ELEIÇÕES «EURO-GISLATIVAS»
PROVOCARAM DERROCADA POLITICO/PARTIDÁRIA
EM PORTUGAL PARECEM VALER MAIS AS ANÁLISES E OS
COMENTÁRIOS DO QUE OS RESULTADOS!
As eleições
Europeias do passado domingo continuam a dar que falar, tanto a nível local,
como a nível nacional e europeu, mas essencialmente em Portugal, a nível
partidário. “A minha derrota é melhor do que a tua vitória”, “A tua derrota é
maior do que a minha”, “Tivemos uma vitória histórica”, etc., etc., etc., viu-se
de tudo com discursos surreais na noite das eleições.
A abstenção
foi campeã e os votos brancos e os nulos foram mais que muitos. Lamento a
abstenção porque considero que quem não vai votar é porque efectivamente não
pretende mudar nada, caso contrário teria ido até à mesa de voto e opções não
lhe faltavam, dezasseis, mais duas, o voto branco e o nulo.
Nestas eleições, dos 9.677.954 eleitores apenas participaram 33,91%, dos quais 144.832 [4,41%] foram votos em branco e 100.484
[3,06%] foram votos nulos. A
grande maioria da população eleitora, ou seja 6.396.410 [66,09%], não votou, contribuindo,
desta forma para a maior abstenção de sempre. A soma dos votos brancos e nulos representa 7,47%,
ou seja 145.316 votos. Quem não votou, ou quem votou em branco ou nulo [73,56%]
acabou por demonstrar o seu desinteresse por esta eleição.
Do total de
votos, o Partido Socialista obteve 1.032.143, a Aliança Portugal – PSD / CDS/PP
909.283, a CDU 416.102, o MPT 234.516, o BE 149.546, para referir os resultados
apenas dos partidos que elegeram eurodeputados.
A enorme abstenção
verificada é preocupante, pois mostra o desinteresse, o alheamento e o
“divórcio” entre políticos, governantes, eleitos e eleitores. Estas eleições,
para o Parlamento Europeu têm sido tradicionalmente campeãs da abstenção porque
as pessoas parece sentirem-se ainda mais distantes, achando talvez que as
decisões de Strasbourg e Bruxelas pouco afetam o nosso dia-a-dia. Nada mais
errado. Afetam e muito, basta analisarmos as duas últimas décadas para vermos
as directivas transpostas, os subsídios, as proibições, as quotas, os
orçamentos, os empréstimos, os juros, etc., etc., etc.
A vitória do
Partido Socialista é a todos os títulos inquestionável, obtida contra toda a
direita em coligação. O Fenómeno “Dr. Rui Moreira”, das últimas Autárquicas,
acabou por ter aqui a sua continuidade com a candidatura do Dr. Marinho e Pinto
a obter sucesso idêntico e a eleger dois eurodeputados ultrapassando partidos
como o CDS/PP, com apenas 1 eurodeputado e o Bloco de Esquerda que também não
foi além de 1 eurodeputado. O Partido Socialista elegeu 8, o PSD 6 e a CDU 3.
O líder do
PS, Dr. António José Seguro não devia nunca, acho eu, ter apresentado na semana
das Europeias, aquelas 80 medidas para aplicar no momento que chegasse ao
governo, pensava ele.
A campanha
eleitoral foi muito pobre em conteúdos, paupérrima mesmo, mas rica em tricas e
em politiquices, com ataques e acusações mesquinhas de parte a parte. Da Europa
pouco ou quase nada se ouviu.
É importante
que o Dr. Marinho e Pinto ocupe o mandato para o qual foi eleito e o cumpra até
ao fim. Que cumpra com as promessas feitas e que não se iluda muito com os votos
que agora obteve, pois eles não são dele. Que lhe sirva de exemplo o caso do
Dr. Manuel Alegre, que se achava dono de cerca de 1 milhão de votos e que logo
a seguir percebeu que não eram propriedade sua e que quem o dá num determinado
momento, pode já não o dar em momento ou eleição diferente.
Os discursos
do PS na noite eleitoral foram claramente exagerados e não lhes ficaram nada
bem, principalmente os do Dr. Francisco Assis e Dr. José Seguro. Todos os portugueses
perceberam que se tratou de uma vitória, mas uma vitória sem grande votação. Afinal
a anunciada “mudança” pomposamente publicitada nos cartazes do PS referia-se,
sabemo-lo agora, à mudança de líder.
Agentes
políticos, comentadores, analistas e jornalistas, todos tem responsabilidades
nos números da abstenção. A forma como se apresentam ao povo, as promessas que
fazem e posteriormente ignoram só tem contribuído para afastar os eleitores das
mesas de voto.
