METADE DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS NÃO TEM FILHOS
E MAIS DE 800 MIL PESSOAS VIVEM SÓS
NO 20º ANIVERSÁRIO DO «DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA», CELEBRADO ESTA 5ª FEIRA, DIA 15 DE MAIO, O “INE” DIVULGOU DADOS PREOCUPANTES!
Já me tenho referido por inúmeras vezes a este problema da baixa natalidade que afeta o país e que vai ter péssimas consequências a médio e a longo prazo. Estará Portugal enquanto país em risco de desaparecer? Não está, mas se este caminho não for rapidamente invertido a sociedade portuguesa vai sofrer uma forte descaraterização social. O envelhecimento da população é já hoje uma triste realidade e está a agravar-se a uma velocidade preocupante. Com famílias pequenas torna-se mais difícil o apoio aos idosos, que se vêem votados à solidão, de entre quatro paredes, ou colocados em lares onde a massificação pode levar a uma certa perda de humanidade.
NO 20º ANIVERSÁRIO DO «DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA», CELEBRADO ESTA 5ª FEIRA, DIA 15 DE MAIO, O “INE” DIVULGOU DADOS PREOCUPANTES!
Já me tenho referido por inúmeras vezes a este problema da baixa natalidade que afeta o país e que vai ter péssimas consequências a médio e a longo prazo. Estará Portugal enquanto país em risco de desaparecer? Não está, mas se este caminho não for rapidamente invertido a sociedade portuguesa vai sofrer uma forte descaraterização social. O envelhecimento da população é já hoje uma triste realidade e está a agravar-se a uma velocidade preocupante. Com famílias pequenas torna-se mais difícil o apoio aos idosos, que se vêem votados à solidão, de entre quatro paredes, ou colocados em lares onde a massificação pode levar a uma certa perda de humanidade.
As famílias
tradicionais estão a deixar de o ser e as numerosas estão em vias de extinção.
O normal começa a ser ter um filho ou mesmo não ter nenhum. As pessoas até aqui
evocavam a prioridade à formação, ao emprego e à criação de condições mínimas
[que em muitos casos eram máximas!?] para justificar a opção por um único filho
ou mesmo por não ter nenhum. Hoje justificam-no com o desemprego ou com as dificuldades
financeiras.
A entrada
mais tardia dos jovens no mercado do trabalho, a que a escolaridade obrigatória
deu alguma ajuda e o facto de um grande número de jovens estudar até muito para
além dos 20 anos, veio atrasar a idade para o casamento, para a vida conjugal e
para a parentalidade.
Era comum, até
há bem pouco tempo ouvirem-se os jovens a afirmar “Casar? Talvez, mas só depois
de acabar o meu curso… de ter um trabalho… de ter o meu carro… e a minha casa!”.
Ou seja, não
foram só as más políticas, que as houve e muitas, que contribuíram para esta
alteração de paradigma na família. O chamado desenvolvimento e a modernidade
também contribuíram para estas novas realidades, ajudadas pela legalização do
aborto, dos casamentos homossexuais, pela penalização fiscal aos agregados
numerosos, pela falta de incentivos à natalidade, pela emigração jovem, pela
falta de emprego e por empregos instáveis e ainda por vários outros factores,
cuja lista não mais terminaria de enumerar.
Certo,
certo, é que a natalidade diminuiu drasticamente e a população está mais
envelhecida que nunca, até porque felizmente a esperança de vida aumentou
bastante. Outros dados existem, cujas realidades são bem visíveis, como é
exemplo o forte aumento das uniões de facto que num curto período de tempo quadruplicaram.
O Casamento civil sofreu uma grande queda, bem como o religioso. Parece que a
juventude se tornou alérgica a compromissos, pelo menos dos mais formais,
optando por se «juntar» e logo se vê no que dá.
