Seminário organizado pela ACICE teve um enorme sucesso
O Auditório Municipal de Esposende encheu-se por completo, para assistir e debater esta importantíssima temática do Bullying na violência escolar.
A minha intervenção versou sobre a realidade concreta do concelho de Esposende:
O concelho de Esposende é um concelho de pequena dimensão sem bairros ou zonas problemáticas e por isso fica um pouco à margem dos assustadores números estatísticos nacionais sobre a violência nas escolas;
No nosso concelho existem quatro Agrupamentos de Escolas: António Correia de Oliveira, Apúlia, Marinhas, Baixo Neiva (Forjães), mais a Escola Secundária Henrique Medina e a Escola Profissional de Esposende (Fão). No total são 31 estabelecimentos escolares do ensino público. Existem ainda os cursos das Novas Oportunidades e os cursos EFA, ministrados por várias Instituições e Associações, como a própria ACICE.
Em termos de população o concelho de Esposende tem aproximadamente 34 mil habitantes, cerca de nove mil e quinhentos famílias e catorze mil habitações. A população estudantil ronda os 5.500 alunos do pré-primário ao secundário.
As questões que mais preocupam e mais devem preocupar os pais, em termos da violência escolar, prendem-se com as seguintes temáticas:
A situação Sócio-Económica das famílias (0 desemprego e os baixos recursos); As condições dos estabelecimentos de ensino, a segurança e o controlo de entradas e saídas, a iluminação, os espaços recônditos; A vigilância (ou a falta dela); A sobrelotação e os transportes escolares.
Em termos de dados oficiais, sabemos que não existe o registo de nenhum caso de bullying, mas também sabemos que porventura, na pratica, poderão existir alguns. Na realidade vão existindo aqui e ali casos de bullying, mas será mais um nível da agressão psicológica, com casos de diferenciação, de conotação negativa e de rejeição por parte de colega ou colegas. Em termos de agressões fisicas estamos convencidos que poderão existir pontualmente aqui e ali, mas com a actuação pronta da comunidade escolar os mesmos não passarão de lamentáveis incidentes.
A título de exemplo lembro que existiam, bem até à pouco tempo, várias casos de violência escolar em rituais de sobranceria dos mais fortes sobre os hipoteticamente mais fracos. No Ciclo em Esposende existia a "ida ao poste" com recurso à violência e na Henrique Medina era a "ida à pia". Felizmente, com uma acção concertada entre pais e escola, alias entre toda a comunidade escolar, conseguiu-se acabar com tais práticas violentas, que eram levadas a à pratica pelos "valentões" sobre os mais novos e os mais desprotegidos.
O que é que os pais devem fazer? Devem estar atentos às atitudes e comportamentos dos seus educandos para identificar neles possíveis vitimas ou mesmo hipotéticos agressores, verificando a existência de alterações comportamentais, tais como;
A infelicidade; a tristeza, a falta de concentração, a dificuldade para dormir, a recusa em ir à escola, o baixo aproveitamento escolar, a inexistência de amigos, etc. etc.
A sociedade deve apostar fortemente na formação humana e na formação cívica das crianças e jovens.
O importante mesmo é estarmos atentos, todos, para assim prevenirmos e ou/denunciarmos comportamentos e atitudes de risco. Temos a obrigação de acompanhar os nossos filhos bem de perto, dando-lhes todo o carinho e todo o apoio, de forma a que haja uma relação inter-pessoal e humana tal, que nos permita ajudá-los e identificar com eles eventuais situações de risco, tanto deles como de amigos ou colegas.
Parabéns à ACICE por tão importante iniciativa, bem como pelo enorme sucesso pela mesma obtido.
MF
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