AGOSTINHO PINTO TEIXEIRA CONDECORADO COM O «CRACHÁ
DE OURO» DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES
“…O meu
primeiro emprego foi funcionário administrativo do jornal “Norte Desportivo”,
onde convivi com grandes nomes do jornalismo desportivo, como Alberto Sérgio, Manuel
Dias e Joaquim Alves Teixeira, que era o diretor do jornal.… Esta crise é
provocada pela ânsia do homem pelo poder, que não é capaz de se ver enquadrado
num determinado tempo que já passa… Nos bombeiros ninguém se pode nem deve
impor-se ou superiorizar-se pelas diferenças: deve prevalecer o interesse
coletivo e os valores que o coletivo exige… O privilégio de Esposende reside
nos seus habitantes e no ambiente que nos rodeia, a começar pelo ar que se
respira... Esposende é uma cidade magnífica… Gosto de sair, de conviver e
recordar, de ouvir música e escrever. Gosto de conversar passeando.”
Agostinho Pinto Teixeira nasceu no dia 16 de setembro do ano de 1945 na freguesia de Mosteiró, concelho de Vila do Conde. É filho de Albano Teixeira, natural de Rans, em Penafiel e de Ida Fernandes Pinto, natural de Mosteiró, Vila do Conde. Tem 4 irmãos e, em 1969, casou em Esposende, onde reside desde então, pese embora os dois anos de serviço militar cumpridos em Macau, de onde regressou em 1971. O meu entrevistado tem uma filha e duas netas.
CARO DR. AGOSTINHO VAMOS FALAR DE SI. DESVENDAR OS SEUS GOSTOS, AS SUAS PREFERÊNCIAS E RECORDAR MOMENTOS IMPORTANTES DA SUA VIDA
FOI PARA PROFESSOR. EM CRIANÇA ERA ESSE O SEU DESEJO. SER PROFESSOR?
Não. Houve uma certa pressão para, após o
ensino primário, estudar o seminário. Eu tinha outras pretensões que se
prendiam com a área da saúde, por exemplo medicina ou farmácia, a que se seguia
a música. Durante algum tempo sonhei com a pesca. A minha mãe, mais tarde,
dizia-me que eu tive muita sorte em ter ido para professor, pelo gosto e
carinho que sempre tive para com os meus alunos. E fiz boa escolha. Hoje,
sendo-se professor, não se tem garantido o sucesso na vocação.
HOJE, O QUE É QUE GOSTA DE FAZER?
Gosto de sair, de conviver e recordar, de
ouvir música e escrever. Gosto de conversar passeando.
AO NÍVEL DA ESCRITA. SEI QUE TEM ALGUMA COISA PUBLICADA. FALE-ME DA
SUA OBRA.
Tenho umas coisitas lá por casa. Escrevo
contos e poesia e tenho muitos textos publicados. A compilação de tudo isso
há-de ser dada à estampa.
E LEITURA. O QUE É QUE COSTUMA LER?
Gosto de ler Eça de Queirós, desde sempre.
Também Virgílio Ferreira me seduz e, naturalmente, Fernando Pessoa.
UM LIVRO?
Dois marcantes: “Os Maias”, de Eça de
Queirós, e “Os Meus Amores”, livro de contos de Trindade Coelho.
E MÚSICA. JÁ ME DISSE QUE ADORA OUVIR MÚSICA, MAS QUE TIPO DE
MÚSICA?
Adoro música dos anos sessenta e música
clássica. Corais, sobretudo.
E DESPORTO? PRATICA OU PRATICOU ALGUMA MODALIDADE? QUAL É O SEU CLUBE?
Pratiquei futebol mas ao nível dos infantis.
Fui sempre guarda-redes. Hoje, faço caminhadas.
QUAL É O SEU CLUBE?
Sou portista, desde que me conheço como
adepto. Coisas que os bancos da escola e da catequese inculcaram.
MAS VAI AO ESTÁDIO VER OS JOGOS? CERTAMENTE JÁ FOI AO ESTÁDIO DO
DRAGÃO.
Sim, sim. Já lá tenho ido. Lembro que o meu
primeiro emprego foi funcionário administrativo do jornal “Norte Desportivo”,
onde convivi com grandes nomes do jornalismo desportivo, como Alberto Sérgio,
Manuel Dias e Joaquim Alves Teixeira, que era o diretor do jornal.
