CULTURA, VOLUNTARIADO,
EMPREGO, JUSTIÇA E ORÇAMENTO!
«A IGREJA A TERRA E OS HOMENS»
Tal
como havia prometido em anteriores crónicas, trago hoje aqui o 4º livro editado
sobre a Freguesia de Curvos, no período em que presidi à Junta de Freguesia de
Curvos e para o qual contei com a preciosa colaboração da investigadora
Curvense Inês Faria. Este foi o primeiro de quatro livros editados pela então
Junta de Freguesia de Curvos e foi publicado e apresentado ao público no mês de
Dezembro do ano de 2003, ou seja, há 11 anos.
Curvos
é uma Terra com História, uma História cheia de Histórias. Ao ler “A Igreja a
Terra e os Homens – As visitas pastorais e outros achados em Curvos,
Arcebispado de Braga”, estamos a enriquecer os nossos conhecimentos da História
de Curvos, pois aqui encontramos parte importante do passado das gentes desta
Terra.
Trabalhos
de investigação de qualidade, como este, da historiadora Inês Faria, são de
louvar e incentivar, porque nos ajudam a reconstruir o passado, com usos,
costumes e tradições desta comunidade. Só podemos gostar de algo se
verdadeiramente o conhecermos. Assim, para gostarmos mais de Curvos, melhor
devemos conhecer o seu passado. Assim viveremos melhor e melhor projeção
faremos para um futuro que nos dignifique a todos perante as gerações
vindouras.
Da
introdução do livro recordo; “Por entre as casas, os campos e as pessoas que os
labutam e ocupam, desde meados do século XX e até aos nossos dias de hoje,
semeámos um pouco da nossa vida. Nasceu assim o amor à terra e a quem a faz
produzir e nela habita. Desenvolveu-se depois o gosto de colaborar para a sua
dignificação. Construíram-se os alicerces de um caminho a percorrer. Chegámos
aqui, mas não ao fim da meta.
Iniciamos,
há cerca de cinco anos, este trabalho de procura, recolha e leitura de fontes
de informação sobre a gente de Curvos. A ideia era e ainda é fazer um estudo
demográfico da paróquia, com base nos registos paroquiais de batismos,
casamentos e óbitos, enriquecê-los com o estudo dos processos de emigração e
testamentos. No entanto, quanto mais se encontra mais se procura encontrar e,
neste percurso, fomo-lo cruzando com imensas fontes de conhecimento histórico. Este
trabalho resulta, essencialmente, da leitura e organização do conteúdo do livro
das Visitas Pastorais realizadas, entre 1761 e 1833, a esta paróquia de Curvos
do concelho de Esposende, em terras do Minho do Arcebispado de Braga.
Pelo
que pudemos constatar, a generalidade das ordens, circulares, decretos, etc.,
circulavam de paróquia em paróquia, copiadas por cada pároco e enviadas ao
pároco vizinho, segundo um roteiro previamente estabelecido. Disto se conclui
que este estudo se poderia aplicar, de modo geral, a qualquer paróquia da mesma
Arquidiocese. Por esta razão, este estudo pode ver-se como uma achega também à
divulgação histórico-cultural das paróquias, mesmo que não sejam aqui nomeadas.
O que fazia a particularidade de cada uma eram as vistorias feitas às diversas
instalações e alfaias e demais objetos da Igreja, bem como todas as ordens no
sentido de remediar o que não estava bem, assim como as advertências ou
louvores a algum pároco.
Organizámos
o conteúdo das Visitas Pastorais segundo nos pareceu melhor, para que a leitura
se tornasse mais atraente do que a sequência cronológica dos assuntos a
apresentar. Esta organização levou-nos a dividir os assuntos apresentados
segundo os temas que apresentamos e que nos parecem sugestivos. Enriquecemos
alguns capítulos com informações de outros documentos, o que fez alargar o
período de observação da paróquia e das suas gentes, abrangendo, então, desde
os finais do século XVI até à atualidade, ao sabor dos documentos históricos
existentes. O Maior contributo é do Livro das Visitações, mas destacámos também
o Livro de Usos e Costumes de S. Cláudio de Curvos (1757-1875),
maioritariamente, o capítulo X – e os livros de registos de testamentos
(1720-1935), de entre outros.
