “Automatizar os
Processos de Negócio, Eficiência, Eficácia para a Produtividade”], a
própria ACIB, cá implantada e com delegação, as Escolas, onde incluo as profissionais,
a Cooperativa Agrícola, com um importantíssimo papel na economia agrícola local
e muitas outras organizações, associações e instituições. Todos têm um papel importante
na dinamização da enocomia local e tudo que esta representa, como o emprego, a
formação, a inovação, a exportação, a competitividade e a divulgação dos nossos
produtos e do nosso concelho.
Sempre considerei que a
campanha “compre no comércio local”
pode «jogar» contra nós, uma vez que ao ser lida pelos nossos visitantes, poderá
levá-los a pensar que também eles devem fazer o mesmo, ou seja, abster-se de
comprar fora das suas próprias localidades. Sou apologista de campanhas mais
focalizadas para a qualidade do produto e do serviço, para a sua apresentação e
para forma de o comercializar. Temos que nos afirmar pela originalidade, pela criatividade
e pela aposta na fidelização do cliente.
Há ainda muito a fazer no
tocante à criação e afirmação de produtos «made in Esponsende». Temos as
clarinhas de Fão, o queijo de Marinhas, os vinhos de quinta, a cestaria de
Forjães e uma boa gastronomia, onde impera o peixe, mas há ainda um enorme conjunto
de produtos que podem e devem ser potenciados, divulgados e comercializados.
Por isso, façam favor de
fazer as Vossas compras em Esposende, não por ser no comércio local, mas porque
em Esposende existem serviços e produtos de qualidade e a preços competitivos e
desta forma usufruem da brisa marítima, na lindíssima foz do Cávado e da
simpatia das nossas gentes e ainda aproveitam o ar puro que por cá se respira e
esse não tem preço.
Na multiplicidade de
processos de produtos e de serviços, o nosso tecido empresarial e industrial
deve ter em conta a garantia das condições de vida naturais do ser humano, onde
distingo, a economia, a ecologia e a responsabilidade social, como componentes
de igual importância na conjuntura de um mercado mundial, aberto e competitivo.
O que eu defendo é um desenvolvimento sustentável, ou seja, o uso racional dos
recursos naturais e em Esposende eles são uma das nossas principais riquezas, devendo
por isso ter em conta em todos os processos os possíveis impactos ambientais.
Esposende deve desenvolver-se, crescer economicamente, ter uma politica social
justa e acima de tudo preservar o património e o ambiente.
Chegado aqui, é o momento
de fazer justiça ao título desta crónica. Como considero que só com o empenho e
o interesse de todos, é possível continuar a desenvolver Esposende, e como ainda
não foi realizada nenhuma homenagem [à excepção da realizada aos Homens do Mar
de Esposende, já com bonito e merecidíssimo monumento no Largo Rodrigues
Sampaio], que considero justíssima, aos empreendedores empresariais e
industriais de Esposende, parece-me que estará na altura de o fazer. Não porque
alguém a tenha pedido, tão-somente porque considero que é merecida e que por
isso, quer o Município, quer a Associação Comercial e outras organizações a
devem levar à prática.
Não para vangloriar ninguém
em particular, mas para valorizar o trabalho de todos aqueles que no nosso
concelho, apesar das dificuldades, lutam diariamente para criar e manter postos
de trabalho e para vender os seus produtos ou serviços, potenciando a economia
local, fazendo com que o nosso concelho seja um concelho de referência, onde
vale a pena investir, apostar visitar e… viver!
“ESPOSENDE, LUGARES DE TEMPO E MEMÓRIA”
A terminar uma breve
referência para o livro que foi apresentado pela Câmara Municipal de Esposende,
esta Sexta-feira, ao final da tarde, no Fórum Municipal, com o título supra
citado! Trata-se uma autêntico «roteiro» do nosso concelho, com magnificas
imagens das 15 Freguesias e com textos de escritores famosos, como, Agustina
Bessa Luís, Eugénio de Andrade e Ruy Belo de entre outros. Este álbum literário
e fotográfico dá a conhecer a beleza do concelho de Esposende. Muito bom!
Espero que o mesmo seja
amplamente divulgado, tanto a turistas e visitantes como aos próprios
Esposendenses. Vale a pena!
Nota final: Gostei da página de Curvos e Palmeira de Faro [pág.ª103]: Em Curvos, o cruzeiro e ao fundo a casa do P.e Brás; Em Palmeira de Faro, a casa do escritor Manuel de Boaventura. Claro que esta escolha é sempre dificil, mas pareceu-me feliz!
Nota final: Gostei da página de Curvos e Palmeira de Faro [pág.ª103]: Em Curvos, o cruzeiro e ao fundo a casa do P.e Brás; Em Palmeira de Faro, a casa do escritor Manuel de Boaventura. Claro que esta escolha é sempre dificil, mas pareceu-me feliz!
De: Jorge Fernandes
Sem comentários:
Enviar um comentário