Houve uma pessoa que me marcou muito na minha
infância, que foi o Padre Ricardo Neto, que era de Valongo, mas Pároco em
Mosteiró. Era um padre que cativava as crianças e os jovens. Com ele fui
acólito, catequista e desempenhei ainda outros cargos na paróquia. Foi com ele
que fui ver o primeiro filme, ainda me lembro muito bem, o “Marcelino Pão e
Vinho”, o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, no Palácio de Cristal e foi
com ele que comecei a gostar do Futebol Clube do Porto. Levou-me ver um Porto-Benfica,
em que perdemos por dois a um. Mantenho um núcleo de amizades, colegas da Póvoa
e de Braga, com as quais convivo regularmente
E A POLITICA NUNCA O SEDUZIU?
Foram várias as tentativas que fizeram. Recebi
muitos convites de vários quadrantes, mas sempre achei que não tenho vocação
para a política. A política como está desenhada provoca uma dependência com a
qual não me identifico. Sempre quis manter esta minha liberdade de opinião e de
intervenção.
E ESPOSENDE. DIGA-ME O QUE É QUE ESPOSENDE REPRESENTA PARA SI.
ESPOSENDE É UMA TERRA DE PAIXÃO.
Lembro-me de, com apenas 5 anos, ter estado
neste mesmo local onde nos encontramos a conversar. Aqui almocei com os meus
pais. Logo aí fixei na memória os encantos desta foz do Cávado. Esposende tem
sempre coisas para descobrir. O privilégio de Esposende reside nos seus habitantes
e no ambiente que nos rodeia, a começar pelo ar que se respira... Esposende é
uma cidade magnífica!
MAS NÃO FALTA NADA EM ESPOSENDE? O QUE É QUE GOSTAVA QUE FOSSE FEITO
PARA DAR AINDA MAIS ENCANTO À NOSSA CIDADE?
Falta-nos largueza. A nossa avenida marginal
está com uma ocupação intensíssima em cada fim-de-semana. Esposende precisa de
crescer para nascente e há a necessidade de um maior cuidado com os aspetos que
embelezamo meio. A nossa cidade progrediu no sentido da maravilha e o rio
enlaça-a com muita ternura e sedução…
E O PARQUE DA CIDADE. ACHA QUE DEVE SER CONSTRUIDO PARA A ZONA ONDE
ESTÁ ROJETADO, ENTRE A DOCA DE PESCA E A PONTE?
Toda aquela zona é encantadora. O importante
é que seja construído num local onde possa ter todas as condições de um
verdadeiro parque de lazer.
QUAL FOI A SUA PRIMEIRA PAIXÃO EM ESPOSENDE?
A minha primeira paixão por Esposende foi a
pesca. E depois a caça. Levantava-me às 3 da manhã para ir nos barcos com os
pescadores lançar e recolher as redes. Quando não ia nos barcos, pegava na cana
e pescava no paredão. Nessa altura havia peixe e não se pagava para usufruir o
gozo que dava uma boa pescaria…
E HOJE, AINDA VAI À PESCA E À CAÇA?
Não. Quando entrei nos Bombeiros deixei de
ter tempo para o fazer. Os Bombeiros passaram a ocupar-me de tal maneira que
fiquei sem hipótese de fazer muitas das coisas de que gosto. Hoje, estou a
recuperar algumas delas, como o passear e fazer caminhadas.
SENDO UM PROFESSOR DE LINGUAS, PORTUGUÊS E FRANCÊS, QUAL É A SUA
OPINIÃO QUANTO AO (DES)ACORDO ORTOGRÁFICO?
Cumpro, mas não concordo. Uma língua viva não
precisa de regras para evoluir e a sua norma estabelece-se com o uso.
E A ESCRITA USADA PELOS JOVENS NAS REDES SOCIAIS E NOS SMS’S?
Está a criar-se uma linguagem paralela que se
entranha na nossa linguística e que daqui por 30 anos provocará efeitos
avassaladores. Não tardará um novo registo escrito, apenas com iniciais e uma
nova legendagem para os neologismos mais criativos.
QUAIS SÃO OS MOMENTOS QUE GUARDA COMO MAIS MARCANTES DA SUA
ATIVIDADE PROFISSIONAL?
Os que foram vividos na Escola Henrique
Medina, da qual fui presidente do Conselho Diretivo, na Escola de Apúlia, que
instalei e à qual presidi num total de nove anos e na António Correia de
Oliveira, porque era ai que me encontrava no dia 25 de abril de 1974.