Voltando
agora ao «Dia Internacional da Família» celebrado
esta quinta-feira, dia 15 de maio, importa elencar aqui as principais razões
para a sinalização desta data que se vem celebrando desde o ano de 1994, por
opção da Organização das Nações Unidas. Os principais objetivos que terão
estado na origem desta feliz evocação centram-se no destaque a dar à importância
da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação
infantil; O reforço da mensagem de união, de amor, de respeito e de compreensão
necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a
família; Uma chamada de atenção da população para a importância da família como
núcleo vital da sociedade e para seus direitos e responsabilidades e para sensibilizar
e promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas,
culturais e demográficas que afetam as famílias e as próprias sociedades.
É inequívoco que a família é o primeiro contacto social da criança,
onde esta aprende a conviver com outras pessoas, a respeitar regras, comportamentos
e atitudes, a respeitar os outros e a desenvolver laços de afetividade e sentimentos
tão especiais como; carinho, proteção, afeto e amor de entre muitos outros.
Se fizermos uma análise sociológica da evolução da família [e não
nos faltam elementos para o fazer, com recurso à história e a dados
estatísticos como os que podemos observar em portais como o do “INE” e da “Pordata”,
facilmente concluímos pela rápida evolução que se tem verificado, como são
disso bens exemplos a independência da mulher e a sua entrada no mercado do
trabalho, o surgimento de novas profissões e o abandono de certas atividades
tradicionalmente dedicadas à mulher, são alguns dos fatores que levaram as
famílias mudarem os seus padrões. Felizmente, nos novos casais já não existem
tarefas só para a mulher ou só para o homem, também a evolução foi enorme,
sendo que hoje a grande maioria dos casais [pelo menos dos jovens] compartilham
tarefas e responsabilidades.
Também é verdade que a dita modernidade trouxe alguma
instabilidade às famílias, devido a novos valores, ou à falta deles, ameaçando
o conceito tradicional de família, composta por um pai e uma mãe.
Os pais têm hoje enormes dificuldades em continuar a
garantir aos seus filhos e educandos tudo aquilo que na última, ou duas últimas
décadas lhes deram e proporcionaram. A crise, não só a financeira, também a
social e a crise de valores veio obrigar as famílias a priorizar muito bem as
suas necessidades. Os filhos estão agora a ver os constrangimentos e as
dificuldades da vida e por conseguinte um futuro «apertado» no qual já não vai
ser possível ter tudo nem dar tudo a todos.
As famílias deparam-se hoje com novas realidades,
cheias de dificuldades só ultrapassáveis com a união de esforços, a entreajuda
e a solidariedade inter-geracional.
Em Portugal a natalidade tem vindo a reduzir drasticamente,
fazendo com que, em cada hora, nasçam menos seis crianças do que seria
necessário para se garantir a renovação de gerações e, em vez de se encarar
este problema de frente, apoiando-se fortemente a parentalidade, continua-se a
penalizá-la tanto mais quanto maior o número de filhos, o que contrasta
fortemente com o que vem acontecendo na maioria dos países europeus!
O fecho de Escolas, centros de saúde, maternidades,
hospitais, Juntas de Freguesia e outros serviços públicos essenciais e de
proximidade, o abandono do interior do país, bem como a crise económica e o
desemprego tem contribuído decisivamente para esta baixa de natalidade e para o
envelhecimento da população. Valham alguns Municípios e até Juntas de Freguesia
pela próatividade na tomada de medidas de incentivo à natalidade e à fixação de
pessoas nos seus territórios.
Urge uma tomada de medidas que revertam esta tendência de envelhecimento
da população, com o apoio à natalidade, à juventude, à criação de emprego e
auto-emprego, às famílias e às empresas. Entendo
que uma sã vivência familiar é indispensável à formação das pessoas e muito
importante para o futuro da humanidade.
Uma nota
positiva para as inúmeras atividades desenvolvidas esta semana no nosso
concelho para evocar este «Dia Internacional da Família», com conferências,
encontros e representações.
Uma vez que
esta crónica sai a público precisamente no dia 17 de Maio de 2014, dia
anunciado para a saída formal da «Troika» de Portugal, vamos a ver se com esta
saída se inicia um novo ciclo de crescimento [apesar dos últimos dados que
mostram uma estagnação da economia, depois do crescimento nos 3 anteriores
trimestres] e de confiança, que venha restituir a esperança às portuguesas e
aos portugueses!
Mário Fernandes
2014-05-17
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