Caras e Caros Amigos;
Hoje quero trazer aqui
dois temas bem quentes, por sinal por estes dias bem frios;
A União Europeia decidiu
esta semana, em reunião dos Ministros das Finanças da zona euro, dar início à
criação da de uma união bancária, tendo por objectivo juntar os trezentos
principais bancos da Europa, para que daqui por cerca de dez anos estejam
preparados para responder a crises como a actual.
A mim, esta iniciativa preocupa-me
um pouco, pois se já agora os bancos actuando individualmente tratam os
clientes, seja Estados, seja empresas ou particulares da forma sobranceira como
tratam, quando estiverem unidos, tenderão a cair na tentação, com muitas
melhores condições, de com tanto poder económico e financeiro decidirem o
futuro dos países, controlando-os e manietando-os, enfim tendo-os na mão.
A minha questão é muito
simples:
Que Europa é esta, em que
o seu Banco Central empresta dinheiro aos bancos com juros a 1%, para que estes
emprestem este mesmo dinheiro aos Estados Membros com juros de 6% e mais e às
empresas a taxas ainda muito mais elevadas?
Porque será então que o «BCE»
não empresta directamente aos Estados Membros a esta mesma taxa?
… Interesses?
O segundo tema prende-se
com a decisão de ontem do Tribunal Constitucional a chumbar a convergência das
pensões entre «público» e «privado», pretendida pelo governo através de um
corte de cerca de 10% nas «públicas»!
Se é inconstitucional,
como alias já se ia percebendo, concordo totalmente com este chumbo. Considero
mesmo que esta é a função deste Tribunal e que a crise não pode servir de
justificação para atropelos à Constituição.
Se a Constituição começa a
ser um entrave ao desenvolvimento do país, o que me parece razoável é que se
inicie um debate com vista à sua alteração e não estas tentativas de a
contornar!
Voltando a este chumbo, a única
coisa que me preocupa é ver ser adiada mais uma vez a tão desejada, pelo menos
por mim, como é público pelas minhas intervenções, convergência entre público e
privado, seja a nível dos salários, horários, remunerações e pensões. Aquilo
que sempre tenho afirmado é que para a mesma função deve haver remuneração,
direitos e obrigações semelhantes!
Só espero que algum dia, algum governo, seja
ele qual for, crie as condições necessárias para que se processe, ainda que
gradualmente, uma uniformização do «público» e do «privado». Já que como se
acaba de verificar e muito bem, não é possível baixar as mais altas, que se
aumentem as mais baixas, para que não haja um Deus para uns e outro Deus para
outros.
Sobre o plano b, c ou d do
governo para fazer face a esta contrariedade do chumbo do TC, espero que o
mesmo ou os mesmos não incidam sobre os mesmos do costume, mas que seja antes
uma oportunidade para que os nossos governantes corrijam um conjunto de
asneiras entretanto cometidas, com a absurda e incompreensível «sede» de ir
além da troika! Se no ano passado a palavra do ano escolhida pela «Porto
Editora» foi «entroikados» este ano o meu voto vai para «irrevogável» e já
agora também me atrevo a votar desde já na palavra a eleger para 2014: «pontapénatroika»!
Quero deixar aqui uma
sugestão musical para esta quadra natalícia, que passa por um excelente dvd
editado pela Escola de Musica de Esposende, intitulado «Uma Viagem de Natal».
Vale a pena ouvir!
E agora sim, votos de umas
boas festas, de um excelente Natal com tudo de bom, essencialmente com muita
saúde.
Bom fim-de-semana e um bom
Natal.
Um forte abraço, e até à
próxima!
MF
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