JÁ AGORA CONTE-ME COMO FOI ESSE DIA 25 DE ABRIL DE 1974
Era professor, cheguei à escola e recebi a
informação que não havia aulas. O diretor era o Dr. Bernardino Amândio.
Enviou-se um telegrama para o MFA a felicitá-lo pela janela de esperança que se
abria. Os alunos foram mandados embora e nós ficámos a adivinhar futuros…
CONSIDERA QUE SE CUMPRIR ABRIL? O QUE ACHA QUE FALTA FAZER?
Não está inteiramente cumprido, mas houve
muitas coisas que melhoraram imenso. Falta consolidar o Estado Social e
aguentar a Economia que teima em não crescer.
E NA “EDUCAÇÃO” O QUE É QUE SE FICOU A GANHAR?
Foi aberta uma oportunidade para todos, que
não existia, e foi conquistado o direito de ser livre, quer na palavra, quer no
pensamento.
E HOJE COMO ESTÁ A “EDUCAÇÃO”?
Há muita instabilidade, provocada pelas
constantes mudanças de políticas. Às vezes são muitas as orientações e poucos
os concertos.
E OS EXAMES OU PROVAS DE AFERIÇÃO. CONCORDA QUE EXISTAM?
Concordo que a exigência passe por uma
aferição de conhecimentos.
QUANDO É QUE VAMOS PODER ACOMPANHAR O DR. AGOSTINHO NO FACEBOOK?
Já tive uma página no Facebook, mas só durou
24 horas. Houve coisas que não gostei de ver e desativei. Um dia quem sabe,
talvez volta a reativá-la. Há dias instalei o Watsapp, para mais facilmente
comunicar com a minha família e amigos distantes.
E OS RECENTES E CADA VEZ MAIS REGULARES ATENTADOS?
Tenho a convicção que não vamos aguentar sem
um conflito mundial. Tenho muito receio. Atemoriza-me o sofrimento dos que nos
procuram para fugir à guerra e da nossa aparente incapacidade para lhes darmos
paz.
SOBRE OS QUE FOGEM DA GUERRA E QUE TEM CHEGADO AOS MILHARES À
EUROPA, O QUE ACHA QUE DEVE SER FEITO. E PORTUGAL DEVE ACOLHER OS REFUGIADOS,
OS TAIS 5 OU 1O MIL TAL COMO HÁ DIAS REFERIU O PRESIDENTE DA REPUBLICA?
Julgo que o país
tem essa capacidade. Devemos, pois, acolhê-los e integrá-los, sem negligência.
E A ATUAL CRISE?
Se não tivermos a lucidez suficiente para
darmos lugar à esperança, acabaremos engolidos pelo esgotamento. Esta crise é
provocada pela ânsia do homem pelo poder, que não é capaz de se ver enquadrado
num determinado tempo que já passa.
E OS JOVENS PORTUGUESES, QUE APESAR DAS ELEVADAS QUALIFICAÇÕES
VÊEM-SE OBRIGADOS A EMIGRAR.
Cada vez mais o mundo é de todos. Procuremos
aprender a viver nele. Os jovens tem que fugir do próprio meio que até agora os
cercou. As fronteiras já só existem na imaginação. Regredir poderá resultar em
conflito. É este conflito generalizado que eu temo.
VAMOS AGORA FALAR UM POUCO DOS BOMBEIROS.
QUAIS FORAM OS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES VIVIDOS NOS BOMBEIROS E OS
MAIS TRISTES?
O mais triste foi sem dúvida a morte dos
nossos 3 Bombeiros: o Paulo, o Zé Pedro e o Pedro António. Foi uma tragédia que
ensombrou e assombrou o quartel… Acho que a recuperação nunca se fez
totalmente. Os mais felizes foram aqueles que pude comungar da satisfação dos
elementos do Corpo de Bombeiros, principalmente nos momentos festivos em que os
conseguia “dominar” pela palavra. E também do privilégio que tive de construir
amizades no seio da organização nacional e local.
O QUE ACHA DA TÃO FALADA PROFISSIONALIZAÇÃO?
Não recuso a profissionalização. Sei que ela
chegará, mas deverá ter sempre uma ligação umbilical ao voluntariado. O
profissionalismo deverá construir-se sobre o voluntariado e a solidariedade que
se plasmam numa relação de “amor” e “partilha”. Só serve bem, quem sabe e pode;
e só é servido aquele que verdadeiramente necessita desse serviço. Em Portugal
precisamos de criar uma cultura que seja exclusivamente dedicada a este
princípio do humanitarismo.