Por cá, em Esposende,
a Aliança Portugal, com maioria na Câmara, com 6 vereadores, 5 PSD e 1 CDS e
maioria nas Juntas, venceu em todas as Freguesias. O Partido Socialista não
ganhou em nenhuma Freguesia, não conseguindo assim convencer o eleitorado
Esposendense, que acabou por votar com grande expressão no MPT do Dr. Marinho e
Pinto. A CDU manteve a sua votação tradicional sem grande oscilação, tendo
mesmo aumentado a votação em algumas mesas de voto. O PSD e o CDS perderam um
significativo número de votos, comparativamente com anteriores eleições.
A PROXIMIDADE DAS LEGISLATIVAS E O CHEIRO AO PODER AGITAM O
PARTIDO SOCIALISTA E NEM A RECENTE VITÓRIA SALVOU A ATUAL LIDERANÇA
Do rescaldo
eleitoral renasceu a corrida à liderança dos Socialistas, com o Dr. António
Costa, presidente da Câmara de Lisboa a avançar para a liderança do partido. O
Dr. Seguro, passou a inseguro e embora contrariado vai ter que convocar um
congresso e claro está a realização de novas diretas. Convencido da injustiça
que lhe estão a fazer, mostra-se agastado e reticente, mas o aperto vai ser de
tal ordem que vai ter mesmo que ir de novo a eleições. Há uma coisa que não se
pode esquecer, que é não mais querer um Deus para si e outro para os outros,
pois deve lembrar-se que também ele tem vindo insistentemente a pedir eleições
legislativas, quando temos um governo no pleno exercício de funções. Cá se
fazem, cá se pagam.
Caso o Dr. António
Costa saia da Câmara de Lisboa considero imprescindível que se realizem novas
eleições, caso contrário considero um logro aos eleitores da capital,
apresentando-se um, para logo a seguir governar um outro, enquanto o outro se
tentar ir governar para o partido e para o governo.
No PSD, o
Dr. Passos Coelho, reuniu o partido e pediu aos seus governantes que é preciso
ouvir as pessoas, receber as instituições, dar-lhes mais atenção, etc., etc.,
etc. Não lhe vou chamar eleitoralismo, embora o seja, pena que não tenha sido
esta a postura desde o início da legislatura, mas de qualquer forma mais vale
tarde do que nunca e que sirva não só para o governo mas para todo o país.
A “RE-MOÇÃO” DE CENSURA DA CDU DIRIGIDA AO GOVERNO PARA
ATINGIR O PS
Esta
sexta-feira tivemos mais uma «re-moção» de censura da CDU ao Governo, não para
o fazer cair mas para entalar o Partido Socialista e obrigá-lo a votar a favor,
apesar do texto bastante crítico da governação e da própria atuação do partido…
Socialista! Os partidos da maioria encarregaram-se de chumbar esta moção.
Este
Domingo, dia 1 de Junho, realiza-se em Esposende a «Caminhada do Pijama», para
celebrar o Dia Mundial da Criança e promover a procura de famílias de
acolhimento.
FÓRUM DA EDUCAÇÃO’2014
Uma
referência muito especial para o FÓRUM
DA EDUCAÇÃO ESPOSENDE’2014 que se realiza esta semana e que pretende
dinamizar actividades que envolvam toda a comunidade educativa. Também vou
participar. Faço-o enquanto pai, encarregado de educação, dirigente associativo
e cidadão interessado pela educação e tal como já vem sendo habitual lá
estarei, pro-ativo. A comunidade educativa precisa do contributo de todos: Pais;
Educadores; Docentes; Auxiliares; Direções de Escolas e Agrupamentos e alunos. Deixo
aqui um apelo à participação e o desejo de que tenhamos cada vez mais uma
educação de excelência.
Aproveito
para felicitar a “Esposende Ambiente” por mais uma vez apresentar um resultado
positivo, agora no exercício de 2013 e por isso deixo aqui um apelo para que
procedam, se possível, a uma descida nas taxas e serviços.
No
momento em que me encontro o escrever esta crónica ouço, pela rádio, a
declaração do Tribunal Constitucional a informar que chumbou 3 das 4 normas que
tinha em apreciação. Como a aplicação só tem efeito daqui para a frente e como
o Governo parece ter uma “almofada”, penso que poderá não haver a necessidade
de novo aumento de impostos. Assim espero!
Termino
citando uma curiosa declaração do Papa Francisco “O celibato não é um dogma de
fé. Como não é um dogma, a porta está sempre aberta”.
Mário
Fernandes
2014-05-31
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