sexta-feira, 3 de maio de 2013

«PROVA ORAL» À SEXTA!


Caríssimas e Caríssimos;
Depois da celebração de mais um «25 de Abril» e das comemorações do «1º de Maio», quero aproveitar para refletir consigo, caro ouvinte, sobre a actual situação do nosso país;
Temos um PARLAMENTO que deliberadamente ou não, produz leis ininteligíveis, indecifráveis, pelos próprios e muitas delas inaplicáveis ou de aplicação gravosa, vejam-se os exemplos da «Lei de limitação dos mandatos autárquicos», alvo de chacota nacional e a lei da «Extinção de Freguesias»;
Um GOVERNO que já vai com o segundo orçamento consecutivamente inconstitucional;
Um PRESIDENTE com clara e reiterada dualidade de critérios, este mesmo que governou o país durante uma década e se gabava de nunca ter dúvidas e de raramente se enganar. Agora, acossado pelo povo, responde com a gestão dos silêncios!
PARTIDOS que na oposição tudo prometem e garantem, mas chegados ao poder, logo rasgam as promessas feitas e os programas eleitorais apresentados, evocando as surpresas encontradas, quando haviam garantido estar na posse de todos os elementos e de conhecerem muito bem o estado do país e das contas públicas;
Temos PARTIDOS ainda, que sabendo não ter nunca que o provar, prometem tudo a todos, desde a baixa de impostos ao aumento de salários, serviços públicos gratuitos para todos, ou seja, prometem tudo e o seu contrário;
E depois, claro, temos o POVO, as portuguesas e os portugueses, esses mesmos, ainda há pouco tempo, por um Ministro considerados o melhor povo do mundo. Pudera!
Com um cenário destes, que outro resultado poderíamos ter senão um país da falência?
E tão grave como isto, é vermos que ninguém é responsabilizado.
BPN’s, BPP’s; PPP’s, fundações, institutos públicos que se sobrepõem e agora ainda mais recentemente as «Swap’s», que vieram enriquecer o nosso léxico, mas depauperar ainda mais o erário publico, engordando a alta finanças, os ditos «mercados».
Nada disto acontece por acaso:
Estamos num país que parece orgulhar-se de dar a liderança das audiências televisivas aos «Big Brother’s».
Em que governantes transitam entre o sector publico e o sector privado como se nada de errado se passasse, conseguindo contratos dos quais vêem a ser os principais beneficiários, claro está, sempre em prejuízo do Estado.
Em que os deputados aprovam a limitação de mandatos para os autarcas, esses mesmos que as populações melhor conhecem, mas para si mesmos não estabelecem qualquer limitação.
Um país onde o Presidente abdica do seu vencimento pelo exercício da função, estando impedido de o acumular com as pensões, não porque não o queira receber, mas porque as reformas que aufere lhe são bem mais vantajosas. Um presidente que fala em consensos, mas ao ver a forma como o tem feito, me faz lembrar aquele ditado popular «se queres espalhar rapidamente uma notícia, conta-a a alguém e pede segredo».
Um país onde uma enorme percentagem de eleitores abdica desse direito inalienável que é o Voto;
E um país onde o amiguismo e o chico-espertismo ainda reinam.
A agravar a toda esta situação, ainda temos uma EUROPA destroçada, com a Alemanha a ditar as suas leis, a usar o seu poderio económico, que nós próprios ajudamos a construir, e a abusar da sua posição de potência dominante, impondo a lei do mais forte, esquecendo-se dos momentos difíceis porque também já passou.
É lamentável que isto aconteça e mais inda ver as atuais lideranças europeias, onde se incluí o nosso José Manuel Barroso, a subjugarem-se à Senhora Angela, para assim irem garantindo os seus ricos tachinhos, parecendo esquecer os povos.
Tenho saudades de verdadeiros líderes, como Jacques Delors e mesmo Helmut Kohl, ou François Mitterrand, todos grandes estadistas.
Voltando ao panorama nacional e reconhecendo o monstruoso trabalho deste governo, lamento a insistência em medidas que claramente vão agravar ainda mais esta crise.
O Primeiro-ministro anunciou uma intervenção para as 20 horas de hoje, para anunciar mais cortes;
Daquilo que já fui sabendo, há pelo menos duas medidas com as quais estou em total desacordo:
O aumento da idade da reforma, que vem em meu entender dar mais uma machadada no emprego jovem, e
A baixa de salários na função pública, quando o que deveria ser feito, não me canso de o dizer, era aumentar os salários do sector privado, para gradualmente os ir aproximando do público e nunca o contrário, que é o que o governo tem vindo a fazer.
Entristece-me ver o meu país totalmente subjugado aos ditos mercados, verdadeiros especuladores financeiros e com a sua, quer dizer nossa, soberania condicionada!
Depois de tudo isto sobra o futebol para nos dar umas alegrias, com uma brilhante e categórica vitória do Benfica sobre o Fenerbach, que assim, passados 23 anos, volta a disputar uma final europeia. Venha daí o Chelsea, com quem vamos disputar a final de Amesterdão, no próximo dia 17.
Por isso, viva o Benfica, viva o futebol português, viva Portugal e os portugueses pela sua resistência e determinação.
Um Bom fim-de-semana, um abraço, e
Até à próxima!
MF

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