MAS ACHA QUE O GOVERNO DEVIA ASSUMIR O FINANCIMENTO DOS BOMBEIROS?
Sim, sim, acho que sim, porque a realidade
dos bombeiros de hoje nada tem a ver com os bombeiros de outros tempos.
UM DIA AINDA VAMOS TER O DR. AGOSTINHO A PRESIDIR À LIGA?
A presidir não digo nem nunca disse. Creio
que essa foi uma hipótese colocada em tempos não muito longínquos. Só que isso
obrigava-me a deixar Esposende e eu não estou disponível para trocar Esposende
por Lisboa.
QUER DEIXAR UMA MENSAGEM AOS BOMBEIROS?
Nos bombeiros ninguém se pode nem deve
impor-se ou superiorizar-se pelas diferenças: deve prevalecer o interesse
coletivo e os valores que o coletivo exige. Nem que se tenha de abdicar do que
cada um em cada momento e circunstância julga ser a melhor solução. Aqui também
se põe a questão do interesse de quem confia no auxílio que podemos ter de
prestar.
O QUE É QUE FAZ NOS DIAS DE “HOJE”?
Hoje, recupero a capacidade do sentir, para o
poder transmitir.
UM SONHO?
Ver a continuação da minha família com o
mesmo grau de felicidade que até hoje lhes foi proporcionado.
FORMAÇÃO E CURRICULO PROFISSIONAL
O DR. AGOSTINHO FOI DIRIGENTE EM TODAS AS ESCOLAS POR ONDE PASSOU,
NA TROPA FOI RESPONSÁVEL PELAS ESCOLAS REGIMENTAIS E FOI PRESIDENTE FUNDADOR DO
LIONS CLUB DE ESPOSENDE
Frequentou o ensino básico em Mosteiró. O
preparatório e o Curso Geral de Comércio, na Póvoa de Varzim.
Em 1963 concluiu o Curso Geral do Comércio na
Escola Industrial e Comercial da Póvoa de Varzim.
Em 1965 concluiu o Curso do Magistério
Primária, sendo diplomado, com 17 valores, pela Escola do Magistério Primário
de Braga.
Exerceu a atividade de Professor do Ensino
Primário nas Escolas de Modivas (Vila do Conde), Fão e Esposende, deste
concelho.
Foi professor na PSP e na Escola Oficial Sir
Robert Hó Tung, em Macau, em 1970 e 1971.
No ano letivo de 1980/1081 concluiu a
licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de
Português/Francês, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo
exercido funções docentes nas Escola Preparatória António Correia de Oliveira,
em Esposende, Escola Secundária Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim, Escola Secundária
Henrique Medina, na E.B. 2,3 de Apúlia, no concelho de Esposende, e na EB2,3
Abel Varzim, Vila Seca, concelho de Barcelos.
Foi Adjunto do Delegado Escolar de Esposende,
Encarregado da Direção e Secretário do Conselho Diretivo da Escola Preparatória
António Correia de Oliveira, Presidente do Conselho Diretivo da Escola
Secundária Henrique Medina, Presidente da Comissão Instaladora e do Conselho
Diretivo da Escola Básica 2,3 de Apúlia, e Presidente da Comissão Executiva
Instaladora do Agrupamento de Escolas de Apúlia, todas no concelho de
Esposende.
O Dr. Agostinho terminou a sua carreira
profissional na Escola Abel Varzim no ano de 2002, altura em que se aposentou
da docência.
NA PASSAGEM PELA TROPA FOI ENFERMEIRO COM O POSTO DE 2º SARGENTO
MILICIANO
De referir que no ano de 1967 o Dr. Agostinho
ingressou no Serviço Militar, no Curso de Milicianos, nas Caldas da Rainha.
Passou pelo Hospital da Estrela, pelo Hospital Militar do Porto e pelo
Regimento de Transmissões, na Arca D’Água. Esteve no GACA3 em Torres Novas e
ainda foi a Macau onde esteve até 1972. Serviu sempre na área da saúde, como
enfermeiro e com o posto de 2ºSargento Miliciano.
MUITO ATIVIDADE CIVICA E ASSOCIATIVA
Foi e é colaborador de diversos jornais
regionais.