Para
que as palavras difíceis, muitas das quais hoje em desuso, pudessem ser
compreendidas, inserimos um glossário no final da obra. Fazemos votos para que
este trabalho contribua para desencadear nos leitores uma grande vontade de
contribuir para a sua história, de aldeia, vila ou cidade, região ou país,
porque o conhecimento é infinito e só espera quem o promova e nunca está tudo
descoberto. Todos somos capazes”. Vale a pena ler. Aventure-se, estou certo que
vai dar o tempo por bem empregue.
POETA «JORGE BRAGA» APRESENTA
“AMENAS TEMPESTADES”
Parabéns
ao meu caro amigo Jorge Braga, pela publicação de mais esta obra poética,
engrandecendo desta forma a sua já vasta obra. Ainda há dias em conversa
falávamos do excelente panorama concelhio no campo das letras, com inúmeras
pessoas, umas já consagradas e muitas outras a aventurarem-se na escrita e em
vários géneros literários. Bem-haja a todos e o desejo de que muitos mais
escrevam e publiquem os seus escritos. Escrever é enriquecer e perpetuar, já
aqui o escrevi enquanto título de uma das perto de 50 crónicas. Mais um apelo
ao Município para que a semelhança daquilo que já faz na vertente desportiva,
também nesta área da escrita distinga anualmente os melhores.
LISBOA ELEITA “CAPITAL
EUROPEIA DO VOLUNTARIADO 2015”
A
cidade de Lisboa foi eleita esta 5ª feira a Capital Europeia do Voluntariado
para o ano de 2015, sucedendo à cidade de Barcelona. De acordo com o que acaba
de ser divulgado foram analisados os níveis de aplicação, por cada município
concorrente, das políticas incluídas no “Policy Agenda for Volunteering in
Europe” (PAVE), como "a dinâmica global do voluntariado, as qualidades do
trabalho desenvolvido no âmbito deste setor, a relevância do seu papel na
comunidade e o reconhecimento conferido ao papel do voluntário".
Gostava
de ver instituído um reconhecimento similar, a nível nacional, pois estou certo
que Esposende se destacaria das demais cidades, pela excelente dinâmica no
voluntariado e das políticas sociais e do envolvimento de parceiros e
organizações de voluntários nas suas estratégias e intervenção.
TODOS OS DIAS HÁ CENTENAS DE
OFERTAS DE EMPREGOS PARA O… ESTRANGEIRO
Ainda
esta semana ficamos a saber que “Ontário vai criar 2,5 milhões de empregos em
dez anos e precisa de imigrantes”. Que excelente oportunidade para as elites
portuguesas, a começar pelos nossos governantes, para emigrarem para o Canadá,
em estágio, a ver se aprendem como se potencia e cria emprego, como se põe a
economia a crescer e a criar riqueza.
São
recorrentes os anúncios de emprego, mas para o… estrangeiro: Reino Unido
precisa de tantos e tantos médicos e enfermeiros, Alemanha de tantos e tantos
engenheiros [apesar da senhora afirmar que temos licenciados a mais, não se
coíbe de vir cá recrutar], Brasil de uns tantos arquitetos, Angola de
técnicos disto e daquilo. Etc., etc., etc...
Pois,
mas será que já paramos para pensar no que isto representa? Estou convencido
que uma das maiores tristezas de uns pais deve ser ver um filho a ter que
partir à procura de trabalho. Depois de o "criar”, educar e ver formado e
em idade de trabalhar, ver que o não vai poder fazer no seu próprio pais, não
por não querer, mas por falta de oportunidades. Observação: Havendo muitos que
o fazem por opção, a grande maioria fá-lo por obrigação e isso a que é de
lamentar.
Notas finais:
1) Sobre os recentes casos
mediáticos da Justiça portuguesa apenas uma referência para comentar o que se
diz por ai: “À política o que é da política e à justiça o que é da justiça”; Concordo
e ainda acrescento que não devemos esquecer que na fase de inquérito não
existem provas, mas indícios, nem culpados, mas suspeitos; e “Perante a Lei
todos somos iguais. Ninguém é mais do que ninguém”. Excelente, desde que também
ninguém seja menos. Não me refiro a ninguém em concreto, apenas faço
observações genéricas.
2)
Vale sempre a pena reclamar e protestar. Eu próprio o fiz neste espaço, sobre
inúmeras questões do OE’2015, com as quais discordava. Gostei de ver as
quarenta e tal propostas apresentadas esta semana pela maioria, na reforma à
reforma da “reforma fiscal”. Afinal as despesas dos encargos com habitação e com
seguros, de entre muitas outras, sempre vão contar. Vale sempre a pena!
Mário
Fernandes
05-12-2014
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