Colaborou na Rádio de Esposende, no programa
“Prova Oral”, com crónicas semanais subordinadas ao título “A propósito de...”
Na mesma Rádio fez comentários de índole
política (local) sempre que para tal foi solicitado.
Apresentou comunicações e foi palestrante em
diversas iniciativas de instituições do concelho de Esposende (Câmara Municipal
de Esposende, Fórum Esposendense, Rotary Clube de Esposende), no Rotary Clube
de Vizela e nos BV de Monção, bem como em iniciativas escolares promovidas
pelos respetivos órgãos, abordando diversificados temas de índole académica,
pedagógica e relacionados com a sua experiência associativa.
CRACHÁ DE OURO PARA UM DIRIGENTE DE
EXCEÇÃO COM UM CURRÍCULO DE EXCELÊNCIA AO SERVIÇO DOS BOMBEIROS DE ESPOSENDE,
DA FEDERAÇÃO DISTRITAL E DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES
O Dr. Agostinho Teixeira é um dirigente de
exceção e com um currículo de excelência, numa vida dedicada ao associativismo,
ao voluntariado e a benemerência.
Presidente da Direção
da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende de 1986 a 2016.
A estes 30 anos, enquanto presidente da direção, ainda se juntam vários outros
no desempenho de outros cargos, o que faz com que a sua ação se tenha já
desenvolvido ao longo de mais de um quarto de existência desta Associação. O Dr.
Agostinho, nestes mais de trinta anos desenvolveu um notável trabalho que se
traduziu numa indiscutível mais-valia para a dignificação e desenvolvimento
desta Associação e do seu Corpo de Bombeiros. Efetivamente, ao longo dos
sucessivos mandatos, o senhor Doutor Agostinho foi um presidente a tempo
inteiro, capaz de traçar um objetivo ambicioso e de o prosseguir convicta e
determinadamente. Com o seu arrojo, tenacidade e numa generosa entrega
desprendida de quaisquer benesses ou recompensas, foi possível operar grandes
transformações no sio desta Associação Humanitária. Se, por um lado, demostrou,
desde logo, preocupação primordial em encontrar o equilíbrio
económico-financeiro, por outro, merece destaque a preocupação demonstrada em
garantir todas as condições para que o Corpo de Bombeiros pudesse ter ao seu
dispor espaços adequados para o exercício das suas funções. Pela gestão que
imprimiu à Associação, pela dedicação humana com que a serviu, pela empatia que
criou com todos os bombeiros, pela dignidade que lhe transmitiu, pela obra
excecional prestada, o seu nome ficará para sempre gravado a letras de ouro a
esta Instituição centenária. Considerando o forte espirito empreendedor
demonstrado, a sua capacidade de iniciativa e mobilização em torno de objetivos
comuns, a sua notável dedicação enquanto Presidente da Direção, cuja ação e
obra, marcadas por objetivos coerentes e bem estruturados, cunham de forma
indelével a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Esposende, dando
um importante contributo para a dignificação, crescimento e desenvolvimento da
mesma. Considerando que o Dr. Agostinho, revelou uma dedicação, empenhamento,
eficácia e altruísmo absolutamente excecionais; Considerando ser esta uma forma
de honrar e reconhecer toda a sua dedicação, o valor e o mérito do relevante
trabalho prestado à causa desta Associação Humanitária; Considerando ainda ser
esta a distinção devida àqueles que deram de si às grandes causas do nosso
tempo e se empenharam em deixar um tempo melhor para os vindouros; Considerando
que, reconhecer o seu contributo inestimável em prol da dignificação e
desenvolvimento desta Associação e do seu corpo de Bombeiros, é um exercício de
gratidão elementar, um ato de justiça que honra quem propõe e que enobrece quem
venha a aprovar uma distinção que retribui, ainda que simbolicamente, a soma de
benefícios prestados. Considerando, finalmente, que os serviços prestados o
são, indubitavelmente, altamente relevantes, de carater abrangente e de
inquestionável contributo para a Causa dos Bombeiros Portugueses, sendo de
sublinhar e de dar publico conhecimento da ação do Senhor Doutor Agostinho
Pinto Teixeira para que os exemplos como este floresçam no seio da sociedade
portuguesa. Esta foi a fundamentação que foi unanimemente votada em reunião da
Liga e que assim concedeu o Crachá de Ouro ao doutor Agostinho Pinto Teixeira.
Foi presidente da Direção da Associação
Humanitária e Beneficente dos Bombeiros Voluntários de Esposende, de 1986 a
2016, cuja instituição também serviu, ainda, como vice-presidente (1980/1982)
e, depois, presidente (1983/1985) da Assembleia Geral. Em 2016 voltou a assumir
a presidência da Mesa da Assembleia Geral dos BVE.
Foi presidente do Conselho Fiscal e da
Direção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, tendo, por inerência,
desempenhado funções de delegado e conselheiro nacional, representando o
distrito de Braga na Assembleia de Delegados/Conselho Nacional da Liga dos
Bombeiros Portugueses.
Foi, também, vice-presidente e presidente da
Assembleia Geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, voltando a
exercer a presidência da AG desta Federação em 2015. Foi vogal, com funções de
secretário, da Assembleia Geral da Escola Nacional de Bombeiros.
De 2002 a 2003 foi Coordenador do Núcleo de
Formação da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga e, de 2004 a julho de
2012, foi Delegado de Formação da Escola Nacional de Bombeiros no Distrito de
Braga, tendo desempenhado as mesmas funções, cumulativamente, no distrito de
Viana do Castelo em 2010.
Na Liga dos Bombeiros Portugueses foi
vice-presidente da Mesa dos Congressos, sendo, atualmente membro do Conselho
Superior Consultivo.
Foi aluno do Instituto de Defesa Nacional,
tendo concluído, em 1995, o Curso de Auditores da Defesa Nacional.
DISTINÇÕES RECEBIDAS
Medalha de Assiduidade
– Grau Cobre – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Assiduidade – Grau
Prata – Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Assiduidade – Grau Ouro –
Liga dos Bombeiros Portugueses; Medalha de Dedicação – Liga dos Bombeiros
Portugueses; Medalha de Serviços Distintos – Grau Ouro – Liga dos Bombeiros
Portugueses; CRACHÁ DE OURO DA LIGA – 19/03/2016 – Liga dos Bombeiros
Portugueses.
NOTA FINAL
Tenho que começar por dizer que o Dr.
Agostinho Teixeira foi meu… professor. É um homem de reconhecido mérito, tanto
na sua atividade profissional como em todos os cargos e funções que tem vindo a
desempenhar. Presidente dos Bombeiros Voluntários de Esposende durante três
décadas, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga durante
cerca de uma década, Membro do Conselho Consultivo da Liga dos Bombeiros
Portugueses há muitos anos e muitos outros cargos desempenhados a enriquecer um
currículo que lhe confere um reconhecimento público de âmbito nacional.
Atualmente é Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Humanitária
de Bombeiros Voluntários de Esposende e da Mesa da Federação Distrital, bem
como Conselheiro da Liga.
Na Tropa foi responsável pela Escolas
Regimentais, onde aliás recebeu um louvor. No ensino, desempenhou sempre cargos
de direção ao mais alto nível nas várias escolas e agrupamentos por onde
passou. Instalou e presidiu à Escola Preparatória de Apúlia. Foi fundador e
presidente do “Lions Clube de Esposende”.
Muito mais haveria
para dizer. A sua intervenção cívica na comunidade esposendense é sobejamente
conhecida. A nível nacional é um dirigente de referência, tendo recebido
dezenas de louvores e condecorações. A sua escrita, as palestras que profere a
sua passagem pela rádio. Enfim, é um homem de ação e ao mesmo tempo alguém com
um especial dom da palavra, sempre muito emotivo e apaixonado pelas causas que
abraça.
O Doutor agostinho é
amigo que qualquer um de nós gosta de ter, de preferência, por perto, pelo
saber que transmite e pelos conselhos sempre muito assertivos.
Caro amigo Dr.
Agostinho, felicito-o por todo seu percurso e agradeço-lhe tudo que tem feito
em prol dos seus… alunos, dos seus amigos, dos bombeiros e de toda a
comunidade. Os Bombeiros Portugueses estão-lhe gratos. Termino lembrando que
muitas vezes, tão importante como saber estar é saber sair na hora certa e mais
uma vez o Dr. Agostinho mostrou estar à altura. Estou a adorar participar na
atual Equipa que dirige os Bombeiros de Esposende, da qual o senhor faz parte e
de testemunhar a sua intervenção, sempre de grande nível e competência. Espero
que nesta nova etapa, abrace novos desafios, porque o seu saber e os seus
conhecimentos são sempre de grande utilidade. Bem-haja.
Mário Fernandes
30-04-2016
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